Diálogo Empresarial: Brasil e Índia reforçam parceria estratégica em comércio, inovação e sustentabilidade

Organizado pela ApexBrasil, evento liderado pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckimin fortalece as relações comerciais entre as duas maiores economias do Sul Global

Da Redação (*)

Brasília – O Diálogo Empresarial Índia-Brasil 2025 teve início hoje (16), em Nova Délhi, marcando um novo capítulo nas relações econômicas entre as duas maiores democracias do Sul Global. Organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federation of Indian Chambers of Commerce and Industry (FICCI), o evento integra a missão institucional e empresarial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), realizada por ocasião da visita oficial do vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, à Índia.

Brasil e Índia compartilham uma visão comum de desenvolvimento sustentável e inclusivo. Este diálogo é essencial para ampliar investimentos, fortalecer a integração produtiva e consolidar novas oportunidades entre nossos países”, destacou o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin durante a cerimônia.

Segundo Ana Paula Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil, que também participou do evento, o Diálogo Empresarial marca um avanço nas relações econômicas entre os dois países, com foco em inovação e sustentabilidade.

A Índia é hoje um dos mercados mais dinâmicos do mundo e um parceiro prioritário para o Brasil. As exportações brasileiras para o país cresceram 27,5% entre janeiro e setembro deste ano, impulsionadas por setores altamente complementares. Nosso propósito é transformar esse dinamismo em novos investimentos, inovação e geração de empregos qualificados”, afirmou.

A comitiva contou também com a presença do ministro da Defesa, José Múcio, que ressaltou o potencial da relação bilateral no setor de defesa e tecnologia. “A Índia é um aliado estratégico para o Brasil nessa área. Compartilhamos desafios e objetivos semelhantes, e essa parceria cria oportunidades concretas de desenvolvimento conjunto e intercâmbio tecnológico”, destacou o ministro.

A programação reuniu autoridades e mais de 100 representantes de empresas e instituições brasileiras e indianas, que participaram de painéis, reuniões bilaterais e sessões temáticas sobre investimentos, sustentabilidade e inovação.

A agenda busca ampliar o comércio atrair investimentos, gerar empregos e fortalecer a cooperação entre os dois países. Ademais, foram também debatidas as possibilidades de ampliação do Acordo Mercosul-Índia para inclusão de mais setores beneficiados.

Compromisso conjunto

Durante o evento, a FICCI realizou a entrega do Green Certificate” ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro do Comércio e Indústria da Índia, Piyush Goyal, em reconhecimento ao compromisso conjunto de ambos os países com o desenvolvimento sustentável. A entrega do prêmio reforça a atuação conjunta de ambas as nações no grupo BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China). Formado em 2009, durante a COP 15, o grupo busca cooperar em questões de mudança climática, com foco em desenvolvimento sustentável e a necessidade de transições justas para sociedades de baixo carbono.

Também na ocasião, foi assinado o Termo de Referência do Fórum Empresarial de Líderes Brasil–Índia, iniciativa da CNI e da FICCI que visa estreitar o diálogo entre o setor privado dos dois países e fortalecer a agenda de cooperação econômica e industrial.

O segundo dia do evento, nesta sexta-feira (17), será dedicado a visitas técnicas a relevantes players do mercado indiano, com a presença de representantes de governos e empresas brasileiras.

Brasil e Índia: economias complementares e em expansão

Em 2024, o comércio bilateral entre os dois países alcançou US$ 12,1 bilhões, com destaque para as exportações brasileiras de açúcar, petróleo bruto, óleos vegetais e algodão. Já a Índia se consolidou como um dos principais fornecedores de diesel, produtos farmacêuticos e químicos para o Brasil.

O estudo Perfil de Comércio e Investimentos – Índia 2025, elaborado pela ApexBrasil, identifica 385 oportunidades de exportação para empresas brasileiras em setores como proteína animal, celulose, etanol, pedras preciosas e máquinas agrícolas, refletindo o alto potencial de complementaridade entre as duas economias.

(*) Com informações da ApexBrasil

 

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Mauro Vieira prevê para breve encontro entre Lula e Trump e considera “produtiva” reunião com Marco Rubio

Da Redação (*)

Brasília – O Brasil e os Estados Unidos devem realizar uma nova reunião em novembro, dando continuidade à retomada do diálogo entre os dois países após meses de tensão diplomática, disse nesta quinta-feira (16) o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A declaração foi feita após encontro com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na Casa Branca, em Washington.

Segundo o chanceler, o encontro — que durou cerca de uma hora — ocorreu em clima de “excelente descontração e troca de ideias”, com foco principal nas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

“Foi muito produtivo, com muita disposição para trabalhar em conjunto e traçar uma agenda bilateral de comércio”, disse Vieira em entrevista a jornalistas.

A reunião teve duas etapas: uma conversa privada entre os dois ministros e, em seguida, a participação de diplomatas e representantes comerciais de ambos os governos. Vieira confirmou que as equipes técnicas devem começar a negociar “em breve” medidas para tentar reverter as tarifas de 50% aplicadas por Washington desde agosto.

Possível encontro

Vieira também afirmou que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump devem se encontrar nos próximos meses, embora a data e o local ainda não estejam definidos.

“Está mantido o objetivo de que os líderes se reúnam proximamente. Há interesse de ambas as partes para que isso aconteça o quanto antes”, declarou o ministro.

Inicialmente, a expectativa era de que o encontro pudesse ocorrer durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, no fim de outubro. No entanto, segundo o chanceler, as agendas dos presidentes devem determinar o momento mais adequado para a reunião.

Contexto

As relações entre Brasil e Estados Unidos atravessam um período de instabilidade desde que o governo Trump decidiu impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida foi justificada pela Casa Branca como uma resposta a uma suposta “politização” do Judiciário brasileiro e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Além do tarifaço, Washington também aplicou sanções financeiras e consulares a autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. As ações foram vistas em Brasília como retaliação política.

O encontro entre Vieira e Rubio é o primeiro de alto nível desde que Trump reassumiu a Presidência dos Estados Unidos, em janeiro. A reunião sinaliza um esforço de reaproximação entre os dois países, iniciado após uma breve conversa entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, em Nova York.

Próximos passos

De acordo com o Itamaraty, Mauro Vieira e Marco Rubio devem manter contato direto nas próximas semanas para definir a agenda de reuniões técnicas. A expectativa é que, até novembro, sejam traçadas as bases para uma negociação ampla sobre tarifas e cooperação comercial.

“O importante é que prevaleceu uma atitude construtiva, com aspectos práticos para a retomada das negociações entre os dois países”, destacou o chanceler. “Há boa química entre os governos, e o diálogo está aberto.”

(*) Com informações da Agência Brasil

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Turismo brasileiro cresce 6% até agosto e chega a 15 meses seguidos de aumentos, diz MTur

Também houve alta de 4,6% na comparação entre agosto de 2025 e o mesmo mês de 2024. Dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Da Redação (*)

Brasília – O turismo nacional manteve, em agosto, o ritmo de resultados expressivos de 2025. No acumulado de oito meses do ano, o índice de atividades turísticas cresceu 6% na comparação com o mesmo período de 2024. O resultado foi impulsionado principalmente por aumentos de receita obtidos nos setores de transporte aéreo de passageiros; serviços de reservas relacionados a hospedagens; hotéis; serviços de bufê e restaurantes.

Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também mostram que o índice aumentou 4,6% no recorte exclusivo de agosto ante igual mês do ano passado – o 15º resultado positivo seguido. Regionalmente, 14 dos 17 locais avaliados registraram avanços, com destaque para São Paulo (5,9%), Rio de Janeiro (12,6%), Bahia (7,9%), Rio Grande do Sul (11,7%), Paraná (5,8%) e Ceará (8,0%).

O ministro do Turismo, Celso Sabino, celebra o crescimento e destaca esforços pela manutenção da trajetória de alta. “Recebemos mais um resultado do turismo brasileiro com grande satisfação. É mais um crescimento

expressivo, movimentando setores importantes da economia e gerando oportunidade, emprego e renda para os brasileiros. Vamos continuar investindo para assegurar, cada vez mais, que o turismo siga como um dos motores do desenvolvimento do Brasil”, enfatiza Sabino.

A Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE oferece um panorama detalhado da atividade turística no Brasil e do setor de serviços como um todo. As informações levantadas são fundamentais para a formulação de políticas públicas que impulsionam o segmento no país.

RECORDE

O Brasil celebrou, no último mês de setembro, o maior número de chegadas de turistas internacionais da série histórica para o mês: 570.934 visitantes, um crescimento de 28,2% em relação ao mesmo período de 2024. Com o resultado, o acumulado de janeiro a setembro totaliza 7.099.237 turistas estrangeiros, volume 45% superior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado.

O desempenho fez o país ultrapassar a meta anual estabelecida no Plano Nacional de Turismo 2024-2027, que previa a chegada de 6,9 milhões de turistas internacionais ao longo de 2025. O objetivo foi superado em 2,9% ainda no nono mês do ano, estabelecendo um novo recorde histórico para o período.

(*) Com informações do MTur

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Os sistemas alimentares podem impulsionar soluções climáticas

Por Gilberto Tomazoni (*)

É inevitável refletir sobre o papel essencial da comida em nossas vidas neste Dia Mundial da Alimentação. Vivemos um paradoxo: a agricultura produz comida suficiente para alimentar a população mundial, mas 2,4 bilhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar. O setor representa cerca de 10% do PIB global e um terço dos empregos, mas muitos produtores rurais vivem em situação de vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, os sistemas alimentares respondem por quase um terço das emissões de gases de efeito estufa e dois terços do consumo de água no mundo.

Essa combinação de abundância e escassez torna a alimentação parte do problema climático e parte essencial de sua solução. Por anos, o tema ficou à margem das negociações climáticas. No entanto, sem transformar a forma como produzimos, será impossível cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

A COP30, em Belém, representa uma oportunidade histórica. Pela primeira vez, uma grande economia agrícola sediará uma conferência do clima, dando voz a agricultores, pecuaristas e produtores nas discussões globais. É o momento de colocar os sistemas alimentares no centro das estratégias climáticas.

A transformação já começou. Da integração lavoura-pecuária-floresta na América Latina à irrigação eficiente na Ásia e à agrofloresta na Europa, produtores adotam práticas de conservação. Iniciativas como o Soil and Water Outcomes Fund nos EUA e a Great Green Wall na África mostram que é possível regenerar terras e reduzir emissões.

Com força agrícola e compromisso ambiental, o Brasil pode liderar a transição global. Segundo a Embrapa, sistemas integrados de lavoura já ocupam 17 milhões de hectares, permitindo que fazendas colham até três safras anuais e recuperando solos com mais produtividade e resiliência.

A pecuária também pode ser parte da solução. Um estudo da FGV e da consultoria OCBio mostrou que quase um terço das fazendas analisadas removeu mais carbono do que emitiu, resultado de manejo adequado, ganhos de produtividade e ausência de desmatamento. Um exemplo é a Fazenda Roncador, no Mato Grosso, onde áreas degradadas foram restauradas com sistemas integrados.

O desafio agora é ampliar o alcance dessas soluções. Para isso, são necessários três movimentos. Primeiro, um marco global baseado na ciência, com métricas claras, simples e adaptáveis, com resultados verificáveis que orientem políticas e investimentos. Segundo, ampliar a produtividade com inclusão, garantindo que pequenos produtores tenham acesso à tecnologia, capacitação e crédito. Terceiro, expandir mecanismos financeiros de proteção a pequenos produtores, que recompensem serviços ambientais, como a captura de carbono, a conservação da biodiversidade e a proteção dos recursos hídricos.

Iniciativas como os Escritórios Verdes da JBS mostram como isso pode acontecer na prática. Esses centros oferecem assistência técnica gratuita a produtores, ajudando-os a cumprir requisitos ambientais, recuperar áreas degradadas e melhorar a produtividade. Desde 2021, mais de 20 mil propriedades já foram atendidas.

Como chair do grupo de trabalho de sistemas alimentares da Sustainable Business COP (SBCOP), coalizão global que reúne empresas e instituições dedicadas à sustentabilidade, tenho acompanhado o avanço de soluções como essas. Nosso papel é dar visibilidade a bons exemplos e incentivar sua replicação.

A sustentabilidade não é um objetivo para o futuro, é um desafio do presente. Governos, empresas, produtores e a sociedade precisam agir juntos. As oportunidades são imensas, as evidências estão à vista e os exemplos já existem. Falta vontade coletiva para aplicar boas práticas e fazer da produção sustentável de alimentos a nova norma global.

A comida sempre nos conectou. Agora, deve nos unir em torno de um propósito maior: alimentar o mundo sem esgotar o planeta.

(*) Gilberto Tomazoni é líder da força-tarefa de Sistemas Alimentares da Sustainable Business COP-30 (SBCOP) e CEO global da JBS

 

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O que o cessar-fogo entre Israel e Palestina ensina sobre negociação nas empresas

Giovanna Gregori Pinto (*)

  1. O recente cessar-fogo entre Israel e Palestina mostra como negociações complexas exigem diálogo, concessões e mediação. O que o mundo corporativo pode aprender com negociações tão delicadas em contextos de crise?

A negociação sob tensão exige canais abertos, ou seja, mesmo entre adversários, o diálogo contínuo evita colapso total. Nas empresas, cortar comunicação em crise só agrava o impasse.

As concessões mútuas também sustentam a paz, não a vitória unilateral. No trabalho, ceder parcialmente preserva relações e mantém aprendizado ativo.

Por fim, a mediação neutra é força, não fraqueza. Um líder ou RH que atua como facilitador, e não como juiz, destrava impasses com mais rapidez e legitimidade.

O objetivo real é estabilidade, não unanimidade. Nem toda negociação precisa gerar consenso, mas deve gerar convivência produtiva.

  1. No contexto corporativo, o que é mais importante em uma negociação: dados racionais ou construção de confiança emocional?

A prioridade depende do contexto, mas em relações frágeis, a confiança vem antes. Isso acontece porque sem segurança psicológica, ninguém escuta dados.

A emoção define se o outro percebe o dado como argumento ou ataque. Quando há confiança, até más notícias são negociáveis. Entretanto, em times maduros, onde já existe confiança implícita, dados podem vir primeiro, pois a base emocional já está sólida.

Dados convencem e confiança compromete. Negociações sustentáveis combinam ambos, nesta sequência contextual: ouvir, validar, informar e decidir.

  1. O cessar-fogo é muitas vezes um “acordo temporário” até que se avance em um diálogo mais profundo. No ambiente de trabalho, faz sentido construir acordos parciais ou temporários antes de chegar à solução definitiva?

Sim, e é prática recomendada. Inspirado no “cessar-fogo”, um acordo temporário reduz a tensão e cria espaço para reflexão, permite testar hipóteses antes de formalizar mudanças e dá tempo para reconstruir confiança.

As  condições de sucesso são: ter prazo definido (ex.: 30 dias), ter critérios de revisão (comportamentos, entregas, feedbacks) e ter propósito claro e testar o que é reversível e não adiar o inevitável.

  1. Quais são os principais erros que líderes cometem ao tentar “forçar a paz” em suas equipes sem tratar as causas do conflito?

Erros recorrentes:

  • Confundir silêncio com alinhamento: A ausência de conflito aparente não significa harmonia.
  • Impor soluções sem tratar causas: Resolver “o quê” sem investigar “por quê”.
  • Deslegitimar emoções: Ao dizer “vamos ser profissionais”, o líder invalida sentimentos legítimos.
  • Premiar quem cede rápido: Gera cultura de conformismo e ressentimento.

Para que isso não aconteça, abaixo deixo alguns antídotos:

  • Estimular conversas corajosas.
  • Mapear as dores reais (reconhecimento, poder, medo).
  • Reforçar comportamentos colaborativos, não apenas performance técnica.
  • Estruturar o conflito, não suprimi-lo: tensão saudável produz aprendizado, não ruptura.
  1. Em guerras, há perdas de confiança ao longo do tempo. Quando a confiança dentro de um time é quebrada, é possível reconstruí-la? Como?

Sim, mas exige tempo e coerência, não apenas discurso. Os passos para reconstruir a confiança de um time são: reconhecer o dano publicamente, cumprir microacordos de forma consistente, mostrar vulnerabilidade, recompensar comportamentos cooperativos e narrar os gestos.

Um exemplo disso foram os passos seguintes após a crise cultural da Uber em 2017. O novo CEO focou 12 meses em reconstruir confiança via novos valores e escuta ativa, antes de mudar a estratégia.

  1. Como adaptar estratégias de negociação a diferentes culturas organizacionais ou perfis profissionais?

Para startup builder, que preza velocidade e inovação, a estratégia são microacordos rápidos e decisões reversíveis. O desafio está nas discussões sem fechamento. No corporativo, que tem uma cultura hierárquica e de risco, a estratégia é baseada em dados, precedentes e consenso. O ideal é evitar um conflito direto. Na área técnica / engenharia, dá para usar critérios objetivos e clareza lógica, ignorando as emoções. E por fim, no setor criativo ou de produto, utilizamos narrativa e propósito, sem perder o foco prático.

Antes de negociar, observe como a organização reage ao erro e ao conflito. A cultura verdadeira aparece nas reações, não nos valores de parede.

  1. Que habilidades um líder precisa ter hoje para ser um bom negociador em tempos de pressão e escassez de recursos?

Top 5 competências:

  • Escuta sob pressão: manter calma mesmo em conversas difíceis.
  • Regulação emocional: controlar reatividade e empatia simultaneamente.
  • Storytelling de propósito: reenquadrar conflito em algo maior que o ego das partes.
  • Decisão incremental: avançar por testes e aprendizados, não por decretos.
  • Autenticidade estratégica: dizer a verdade com cuidado, não com dureza.

Duas dimensões:

  • Tática: regular emoções e ouvir.
  • Estratégica: redefinir o jogo para que todos possam vencer de forma sustentável.

(*) Giovanna Gregori Pinto – Graduada em psicologia pela PUC-Campinas, com MBA em gerenciamento de projetos pela FGV, Giovanna Gregori Pinto é fundadora da People Leap e referência em estruturar áreas de RH em startups de tecnologia em crescimento. Com duas décadas de experiência em empresas de cultura acelerada, construiu uma trajetória sólida em gigantes como iFood e AB InBev (Ambev). No iFood, como Head de People – Tech, liderou a expansão do time de tecnologia de 150 para 1.000 pessoas em menos de quatro anos, acompanhando o salto de 10 para 50 milhões de pedidos mensais. Já na AB InBev, como Diretora Global de RH, triplicou o time antes do prazo, elevou o NPS de People em 670%, aumentou o engajamento em 21% e reduziu o turnover de tecnologia ao menor nível da história da companhia.

 

 

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Royal Air Maroc e Embratur promovem visita de jornalistas marroquinos ao Brasil para ampliar divulgação internacional do país

Iniciativa no âmbito do Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI), com apoio do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, reforça a conectividade entre Brasil e Marrocos

Da Redação (*)

Brasília – Doze dos principais jornalistas, editores e dirigentes da imprensa no Marrocos visitam o Brasil este mês a convite da Royal Air Maroc (RAM) e da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo). A iniciativa inclui uma série de experiências turísticas e culturais com objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o mercado brasileiro e ampliar a visibilidade internacional do país. A ação, realizada em duas etapas, conta com o apoio do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, pela sua concessionária GRU Airport.

Este é mais um movimento de aproximação entre Brasil e Marrocos, o qual vem se fortalecendo desde o retorno, há dez meses, da rota direta São Paulo-Casablanca operada pela Royal Air Maroc.

“Nosso voo vem mostrando resultados consistentes, com taxas de ocupação superiores a 80%, e há espaço para crescer. O brasileiro descobre no Marrocos um ponto de acesso estratégico para a África, Ásia e a Europa, e os marroquinos e africanos encontram no Brasil um destino vibrante, diverso e acolhedor”, afirma Othman Baba, diretor regional da RAM na América do Sul.

A press trip integra o PATI (Programa de Aceleração do Turismo Internacional), iniciativa da Embratur que tem como objetivo fortalecer a conectividade aérea e ampliar o fluxo de turistas estrangeiros para o Brasil por meio de ações cooperadas com o trade internacional. O termo de colaboração, firmado durante a FITUR 2025, em Madri, tem como proponentes a Royal Air Maroc e o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (GRU Airport), reforçando a parceria estratégica entre os três atores na promoção conjunta do Brasil como destino turístico e na consolidação da rota.

O fortalecimento dessa parceria também foi reafirmado durante a WTM Latin America 2025, em São Paulo, com a assinatura de um Protocolo de Intenções entre a Embratur e a Royal Air Maroc, que prevê a realização de novas campanhas internacionais, missões comerciais e iniciativas para expansão da conectividade aérea entre os dois países.

“Avançamos ao estabelecer a conectividade com o Marrocos e agora é o momento de gerar oportunidades de negócios, promover os destinos brasileiros e atrair cada vez mais visitantes desta região da África. A ação, em parceria com a Royal Air Maroc, é uma importante ferramenta de promoção do país, pois estes profissionais vão levar, através dos meios de comunicação, as impressões e encantos que o Brasil proporciona a quem nos visita. Serão mais estrangeiros sendo impactados por essas mensagens, mais turistas chegando por aqui e mais emprego e renda sendo gerados através do turismo”, comenta opresidente da Embratur, Marcelo Freixo.

O Aeroporto Internacional de São Paulo, maior hub aeroportuário e principal porta de entrada e saída do Brasil, participa do PATI por meio de parceria e incentivos junto à RAM, fortalecendo ainda mais a conectividade Brasil-Marrocos.

“Estamos focados e comprometidos em contribuir com o fomento do turismo brasileiro, estimulando a oferta de voos internacionais por meio de ações de divulgação e iniciativas que incrementem o fluxo de turistas estrangeiros. A parceria com a RAM é mais uma conquista na nossa missão de mostrar ao mundo as belezas de São Paulo e do Brasil como destino turístico”, declara Claudio Ferreira, diretor comercial da GRU Airport.

Imprensa marroquina se encanta com o Brasil

O primeiro grupo da missão esteve no Brasil entre 9 e 14 de outubro e o segundo faz a visita entre 23 e 28 do mesmo mês. A agenda combina experiências turísticas, culturais e gastronômicas, voltadas a destacar a infraestrutura aérea, o potencial de demanda e a diversidade do portfólio de destinos brasileiros, com ênfase em São Paulo – capital e litoral – como porta de entrada para o país.

A expectativa é que a presença dos líderes editoriais, que representam os principais canais de TV, plataformas digitais e jornais de referência do Marrocos, contribua para posicionar o Brasil em destaque na imprensa do norte da África, fortalecendo a imagem do país como destino atraente e estratégico.

“Fiquei muito impressionado com o enorme potencial turístico de São Paulo e Maresias. O contraste entre a energia urbana e o charme litorâneo é realmente notável. Também fiquei tocado pela hospitalidade e gentileza do povo brasileiro, que nos recebeu calorosamente e tornou a experiência ainda mais significativa. Para a imprensa marroquina, essa oportunidade oferece percepções valiosas que permitem uma cobertura mais precisa e culturalmente sensível sobre o Brasil. Ao compartilhar essas experiências com o público marroquino, podemos inspirar maior interesse pelo Brasil como destino turístico e parceiro econômico. Trocas como essa ajudam a construir laços culturais e diplomáticos mais fortes entre os países, promovendo compreensão mútua e futuras colaborações”, afirma Adil Chquiry, diretor de Marketing e Digital da 2M TV.

Conectividade em expansão

Com a operação atual de três voos semanais entre São Paulo e Casablanca – uma viagem de cerca de nove horas em aeronave moderna -, e um quarto voo a ser iniciado em dezembro, a Royal Air Maroc vem consolidando sua presença no mercado brasileiro. A companhia, que tem planos para abrir em breve um voo direto também para o Rio de Janeiro, oferece passagens a preços competitivos, duas malas de 23 kg sem custo extra na classe econômica e três de 32 Kg na executiva, além de permitir stopover gratuito no Marrocos, entre outras vantagens para os passageiros.

(*) Com informações da Embratur

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Alckmin projeta forte alta no comércio Brasil-Índia com exportações e importações totalizando US$ 20 bilhões em 2025

cÀ frente de missão oficial a Nova Delhi, Geraldo Alckmin anuncia iniciativas com potencial de ampliar o intercâmbio comercial entre os dois países e com o Mercosul

Da Redação (*)

Brasília – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, anunciou, na tarde desta quinta-feira (16), três resultados relevantes da missão oficial que lidera esta semana na Índia.

“O comércio entre Brasil e Índia está crescendo. O ano passado totalizou US$  12 bilhões  Este ano pode chegar a US$ 15 bilhões. A exportação da Índia para o Brasil cresce mais de 30% este ano e poderemos rapidamente chegar a US$ 20 bilhões”, afirmou Alckmin.

PREFERÊNCIAS TARIFÁRIAS

Alckmin e o ministro de Comércio e Indústria da Índia, Piyush Goyal, anunciaram a ampliação do Acordo de Preferências Tarifárias Mercosul-Índia. O vice-presidente explicou que a versão atual cobre em torno de 450 linhas tarifárias, mas chegou-se a um cronograma de ampliação para diversificar produtos com tarifa reduzida. A perspectiva de expansão é esperada pelas empresas brasileiras presentes no mercado indiano ou que exportam para ele.

US$ 20 BILHÕES, A META PARA O COMERCIO BILATERAL

“Hoje temos um acordo de preferência tarifária que cobre um número de linhas tarifárias pequeno. Então, podemos aprofundar, ampliar essas linhas tarifárias para ter preferência nas vendas”, disse Alckmin. “O comércio entre Brasil e Índia está crescendo. O ano passado foi 12 bilhões de dólares. Este ano pode chegar a 15 bilhões de dólares. A exportação da Índia para o Brasil cresce mais de 30% este ano e poderemos rapidamente chegar a 20 bilhões de dólares”, projetou.

VISTO ELETRÔNICO

O vice-presidente também anunciou que o Brasil passará a emitir visto eletrônico de negócios para a Índia. “Quero trazer uma boa notícia que é o visto eletrônico. Toda a área de negócios, consultoria terá visto eletrônico aqui na embaixada em Nova Delhi e no consulado em Mumbai”, anunciou Alckmin.

PETROBRAS

O vice-presidente também destacou a área de energia. “A Petrobras assina hoje um contrato para fornecimento de mais 6 milhões de barris de petróleo para a Índia. E está lançando 18 blocos offshore para a exploração de petróleo no Brasil, na Bacia de Santos e na Bacia de Campos. É recorde. Então são 18 blocos no ano que vem e um número muito maior ainda em onshore, em terra”, disse.

FIOCRUZ 

Alckmin ressaltou que será anunciado ainda acordo na área de saúde, com a chegada do ministro Alexandre Padilha a Nova Délhi. “Queremos ampliar a nossa parceria na saúde e na indústria ligada à saúde. E chega nesta sexta-feira o ministro da saúde do Brasil, porque podemos ampliar também na área da indústria farmacêutica e vacinas”, disse Alckmin.

(*) Com informações do MDIC

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Como o UPI indiano pode ajudar o Pix a se tornar um sucesso ainda maior

Sistema de pagamentos instantâneos que inspirou o Pix brasileiro, o Unified Payments Interface tem mais de 700 milhões de transações por dia e será aceito até em outros países

Juan Soto  (*)

Qual é o maior sistema gratuito de pagamentos instantâneos do mundo? Posso dar algumas dicas. No mês de agosto, bateu um recorde histórico ao processar 20 bilhões de transações financeiras. Criado pelo governo, foi adotado por bancos e fintechs. Simples, a ponto de permitir a escolha de chaves como email e número de telefone, fez a bancarização da população disparar – em especial, durante a pandemia. Última dica: seu nome tem três letras, entre elas P e I. Pix? Não exatamente.

Estamos falando do UPI — Unified Payments Interface, lançado na Índia em 2016 e que inspirou iniciativas no Brasil (Pix, em 2020), África do Sul (PayShap), México (DiMo) e Colômbia (SPI). Para o público brasileiro, observar a trajetória indiana é também vislumbrar o caminho que o Pix poderá seguir nos próximos anos.

O UPI não só transformou o comércio eletrônico e as transferências entre pessoas na Índia, como também abriu espaço para uma série de funcionalidades que, aos poucos, começam a aparecer em outros países. O Pix bebeu nessa fonte. A modalidade de pagamentos automáticos recorrentes, lançada no Brasil em 2025, já faz parte da realidade indiana desde 2020. Lá, usuários conseguem programar pagamentos regulares – de contas de serviços até assinaturas digitais – sem intervenção manual, algo que ainda engatinha por aqui.

Há também inovações indianas ainda inéditas no Brasil. Entre elas, o pagamento offline — pensado para regiões rurais sem conectividade — e o pagamento por comando de voz, que amplia a acessibilidade. Outro é o pagamento por comando de voz, que amplia a acessibilidade. Ambos apontam para uma direção em que os pagamentos instantâneos não são apenas mais rápidos, mas também mais inclusivos.

Essa antecipação tecnológica não se limita às funcionalidades. A Índia também avançou na internacionalização do UPI. O sistema já pode ser utilizado em países como Butão, Nepal, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Sri Lanka e França, resultado de acordos diretos entre governos e instituições. O Pix, por sua vez, também inicia sua trajetória internacional, ainda em caráter piloto e conduzida principalmente por soluções privadas, a expansão brasileira ainda aguarda um movimento coordenado de governo.”.

Esse contraste não diminui a relevância do Pix no Brasil. Pelo contrário: no mês de estreia (novembro de 2020), o sistema movimentou R$ 25,8 bilhões. Em junho de 2025, já eram R$ 2,86 trilhões — mais de cem vezes mais. Os brasileiros adotaram os pagamentos instantâneos num ritmo mais acelerado do que os indianos.

A rapidez das liquidações, o custo baixo por transação e a conveniência de uso explicam por que o Pix já supera cartões de crédito e débito em volume de operações. Mais que um sucesso local, ele se tornou um caso de estudo internacional sobre como a regulação pode estimular a inovação.

Segundo o Guia de Expansão Global para Mercados de Alto Crescimento lançado pela Nuvei, empresa global de pagamentos com presença em mais de 200 mercados, a Índia deverá ver os pagamentos instantâneos saltarem de 53% para 57% do e-commerce entre 2023 e 2027, enquanto no Brasil o Pix deve crescer de 33% para 51% no mesmo período. A tendência é puxada por populações jovens e digitalizadas, que pressionam por meios de pagamento mais ágeis, acessíveis e seguros. O sucesso do UPI e do Pix reforça essa leitura: a demanda por alternativas instantâneas é estrutural, não conjuntural.

A trajetória indiana funciona como um espelho para o Brasil. Funcionalidades que aqui ainda parecem futuristas já fazem parte do cotidiano indiano — do pagamento recorrente à aceitação internacional. Ao mesmo tempo, o avanço do UPI no exterior lança uma questão estratégica para o Brasil.

Se o Pix deseja se consolidar como referência regional, será preciso pensar em sua internacionalização de forma coordenada, indo além das iniciativas privadas que hoje permitem apenas a brasileiros pagarem compras em alguns países vizinhos. A expansão regional tem um papel geopolítico: países que exportam suas infraestruturas financeiras fortalecem laços comerciais e digitais.

Há, portanto, um paradoxo interessante. O Brasil é vitrine de inovação com o Pix, mas também pode ser aluno atento da Índia. O UPI mostra que pagamentos instantâneos não são um ponto de chegada, e sim uma plataforma em constante expansão. A cada nova funcionalidade, mais consumidores são incluídos, mais empresas se beneficiam e mais fronteiras se abrem. O futuro do Pix, em grande medida, já pode ser observado nas ruas, mercados e celulares indianos.

No fim, tanto UPI quanto Pix confirmam: os pagamentos instantâneos deixaram de ser apenas conveniência. Eles reconfiguram consumo, negócios e até geopolítica. Se o presente do Brasil é o Pix, o futuro já está desenhado na Índia.

 

(*) Juan Soto é General Manager para América Latina da Nuvei

 

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O futuro da avicultura será digital e o Brasil precisa estar conectado

Ricardo Amaral (*)

O Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do mundo, com 14,8 milhões de toneladas, e o maior exportador, respondendo por mais de 30% da produção nacional. Também ocupa a quinta posição na produção de ovos, com uma média de 242 unidades por habitante.

Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a cadeia da avicultura gera cerca de quatro milhões de empregos diretos e indiretos. Desde 2000, a produção de carne quase triplicou e as exportações mais que quadruplicaram resultado de inovação em áreas como nutrição e aprimoramento genético.

Agora, a próxima fronteira é digital. Assim como em outros setores estratégicos, a inteligência artificial já redefine a produção de proteína animal. A análise de dados permite aprimorar a nutrição, prever doenças desde os primeiros sinais, algo crítico diante dos recentes casos de gripe aviária e monitorar em tempo real variáveis como temperatura, umidade e comportamento das aves. Essa capacidade de resposta imediata mostra que só a tecnologia será capaz de conciliar três demandas simultâneas: produzir mais, reduzir custos e diminuir o impacto ambiental.

A queda no custo de sensores e sistemas de monitoramento acelerou esse movimento. A chamada internet das coisas (IoT) já não é tendência, mas realidade consolidada. A IDC estima que, até 2025, o mundo terá 30 bilhões de dispositivos conectados, contra poucos bilhões de usuários humanos. A IoT tornou-se infraestrutura essencial para a digitalização global.

Outra transformação vem do transporte. Ganha espaço a prática de processar as aves diretamente nas propriedades e transportar apenas carcaças resfriadas, reduzindo riscos sanitários, custos logísticos e melhorando a qualidade da carne. O uso de blockchain garante rastreabilidade e transparência em toda a cadeia, fortalecendo a confiança do mercado.

Mas há um obstáculo que precisa ser superado: a falta de conectividade no campo. Dados do IBGE mostram que apenas 27% das propriedades rurais contam com conexão digital de qualidade. Para muitos produtores, o custo dos equipamentos ainda é um entrave que limita a adoção das tecnologias capazes de ampliar produtividade e competitividade.

Reduzir esse déficit digital é condição para que a revolução tecnológica chegue plenamente ao agronegócio. Mais do que ampliar redes, trata-se de criar as bases para que o produtor incorpore automação, IoT e análise em tempo real às operações do dia a dia.

 O futuro já começou. Se o Brasil quiser manter sua liderança global na produção de alimentos, precisa assumir também a liderança na inclusão digital do campo. O país tem as condições técnicas e de mercado para ser referência internacional, mas só conseguirá se agir rápido, com visão de longo prazo e compromisso em oferecer ao agricultor as ferramentas que sustentarão a próxima revolução agrícola.

(*( Ricardo Amaral é Vice-Presidente de Vendas e Marketing de Enterprise da Hughes do Brasil

 

 

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Brasil e China estão entrando em uma nova fase de parceria, de cooperação econômica profunda”, diz especialista chinês

Para Henry Huiyao Wang, principal palestrante da Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China, relação futura será definida por mais investimentos chineses no país e pela transição para uma economia verde

Da Redação (*)

Brasília – A relação entre Brasil e China aprofunda-se em um contexto de rápidas transformações tecnológicas e geopolíticas. A China é o principal parceiro comercial do Brasil há mais de uma década, mas ainda há amplo espaço para novas sinergias que, ao mesmo tempo, ampliem a inserção chinesa na economia global e impulsionem a reindustrialização brasileira — sobretudo em infraestrutura, energias renováveis e mobilidade.

A avaliação é de Henry Huiyao Wang, um dos principais especialistas chineses em globalização e Presidente-fundador do Center for China and Globalization (CCG), que participou como keynote speaker da Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), que teve como tema “Criando Sinergias em um Mundo em Transformação” e foi realizada em São Paulo, nesta segunda-feira (13). “Brasil e China estão entrando em uma nova fase de parceria, de cooperação econômica profunda”, afirmou Wang.

Um dos exemplos do novo momento são os crescentes investimentos chineses no país. Segundo Wang, desde o início de seu processo de abertura da economia para o mundo, há 47 anos, a China passou por fases. Na primeira, o foco era produzir internamente para consumo doméstico. Na segunda, era produzir na China para o mundo. Agora, chegou o momento de internacionalização das empresas, com produção em diversas partes do mundo, para o mundo. “A China está se globalizando e, se tiver que escolher um país para investir, o Brasil é grande, amistoso e temos uma excelente relação”, afirmou Wang.

Segundo ele, o valor total dos investimentos chineses no Brasil já é superior a US$ 79 bilhões, em áreas cada vez mais diversas. Durante sua apresentação, citou como exemplo linhas de transmissão, parques eólicos, a revitalização da antiga fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, e o investimento de R$ 50 bilhões anunciado pelo TikTok, em seu primeiro data center no Brasil, no Ceará.

“Brasil e China já provaram que a parceria entre grandes nações pode ser pragmática e visionária. Estamos construindo pontes digitais de inovação e corredores verdes de investimentos”, disse Wang. “Caminhamos para uma relação para além das trocas comerciais tradicionais, em que desenvolvemos e produzimos inovação, governança global e compartilhamos tecnologias”.

Entre as propostas apresentadas pelo palestrante para aprofundar a cooperação bilateral estão a expansão do uso de moedas locais no comércio bilateral, o fortalecimento da transição verde com investimentos em hidrogênio e biocombustíveis, o estímulo ao turismo chinês no Brasil com mais voos e facilitação de vistos, e o intercâmbio educacional e acadêmico. “A próxima fronteira será o hidrogênio verde, o armazenamento de carbono e as smart grids. Podemos tornar a colaboração Brasil-China em um modelo global”, disse.

Alinhamento Estratégico

A conferência contou ainda com a presença de autoridades brasileiras e chinesas, além de representantes de empresas. O Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, reforçou o compromisso do gigante asiático com o multilateralismo e a construção de uma economia mundial aberta, em oposição ao movimento protecionista puxado por economias desenvolvidas.

“A China permanece firmemente ao lado certo da história e opõe-se resolutamente a práticas de hegemonismo e tendências de desglobalização. Estamos comprometidos com o desenvolvimento de uma economia verde e sustentável”, declarou.

Já o Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, Presidente do CEBC, destacou o crescimento e a diversificação do comércio bilateral, ainda muito concentrado, do lado brasileiro, em commodities.

“Estamos assistindo ao aumento da participação de micro, pequenas e médias empresas, e à diversificação da pauta comercial. Os investimentos chineses têm sido direcionados a setores estratégicos, colocando a China como vetor da reindustrialização do Brasil”, afirmou.

Neste ano, até setembro, a corrente de comércio entre os dois países já supera os US$ 128,9 bilhões, com saldo positivo de US$ 22,1 bilhões para os brasileiros. O país exportou para a China no período US$ 75,5 bilhões, e importou US$ 53,4 bilhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). Os valores das importações, das exportações e da corrente de comércio foram recordes para o mês de setembro.

Apesar dos desafios, o Embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, ressaltou o caráter estratégico da parceria entre os dois países. “Como os maiores países em desenvolvimento do Hemisfério Oriental e Ocidental, China e Brasil compartilham aspirações comuns pela paz, desenvolvimento, cooperação e beneficiamento mútuo”, afirmou.

Presidente do CEBC, Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, reforçou relevância dos laços bilaterais: “Trata-se de uma relação que tem oferecido contribuições concretas para enfrentar os desafios de um mundo em transição acelerada”.

(*) Com informações do CEBC

 

 

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