O conselheiro do futuro não é um robô, mas quem souber usar a inteligência artificial

A governança corporativa de uma organização pressupõe planejamento estratégico, eficiência nos processos técnicos, visão sistêmica e comunicação. Ainda, fatores humanos: inteligência emocional, gestão do tempo e valorização das pessoas.

É preciso, contudo, combinar todos esses elementos com inovação tecnológica. Indo ao ponto: quero dizer que a governança corporativa deve também passar por uma transformação digital, com a incorporação de soluções de ponta. Com investimentos em tecnologia.

Isso inclui ela, a cada vez mais famosa Inteligência Artificial. Recentemente, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) elaborou um material específico sobre o tema, o “Guia de Inteligência Artificial para Conselhos de Administração”.

Antes que, apressadamente, pense-se que se trata de substituir conselheiros por robôs, já digo que não é nada disso. Trata-se, sim, de trazer a Inteligência Artificial para o Conselho de Administração para municiar os conselheiros de dados, instrumentos, análises fundamentais para a tomada de decisões.

Reproduzo trecho do texto de apresentação do guia, para ilustrar o que estou defendendo: aos conselhos de administração das empresas cabe, diante da cada vez mais onipresença da Inteligência Artificial em nossas vidas, “definir a visão e estabelecer as diretrizes estratégicas para a adoção da IA na organização”.

Continua ainda o texto: “São responsabilidades que envolvem a definição da visão para IA, governança e gestão de riscos, engajamento de stakeholders e transparência e conformidade, entre outros tópicos”.

Não é, portanto, momento para estar reticente, avesso à Inteligência Artificial. É preparar a Inteligência Humana para melhor explorar a IA. Para entender como ela pode ser útil, benéfica, e por isso mesmo indispensável a uma governança corporativa de verdade, comprometida com os preceitos de ESG, promotora de um crescimento sustentável interna e externamente.

A governança corporativa alinhada ao mundo contemporâneo vai muito além de fluxos e processos técnicos, ainda que automatizados, ágeis, assertivos. Envolve a capacidade de alinhar visão sistêmica, comportamento humano e inovação para construirmos um futuro sustentável e eficiente.

Inovação não é, pois, tema apenas do setor de TI da empresa. Inovação e transformação digital devem ser entendidas, compreendidas e assumidas pelo Conselho de Administração. Conselheiros terão uma visão muito mais abrangente e, como disse, sistêmica da sua organização se dispor de profundidade de dados e suas análises. Isso, a IA é capaz de nos fornecer como ninguém.

Ignorar, torcer o nariz, dispensar transformação digital e Inteligência Artificial nas práticas e procedimentos de governança corporativa é ficar para trás. Em mercados altamente competitivos, a fobia à inovações tecnologias pode custar muito.

(*) Marcelo Silva, diretor de TI Projetos e Inovação da Reymaster Materiais Elétricos, empresa de Curitiba com atuação no mercado nacional e fundada há 35 anos

 

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Alckmin otimista com possibilidade de retirada rápida de mais produtos brasileiros do tarifaço de Trump

Durante encontro promovido pela Amcham, presidente em exercício reafirma importância do diálogo e da negociação

Da Redação (*)

Brasília – Os impactos do tarifaço, as negociações do Brasil com o governo dos EUA e as medidas para ampliar o acesso dos produtos brasileiros àquele mercado foram temas da participação do presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, na abertura da 3ª edição do Encontro Empresarial Brasil–EUA, nesta terça-feira (25).

Alckmin participou remotamente do encontro, que é promovido pela Amcham Brasil em São Paulo.

“É diálogo e negociação. O próximo passo é excluir mais produtos e reduzir alíquotas. Vamos acelerar o processo”, afirmou Alckmin.

Nos últimos meses, os Estados Unidos eliminaram tarifas de 238 produtos, incluindo frutas, sucos, cafés e carnes, reduzindo para 22% a fatia das exportações brasileiras ainda sujeitas ao tarifaço, percentual que já foi de 36%. Outros 27% estão na Seção 232, alinhados à tributação global, e 51% entram no país com tarifa zero ou 10%.

Ao comentar as medidas adotadas pelo governo brasileiro, Alckmin destacou o Plano Brasil Soberano, com apoio para empresas impactadas e outras medidas, e ações do governo em áreas que podem ajudar nas negociações para retirada de todos os produtos das tarifas adicionais.

“O Brasil não ficou parado diante do tarifaço. Colocamos em campo um plano robusto para proteger as empresas afetadas, com R$ 40 bilhões em crédito, juros menores e garantias ampliadas. Nosso objetivo é assegurar fôlego para quem perdeu mercado e manter a indústria brasileira competitiva”, destacou.

Ele reforçou também a importância das ações de médio e longo prazos, voltadas à inserção do Brasil em setores de alto valor agregado e tecnologias emergentes.

“Estamos preparando o Brasil para a nova economia. Avançamos em temas estratégicos como data centers, inteligência artificial, energia renovável e minerais críticos. O programa Redata já está no Congresso e vai atrair investimentos de alto valor agregado para o país”, garantiu.

Diálogo e articulação

A secretária de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Tatiana Prazeres, participou do painel Diálogo com o Governo Brasileiro, realizado logo após a fala do presidente da República em exercício.

Ao lado do embaixador Fernando Pimentel, em um painel moderado pelo CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto, a secretária Tatiana destacou que os resultados recentes refletem avanços importantes na relação bilateral e reforçam o papel central do diálogo e da articulação entre governo e setor privado.

“Os avanços recentes mostram que o diálogo funciona. Vimos progressos concretos e é fundamental manter essa coordenação entre governo e setor privado para seguirmos ampliando o acesso do Brasil ao mercado americano. A relação Brasil–Estados Unidos é estratégica e exige dedicação permanente, e os resultados reforçam que estamos no caminho certo”, avaliou Tatiana Prazeres.

Ao longo do diálogo, houve debate com as autoridades presentes sobre elementos relevantes para a estratégia negociadora brasileira, reforçando o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos.

Abrão Neto, por sua vez, falou sobre a o papel do setor empresarial na consolidação de posições conjuntas e no fortalecimento da agenda econômica entre Brasil e Estados Unidos.

“Este encontro reafirma algo que está na essência da Amcham: o compromisso de aproximar as duas maiores economias das Américas. A relação bilateral é indispensável, não apenas pela história que representa, mas pelo futuro que oferece aos nossos países”, disse.

(*) Com informações do MDIC

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IA e o novo CX: antecipar, entender e lembrar para atender melhor

Simone Bervig (*)

Testemunhamos uma revolução silenciosa no modo como as empresas se relacionam com seus consumidores. A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas uma ferramenta de automação para se tornar uma aliada estratégica do Customer Experience (CX). Mas, para que essa transformação seja verdadeiramente significativa, é preciso entender que tecnologia e a empatia não são opostas e, sim, complementares.

O cliente moderno não quer escolher entre a eficiência de um robô e a atenção de um humano. Ele quer ambos, no momento certo. Isso exige uma orquestração inteligente, na qual a IA não substitui o contato humano, mas o potencializa. Modelos avançados já são capazes de interpretar contexto, prever intenções e oferecer respostas que unem agilidade e sensibilidade. A tecnologia, nesse sentido, torna-se uma ponte entre marcas e pessoas.

Essa combinação é essencial quando lembramos que, no fim das contas, a experiência do ainda depende da qualidade do atendimento. Um estudo recente da Evollo, principal plataforma de speech analytics do mercado, mostra que cerca de 25% dos clientes insatisfeitos chegaram a pedir o cancelamento dos serviços. O motivo mais citado foi o acúmulo de frustrações ao longo do relacionamento, marcado por interações ineficientes, promessas não cumpridas e abordagens comerciais classificadas como abusivas. A falta de clareza e a postura inadequada dos atendentes ampliam o conflito e comprometem a confiança do consumidor.

Os pilares do novo CX

O atendimento resolutivo e humanizado se apoia em três pilares: antecipação, precisão e memória. Antecipar significa prever as necessidades do cliente antes que ele as manifeste, oferecendo soluções proativas. Precisão é garantir que a resposta correta seja entregue já no primeiro contato, sem transferências desnecessárias. E memória é reconhecer o histórico e as preferências do consumidor, evitando repetições e fortalecendo o vínculo de confiança.

Esses pilares, quando impulsionados pela IA, elevam as taxas de resolução e consolidam a reputação das marcas. A automação inteligente permite que cada interação se torne mais fluida, contextual e relevante. O resultado é uma experiência consistente, na qual o cliente se sente compreendido e valorizado.

Entretanto, medir o sucesso em CX vai além de índices tradicionais como NPS (Net Promoter Score) ou CSAT (Customer Satisfaction Score). Hoje, é fundamental observar também o Customer Effort Score (CES), o tempo médio de resolução e até mesmo análises qualitativas sobre a percepção do consumidor. Afinal, a satisfação final é consequência de uma jornada bem conduzida, e não apenas de um bom atendimento pontual.

A hiperpersonalização, que já é uma expectativa do público, depende da capacidade das empresas de consolidar dados e compreender micro-momentos da jornada. Ainda há desafios, como a fragmentação de informações entre diferentes plataformas, mas a direção é clara: o Customer Experience não é mais um diferencial competitivo, e sim um requisito básico. As empresas que entenderem isso sairão na frente.

O futuro do atendimento será definido pela harmonia entre tecnologia, agilidade e humanidade. É nessa interseção que a verdadeira transformação acontece, quando cada interação, por mais digital que seja, mantém o toque humano que torna a experiência realmente memorável.

(*) Simone Bervig – Executiva com experiência global, atuando em mercados na América Latina e Estados Unidos, Simone Bervig possui mais de 20 anos de experiência em marketing, branding e tecnologia, e coleciona passagens por multinacionais de tecnologia como SAP, Citrix e SAS. É colunista da MIT Tech Review, membro da Angel Investor Club e mentora na AngelUs Network. Atualmente é Diretora de Marketing do Grupo MakeOne.

 

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Austrália oferece mais de 300 oportunidades para exportação de produtos brasileiros, revela estudo

Da Redação (*)

Brasília – A ApexBrasil lançou o estudo Perfil de Comércio e Investimentos – Austrália 2025, que apresenta uma análise estratégica das relações econômicas entre os dois países. O estudo reforça informações e dados sobre o comércio e investimentos entre o Brasil e o maior país da Oceania.

Com população de 26,7 milhões de habitantes e PIB de US$ 1,8 trilhões, a Austrália consolida-se como a 14a economia do mundo. Em 2024, o Brasil exportou US$ 612,7 milhões em bens para a Austrália. De janeiro a setembro de 2025, esse valor já alcançou US$ 530,9 milhões, um crescimento de 20,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do histórico de déficit na balança comercial, o ritmo das exportações brasileiras tem se acelerado.

O Mapa de Oportunidades da ApexBrasil identificou 320 produtos com potencial no mercado australiano. Os destaques dividem-se em veículos, produtos farmacêuticos, óleos essenciais, artigos de borracha, café, chá e cacau. Além dos setores tradicionais, há espaço para avançar em áreas como calçados, madeira, óleos vegetais, fibras têxteis e ceras.

Beneficios do SGP australiano

O Brasil é beneficiado a pelo Sistema Geral de Preferências (SGP) australiano, que aplica tarifas preferenciais para países em desenvolvimento. Por conta disso, o Brasil pode acessar reduções em linhas tarifárias específicas, desde que cumpra regras de origem aplicáveis. Produtos como veículos rodoviários e amidos de produtos vegetais podem se beneficiar desse sistema.

Do lado dos investimentos, os números surpreendem. Em 2024, o estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) australiano no Brasil foi de US$ 7,2 bilhões, com crescimento médio anual de 36,1% desde 2020. Dessa forma, em 2024 a Austrália foi o 23° país com maior estoque de investimento no Brasil, o melhor ranking que o país já obteve.

Quer saber mais sobre o comércio e investimentos entre Brasil e Austrália?

Acesse o estudo

(*) Com informações da ApexBrasil

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Agronegócio aposta em dados e IA para atender às novas normas ambientais internacionais

Com apoio da tecnologia, o campo brasileiro se prepara para um novo ciclo de eficiência, transparência e responsabilidade ambiental

Da Redação

Brasília – Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro passou a enfrentar um novo tipo de desafio — tão importante quanto produtividade e rentabilidade: a necessidade de se adequar às normas ambientais, fortalecer práticas sustentáveis e comprovar a origem e a conformidade de sua produção. Em um contexto em que consumidores e mercados internacionais valorizam cada vez mais a responsabilidade socioambiental, as exigências por rastreabilidade e certificações ESG deixaram de ser tendência para se tornarem um verdadeiro passaporte de competitividade.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 2024 as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 164,4 bilhões, representando cerca de 49% do total das exportações do país. O dado reforça a relevância do setor na economia nacional e evidencia a importância de atender aos requisitos de sustentabilidade para garantir acesso aos principais destinos comerciais, como a União Europeia e os Estados Unidos.

Essa nova dinâmica impõe uma transformação profunda na forma como o campo produz, monitora e comprova suas práticas. O desafio vai além da produtividade — envolve transparência, governança e adequação a legislações ambientais cada vez mais rigorosas. Com a implementação do novo regulamento europeu contra o desmatamento — que passa a ser aplicado em dezembro de 2025 para grandes e médias empresas, e em junho de 2026 para micro e pequenas —, exportadores brasileiros de soja, café, carne e outros produtos precisarão garantir, com precisão geográfica e documental, que suas cadeias produtivas não estão associadas a áreas desmatadas ou a práticas irregulares. Nesse contexto, a tecnologia deixou de ser apenas uma ferramenta de apoio e passou a ser um elemento estratégico para a sobrevivência e o crescimento sustentável do setor.

A inteligência artificial (IA) tem se mostrado um dos maiores impulsionadores da transformação digital no agronegócio. Por meio de plataformas avançadas de análise de dados e sensores integrados, produtores e cooperativas conseguem acompanhar cada etapa do ciclo produtivo — do plantio ao embarque — com total visibilidade e precisão. Essas soluções permitem detectar anomalias, prever riscos ambientais e registrar digitalmente o histórico completo de cada lote, garantindo rastreabilidade total e transparência para auditorias e certificações. Mais do que automatizar processos, a IA possibilita decisões baseadas em dados que reduzem desperdícios, otimizam o uso de recursos naturais e contribuem diretamente para metas ESG e de descarbonização.

Importância do uso estratégico da tecnologia

Já o blockchain vem se consolidando como uma ferramenta fundamental para garantir a autenticidade e a imutabilidade das informações da cadeia produtiva, assegurando que cada etapa — do campo à exportação — seja rastreável e auditável. Somadas, essas tecnologias tornam o agronegócio brasileiro mais eficiente, competitivo e preparado para atender às exigências globais de sustentabilidade e transparência.

Para Esteban Huerta, arquiteto de soluções da BlueShift, o uso estratégico da tecnologia no agronegócio representa um divisor de águas para o futuro da produção sustentável. “O Brasil tem um dos ecossistemas agrícolas mais complexos e potentes do mundo, e a tecnologia é o que permite transformar esse potencial em eficiência e transparência. Soluções baseadas em dados, IA e blockchain oferecem ao produtor a capacidade de antecipar riscos, comprovar práticas responsáveis e abrir portas para novos mercados”, afirma. O executivo ressalta ainda que o avanço digital no campo vai muito além do cumprimento de exigências ambientais — trata-se de um movimento de modernização e competitividade global. “Quando o produtor entende que sustentabilidade e rentabilidade caminham juntas, a inovação passa a ser parte natural do negócio. É isso que impulsiona a nova era do agronegócio brasileiro”, completa o especialista.

Com soluções que unem rastreabilidade, certificações e conformidade digital, a BlueShift contribui para um agronegócio mais transparente, sustentável e conectado às demandas globais. A tecnologia, antes vista como um diferencial, tornou-se o elo entre eficiência e responsabilidade — mostrando que o futuro do campo está nas mãos de quem sabe usar os dados para produzir com propósito.

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BNDES aprova R$ 1,09 bilhão da linha Exim Pré-Embarque para Embraer produzir aeronaves destinadas à exportação

Com recursos da linha Exim Pré-embarque, a empresa produzirá aeronaves comerciais para cumprir compromissos já estabelecidos com importadores

Da Redação (*)

Brasília – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 1,09 bilhão (US$ 200 milhões) para a Embraer produzir aeronaves comerciais destinadas à exportação. Os recursos da linha BNDES Exim Pré-embarque contribuirão para que a empresa cumpra o cronograma de entregas previamente estabelecido com importadores de vários países.

Em 2025, a Embraer estima entregar entre 77 e 85 jatos comerciais. No ponto médio (81), essa estimativa representa crescimento de 11% em relação a 2024, quando foram entregues 73 aeronaves nesse segmento. Ela também fica acima dos 64 aviões comerciais entregues em 2023. Na soma com os resultados da Aviação Executiva e de Defesa & Segurança, as entregas da companhia no ano passado totalizaram 206 aeronaves e no ano anterior, 181. Os números comprovam a competitividade da maior exportadora de bens de alta intensidade tecnológica do país.

“O Brasil faz parte de um seleto grupo de países com capacidade de projetar, fabricar e exportar aeronaves comerciais, executivas, de defesa e agrícolas. É um setor estratégico, devido à alta tecnologia envolvida, ao emprego de mão de obra com alta capacitação e à capacidade de gerar inovações com impactos positivos na economia do Brasil, além de ser um elemento relevante para garantia da soberania nacional por meio dos produtos de defesa”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Apoio ao sólido crescimento da Embraer

“A Embraer vive um momento de crescimento, com uma carteira de pedidos recorde e um ritmo sólido de vendas, especialmente na Aviação Comercial. Ao longo deste ano, anunciamos contratos relevantes para a família de jatos E2 enquanto seguimos recebendo forte demanda pelo E175. Estamos realizando investimentos significativos para atender à crescente procura por nossos produtos e o financiamento do BNDES é fundamental para apoiar iniciativas que visam aumentar a capacidade de produção e acelerar as entregas nos próximos anos.”, diz Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer.

Desde 1997, o BNDES já financiou cerca de US$ 26,3 bilhões em exportações de aeronaves comerciais da Embraer, apoiando a produção de 1.350 jatos. Com 23.500 colaboradores em todo o mundo, dos quais 18 mil no Brasil, a empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviços e de distribuição de peças nas Américas, África, Ásia e Europa.

A empresa é hoje a 3ª maior fabricante de aeronaves no mundo e líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos. A maior parte das vendas da Embraer é destinada ao mercado externo.

(*) Com informações da Agência BNDES de Notícias

 

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Indústria têxtil surpreende VP Alckmin ao revelar dependência alarmante de fio importado e risco à produção nacional

Encontro com vice-presidente expõe desconhecimento sobre a dependência da poliamida 6 e reforça urgência em calibrar medidas de defesa comercial. 94,49% de todo o volume consumido no país depende do mercado externo

Da Redação (*)

Brasília – O setor têxtil brasileiro acendeu um sinal de alerta diante de um possível desequilíbrio no fornecimento de filamentos sintéticos, especialmente a poliamida 6 (PA6), insumo fundamental para malharias e confecções. Dados do Relatório Setorial Brasil Têxtil 2025, elaborado pela IEMI – Inteligência de Mercado, mostram que o país registrou um déficit de US$885 milhões na balança comercial de filamentos sintéticos em 2024. As exportações somaram apenas US$54,8 milhões, enquanto as importações alcançaram US$939,9 milhões, o que significa que 94,49% do volume consumido é abastecido por produtos estrangeiros.

A diretora executiva da Abrafas, Ana Paula Jardim Ciuffa Pustiglione, destacou recentemente que a medida antidumping provisória aplicada ao fio de poliamida 6 representa um passo importante para restabelecer a concorrência justa. No entanto, empresários afirmam que o quadro é mais complexo: o Brasil não produz o insumo em volume suficiente, e qualquer barreira adicional à importação pode comprometer imediatamente as linhas de produção.

“A aplicação de sobretaxas em um insumo sem equivalente nacional representa um grande risco para nossa produção. Além de elevar os custos, isso pode comprometer a nossa capacidade de entrega e até mesmo o abastecimento do mercado”, afirma Daniel Pereira de Souza, vice-presidente da CPS – Cia. de Produção Sustentável S.A (DelRio).

Encontro em Brasília expõe desalinhamento

A tensão aumentou após uma reunião em 5 de novembro, quando mais de 20 empresários do setor têxtil, representando oito estados e mais de 500 mil trabalhadores que, acompanhados pelos senadores Cid Gomes e Esperidião Amin, estiveram com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em Brasília. Segundo participantes, o ministro demonstrou surpresa ao tomar conhecimento da dependência estrutural brasileira da poliamida 6 importada justamente no momento em que o governo aplica medidas de defesa comercial ao produto.

O episódio foi interpretado pelo setor como sinal de desalinhamento entre política comercial e realidade industrial. “A indústria nacional não tem capacidade para atender à demanda das malharias e confecções brasileiras, que, mesmo antes da aplicação da medida de dumping, já estavam com cargas de fio em trânsito marítimo para manter suas linhas de produção ativas. Qualquer barreira adicional à importação pode comprometer o abastecimento imediato, afetar empregos e pressionar preços ao consumidor final”, afirma Renato José Benvenuti, vice-presidente da RVB Malhas, de Brusque (SC).

Santa Catarina, líder nacional, teme impacto direto

Santa Catarina é o estado mais vulnerável a uma eventual ruptura no fornecimento. A indústria catarinense de confecções é a maior do país, segundo a FIESC, e o setor têxtil e de vestuário é responsável por 178,7 mil empregos formais, o maior contingente industrial do estado. Sem um fluxo contínuo de PA6, pequenas e médias confecções seriam as primeiras a sentir o impacto, comprometendo desde a manutenção de empregos até o abastecimento do varejo.

“Nós, empresários, entendemos que qualquer decisão deve preservar a continuidade das operações, o emprego e a competitividade de um dos setores que mais geram renda e oportunidades. Trata-se do futuro da indústria nacional, da manutenção de milhares de empregos e do fortalecimento da cadeia produtiva que sustenta inovação, renda e desenvolvimento regional. Avaliar com equilíbrio e responsabilidade o papel da poliamida 6 na economia brasileira é essencial para que o país continue competitivo, sustentável e capaz de inovar”, defende Gabriel Sens, CEO da LIVE!, empresa de Jaraguá do Sul (SC)

Setor pede calibragem das medidas de defesa comercial

Embora a medida antidumping ainda seja provisória e siga em debate técnico, representantes da cadeia produtiva defendem que a política comercial leve em conta a dependência externa do insumo. Segundo eles, o foco deve ser proteger a produção nacional sem provocar um desabastecimento súbito de um fio que o Brasil não fabrica em volume suficiente.

O pleito principal é pela calibragem das medidas, de forma que a busca por concorrência justa não comprometa milhares de empresas cuja sobrevivência depende de um abastecimento estável.

Para o setor, o desafio atual é equilibrar a política de defesa comercial com a necessidade de garantir continuidade produtiva em um mercado onde a dependência de importações é estrutural e amplamente conhecida pelos empresários, mas agora exposta também como um tema que exige maior alinhamento entre governo, indústria e cadeia têxtil nacional.

(*) Com informações da Abrafas

 

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Mercosul-União Europeia, maior acordo de livre comércio do planeta, será assinado dia 20 de dezembro, afirma Lula

Da Redação (*)

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste domingo (23), que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) será assinado em 20 de dezembro.  Neste semestre, o Brasil está na presidência do bloco sul-americano e Lula colocou como prioridade a finalização do acordo com os europeus.

“É um acordo que envolve praticamente 722 milhões de habitantes e US$ 22 trilhões de Produto Interno Bruto (PIB). É uma coisa extremamente importante, possivelmente seja o maior acordo comercial do mundo. E aí, depois que assinar o acordo, vai ter ainda muita tarefa para a gente poder começar a usufruir das benesses desse acordo, mas vai ser assinado”, acrescentou.

Lula concedeu entrevista à imprensa em Joanesburgo, na África do Sul, onde participou da Cúpula de Líderes do G20 – grupos das maiores economias do mundo.

A União Europeia e o bloco formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai completaram as negociações sobre o acordo em dezembro passado, cerca de 25 anos após o início das conversações. Serão firmados dois textos: o primeiro de natureza econômica-comercial, que é de vigência provisória, e um acordo completo.

Em setembro, eles foram submetidos formalmente pela Comissão Europeia ao Parlamento Europeu e aos estados-membros do bloco europeu. O Parlamento Europeu precisa aprovar com votos favoráveis de 50% dos deputados mais um, o que pode ter resistências de países como a França, que questionam termos do acordo.

Além disso, pelo menos 15 dos 27 países precisam ratificar o texto, representando pelo menos 65% da população total da União Europeia, o que pode levar vários anos. Quando o acordo completo entrar em vigor, ele substituirá o acordo comercial provisório.

Os países do Mercosul precisam fazer o mesmo e submeter o documento final aos seus parlamentares, mas a entrada em vigor é individual, ou seja, não é preciso esperar a aprovação dos parlamentos dos quatro estados-membros.

Protecionismo

A França, o maior produtor de carne bovina da EU, classificou o acordo como “inaceitável” dizendo que não leva em consideração exigências ambientais na produção agrícola e industrial. O presidente Lula rebateu, afirmando que a França é protecionista sobre seus interesses agrícolas.

Agricultores europeus já protestaram várias vezes, dizendo que o acordo levaria a importações baratas de commodities sul-americanas, principalmente carne bovina, que não atendem aos padrões de segurança alimentar e ecológicos da UE. A Comissão Europeia negou que esse seja o caso.

O Brasil defende que qualquer regulamento sobre salvaguardas que seja adotado internamente pela União Europeia esteja em plena conformidade com o espírito e os termos pactuados no acordo.

A comissão e os proponentes, como a Alemanha e a Espanha, afirmam que o acordo oferece uma maneira de compensar a perda de comércio devido às tarifas impostas por Donald Trump e de reduzir a dependência da China, principalmente em relação a minerais essenciais.

Os defensores do acordo na União Europeia veem o Mercosul como um mercado crescente para carros, máquinas e produtos químicos europeus e uma fonte confiável de minerais essenciais para sua transição verde, como o lítio metálico para baterias, do qual a Europa agora depende da China. Eles também apontam para os benefícios agrícolas, já que o acordo ofereceria maior acesso e tarifas mais baixas para queijos, presunto e vinho da UE.

Agenda

Durante a entrevista à imprensa, Lula esclareceu ainda que a assinatura do acordo deve ocorrer em Brasília, quando haverá a Cúpula de Líderes do Mercosul, em 20 de dezembro, em Foz do Iguaçu.

Segundo ele, nesta data, o presidente do Paraguai não poderá estar presente, então a reunião de alto nível deve ser realizada no início de janeiro, em Foz do Iguaçu (PR), na região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

“Possivelmente a gente marque a reunião do Mercosul para o começo de janeiro e assine [o acordo] no dia 20 de dezembro”, disse.

(*) Com informações da Agência Brasil

 

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Tarifaço de Trump: volume de exportações isentas de sobretaxas supera as submetidas à tarifa cheia de 50%, mostra estudo da CNI

Com nova medida do governo americano, 37,1% das vendas aos EUA estão livres de sobretaxas, enquanto exportações que enfrentam tarifa de 50% representam 32,7%

Da Redação (*)

Brasília – A ampliação de itens isentos da tarifa de 40% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil faz com que 37,1% das vendas brasileiras ao mercado norte-americano (US$ 15,7 bilhões) fiquem livres de taxas adicionais. Com a medida, pela primeira vez desde agosto, o volume exportado isento das sobretaxas supera aquele submetido à tarifa cheia de 50%, que atinge 32,7% das exportações, mostra um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os cálculos consideram dados de 2024, com base em estatísticas da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos.

A decisão do governo de Donald Trump de remover a tarifa para a compra de 238 produtos listados nos Anexo I e II, dos quais 85 foram exportados pelo Brasil em 2024, como carne bovina, café e cacau, insumos comuns da cesta de consumo da população americana, foi divulgada nesta quinta-feira (20). Ainda assim, 62,9% das vendas brasileiras aos EUA permanecem sujeitas a algum tipo de tarifa adicional, considerando tanto as medidas horizontais quanto as setoriais, como as aplicadas para aço e alumínio.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, as mudanças impulsionam a competitividade do produto brasileiro e sinalizam disposição dos EUA para aprofundar a negociação, o que pode incluir avanços na pauta industrial. “Setores muito relevantes, como máquinas e equipamentos, móveis e calçados, que tinham os EUA como principais clientes externos, ainda não entraram na lista de exceções. O aumento das isenções é um sinal muito positivo de que temos espaço para remover as barreiras para outros produtos industriais. Esse é nosso foco agora”, avalia Alban.

Confira o comentário do superintendente de Relações Internacionais da CNI, Frederico Lamego:

Veja como fica a situação das exportações brasileiras aos EUA   

  • Isentos de sobretaxa: 37,1% das exportações (US$ 15,7 bilhões)
  • Total de exportações sujeitas a algum tipo de tarifa: 62,9%
  • Tarifa recíproca de 10%: 7,0% das exportações (US$ 2,9 bilhões)
  • Tarifa adicional de 40%: 3,8% das exportações (US$ 1,6 bilhão)
  • Tarifa combinada de 50% (10% de tarifa recíproca + 40% específica ao Brasil): 32,7% das exportações (US$ 13,8 bilhões)
  • Tarifa setorial de 50% (Seção 232): 11,9% das exportações (US$ 5 bilhões)
  • Isenção da tarifa de 40% condicionada à destinação para a aviação civil, instituída pela Ordem Executiva de julho: 7,5% das exportações (US$ 3,2 bilhões)

(*) Com informações da CNI

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“Nova ordem executiva dos EUA representa o maior avanço nas negociações do Brasil com os EUA”, diz Alckmin

Em entrevista coletiva o presidente em exercício afirmou que o trabalho do governo brasileiro continua, agora com menos barreiras sobre produtos agropecuários

Da Redação (*)

Brasília – O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, concedeu entrevista coletiva na sexta-feira (21) à noite, sobre a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a tarifa adicional de 40% para uma série de produtos agropecuários importados do Brasil. Na conversa, ele classificou a ordem executiva dos EUA, anunciada ontem, como o maior avanço nas negociações entre os dois países. Entre os itens beneficiados pela nova decisão estão carne, café, frutas, cacau, açaí e fertilizantes.

“A última ordem executiva do presidente Trump representa a maior redução de tarifas. Foi o maior avanço nas negociações Brasil-Estados Unidos. Quando começou, nós tínhamos 36% da exportação brasileira no tarifaço. Gradualmente, alguns produtos foram saindo, pois já tivemos duas decisões anteriores. Agora, nessa decisão de ontem, nós tivemos o maior avanço: 238 produtos saíram do tarifaço”, destacou Alckmin.

Foi o maior avanço nas negociações Brasil-Estados Unidos. Quando começou, tínhamos 36% da exportação brasileira no tarifaço. Agora, temos 22%. Gradualmente, alguns produtos foram saindo, pois já tivemos duas decisões anteriores. Agora, nessa decisão, tivemos o maior avanço: 238 produtos saíram do tarifaço”, disse Alckmin.

Alckmin explicou que a nova ordem executiva reduziu de 36% para 22% o impacto do tarifaço nas exportações brasileiras aos EUA|. Embora a decisão tenha sido divulgada nesta quinta-feira (20/11), o governo norte-americano definiu que ela tem validade retroativa a 13 de novembro com o consequente reembolso a quem pagou a sobretaxa a partir dessa data.

“Na exposição de motivos do presidente Donald Trump, que assinou a ordem executiva, ele destaca o diálogo que teve com o presidente Lula, que foi importante, e também as informações da sua equipe”, pontuou Alckmin. “Queremos reiterar que nós continuamos otimistas e que o trabalho não terminou. Ele avança e agora com menos barreiras”, concluiu o presidente em exercício.

SINAL IMPORTANTE

Na noite desta quinta-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou a decisão do governo dos Estados Unidos. “Acabo de receber uma notícia que me deixou feliz. O presidente Trump acaba de anunciar que vai começar a reduzir vários produtos brasileiros que foram taxados em 40%. Isso é um sinal muito importante para a relação civilizada que tem que ter Brasil e Estados Unidos”, afirmou Lula, em vídeo postado na rede social X em que estava acompanhado de Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta sexta-feira (21/11), Lula desembarcou em Joanesburgo para participar da Cúpula de Líderes do G20, que será realizada nos dias 22 e 23 de novembro.

AGROPECUÁRIA

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, considera que a retirada de tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos agrícolas brasileiros representa um avanço significativo na relação bilateral e confirma que o diálogo técnico e institucional retomou seu curso natural.

Com o fim da sobretaxa, produtos brasileiros voltam a acessar o mercado norte-americano em condições mais competitivas, reforçando o papel do país como um dos principais fornecedores globais de alimentos. “Quem ganha com isso são os brasileiros, são os norte-americanos, a América e a relação comercial mundial”, enfatizou. “O diálogo continua. Ainda há muito a negociar, mas, para a agropecuária brasileira, esta decisão foi excelente”, completou o ministro Carlos Fávaro.

(*) Com informações do MDIC

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