Jorge Viana destaca otimismo com resultado do encontro dos presidentes Lula e Trump na Malásia

Da Redação (*)

Brasília – O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, vê com otimismo os resultados do encontro oficial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último domingo (26) em Kuala Lumpur.

Viana, que integrou a comitiva do presidente Lula na Missão ao Sudeste Asiático, destacou a grande importância do encontro: “Eu estava ao lado do presidente Lula, e ele me disse: ‘O encontro com o presidente Trump foi muito bom’. Então, acho que isso é um momento histórico que estamos vivendo no mundo, quando o presidente do Brasil, da maneira correta, como um grande líder, também se reúne com o presidente dos Estados Unidos. Isso nos traz tranquilidade, porque é assim que acontece quando dois líderes se encontram”, disse durante a Cúpula Empresarial Brasil-Malásia, evento realizado pela ApexBrasil e Ministério das Relações Exteriores (MRE) que fez parte da programação da Missão.

O presidente da ApexBrasil também ressaltou que o diálogo direto entre os dois chefes de Estado representa um passo importante para restabelecer a previsibilidade e a confiança nas relações bilaterais, que são historicamente positivas. “Brasil e Estados Unidos são parceiros tradicionais.  Em 2024, eles foram o segundo principal destino das exportações brasileiras, com US$ 40,4 bilhões exportados, o que representou 12% da pauta exportadora. No campo dos investimentos, os norte-americanos figuram há mais de uma década entre os principais investidores estrangeiros no país. Os números reforçam a posição do governo brasileiro de que não há motivos econômicos que justifiquem essa medida adotada pelo governo Trump”, reforça Viana.

Forte impacto das tarifas nas exportações para os EUA

Segundo a mais recente publicação da newsletter Impulso das Exportações da ApexBrasil, as barreiras tarifárias americanas tiveram impacto principalmente nos resultados do terceiro trimestre, quando os embarques brasileiros recuaram de US$ 3,8 bilhões, em julho, para US$ 2,6 bilhões em setembro, queda de 28%. No acumulado do ano, as vendas externas para os Estados Unidos, apresentaram queda de 0,6%, totalizando US$ 29,2 bi. O desempenho contrasta também com o mesmo trimestre de 2024, quando os valores permaneceram estáveis acima de US$ 3,2 bilhões, evidenciando o impacto imediato das novas barreiras comerciais sobre a pauta exportadora brasileira.

Desde o anúncio do tarifaço, a ApexBrasil vem atuando tanto em inteligência de mercado – identificando novas oportunidades – quanto na realização de ações de promoção comercial por meio de projetos e programas que conectam empresas brasileiras a compradores internacionais dos mais diversos países. Recentemente, a Agência publicou o estudo “Diversificação de Mercados por Estados Brasileiros”, que analisou o impacto dessas tarifas nos principais setores afetados e apresentou potenciais destinos alternativos aos Estados Unidos.

O estudo apontou que, das regiões, o Sudeste aparece na primeira colocação entre as mais dependentes dos Estados Unidos. Cerca de 17% do valor dos produtos exportados pela região teve os EUA como destino, em 2024. O Nordeste ficou em segundo lugar, com 11%, seguido das regiões Sul (9%), Norte (4%) e Centro-Oeste (3%). Analisando por estado, o Ceará foi o mais dependente das exportações para os EUA em 2024: dos US$ 1,5 bilhão exportados pelo estado naquele ano, US$ 659,1 milhões (45%) tiveram o país como destino.

(*) Com informações da ApexBrasil

 

 

 

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O Prêmio Nobel da Paz e a democracia

Ives Gandra da Silva Martins (*)

Recentemente, a candidata que foi impedida de concorrer às eleições presidenciais na Venezuela em 2024 e líder da oposição naquele país, María Corina Machado, venceu o Prêmio Nobel da Paz. Quase todos os países do mundo a cumprimentaram. O Presidente Lula não o fez, o que, mais uma vez, demonstra que ele é favorável ao governo do farsante Nicolás Maduro, que preside a Venezuela, não obstante o fato de ele ter perdido as eleições com apenas um terço do eleitorado a seu favor e dois terços contrários, de acordo com as legítimas atas de todas as zonas eleitorais. O governo brasileiro, entretanto, silenciou diante dos resultados.

María Corina Machado teve um papel tão extraordinário na luta incansável para que a Venezuela volte a ser um país democrático que, apesar de muitos esperarem que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fosse o laureado – por estar conseguindo um acordo entre palestinos e israelenses -, foi ela quem mereceu a honraria.

Nessa esteira, impressiona-me muito a relação do Presidente Lula com a corrupção no Peru: trouxe uma condenada por esse crime naquele país para o Brasil em avião da FAB. Na Argentina, visitou outra condenada por corrupção, criticando o sistema jurídico e o judiciário daquele país. Outro ponto é a relação com a ditadura de Cuba, para a qual o Brasil emprestou dinheiro e ainda não recebeu de volta. Há, ainda, a relação com a Venezuela, a ponto de mandar a embaixadora brasileira à posse, considerada absolutamente ilegítima de Maduro, que fraudou as eleições, jamais mostrando o resultado das urnas. Lembremo-nos de que a Venezuela também deve dinheiro ao Brasil.

Por outro lado, o Brasil, o Presidente Lula e o Itamaraty não tiveram a coragem de cumprimentar María Corina Machado pelo recebimento do Prêmio Nobel da Paz; ela que, sendo considerada a principal representante da oposição democrática na Venezuela, é a voz da democracia e da liberdade. Ora, inúmeros países do mundo civilizado a cumprimentaram.

Trata-se, pois, da primeira mulher da América do Sul a receber um Prêmio Nobel, algo que é muito significativo para todas as mulheres, em especial as latino-americanas, para o Brasil e, enfim, para quem tem procurado valorizar as mulheres. Contudo, repito, não foi cumprimentada pelo governo brasileiro.

Parece-me que quem fala tanto de democracia deve ser coerente com seus gestos, pois democratas são aqueles que defendem a democracia e cumprimentam aqueles que lutam por ela.

Ora, no Brasil muito se fala de um golpe que nunca houve — é apenas uma narrativa -, pois é importante lembrar que as pessoas que estão presas não tinham uma arma sequer no dia 8 de janeiro. Por outro lado, tenho absoluta convicção de que os comandantes das três Forças (pelo menos do Exército, que detém dois terços dos contingentes armados no Brasil) jamais dariam um golpe. Falo como professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde ministrei aulas sobre a Constituição brasileira para aqueles que seriam gene

Ainda assim, o que vemos é que, no exterior, os amigos do Presidente Lula são grandes ditadores. As relações com Israel estão praticamente interrompidas, pois ele protege sempre o grupo terrorista Hamas, que tudo faz para que não haja paz na Palestina.

A impressão que tenho é que há um discurso pela democracia, mas uma prática de imensa cordialidade com os ditadores. Esse silêncio sepulcral em relação à concessão do Prêmio Nobel da Paz para quem luta pela democracia contra a ditadura de um fraudador como Nicolás Maduro demonstra, efetivamente, que o discurso presidencial não corresponde à prática.

Entendo que o Brasil é um país que ama a democracia, tanto que vemos pessoas lutando pela liberdade de expressão, algo que caracteriza uma democracia autêntica, e temos que continuar nessa luta.

Sendo assim, o Presidente Lula poderia, analisando melhor suas relações internacionais, demonstrar que também é favorável a que tenhamos democracia na América Latina e, portanto, cumprimentar María Corina Machado.

(*) Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

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Camex renova punição à China por dumping: país entrega no Brasil por US$ 8,75/kg escovas que vende por US$ 17,24/kg em seu mercado interno

 

Da Redação (*)

Brasília – O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) decidiu prorrogar por mais cinco anos a cobrança de alíquotas extras para a importação de escovas para cabelo, cadeados e pigmentos de dióxido de titânio produzidos na China.

A medida também se aplica, pelos mesmos cinco anos, às importações brasileiras de etanolaminas adquiridas na Alemanha e nos Estados Unidos. Derivadas do óxido de eteno, as etanolaminas são usadas na produção de defensivos agrícolas; cosméticos; produtos de limpeza; cimento e concreto e na indústria petrolífera.

Segundo o comitê, o objetivo das medidas é proteger os produtores brasileiros, evitando que concorrentes estrangeiros pratiquem o chamado dumping – ou seja, que vendam seus produtos para importadores brasileiros por preços inferiores aos que cobram dos consumidores chineses.

No caso das escovas para cabelo, por exemplo, cada quilo do produto proveniente da China pagará, além da tarifa do Imposto de Importação, uma taxa extra de US$ 8,78 para ingressar em território brasileiro, conforme estabelece a Resolução Gecex nº 801, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (24).

A taxa extra vem sendo cobrada das escovas para cabelo chinesas desde junho de 2007, a pedido do Sindicato da Indústria de Móveis de Junco, Vime, autor do pedido de investigação que levou a Gecex a concluir a prática de dumping pelos exportadores chineses.

Prorrogada em 2012 e em 2019, a medida ajudou as indústrias brasileiras, embora, segundo os próprios técnicos da Camex, não tenha sido suficiente para impedir que as escovas chinesas continuassem chegando ao Brasil por um valor inferior ao cobrado dos consumidores chineses.

Um caso explícito de dumping praticado pela China

Durante a terceira e mais recente revisão, os técnicos concluíram que, entre abril de 2023 e março de 2024, os exportadores chineses conseguiam entregar suas escovas no Brasil por, em média, US$ 8,47/kg, enquanto, na China, os mesmos produtos eram vendidos por, em média, US$ 17,24/kg. Disputando um mercado que, segundo o Simvep, movimentou cerca de R$ 204 milhões em 2024.

“A gente aplica a medida contra os produtores chineses, eles pegam e transferem suas vendas para o Vietnã, para Hong Kong. E não temos como promover muitos processos como este, pois eles são caros, detalhistas e consomem entre um ano e meio e dois anos de análises. E as medidas, quando aprovadas, vigoram por apenas cinco anos, quando têm que ser revisadas, se for o caso”, afirmou o presidente do Simvep, Manoel Miguez, referindo-se especificamente à taxa extra imposta às escovas.

No caso das importações brasileiras de pigmentos de dióxido de titânio comercializados por exportadores chineses, as alíquotas adicionais vão de US$ 1.148,72 a US$ 1.267,74 por tonelada do produto, conforme o fabricante. O pigmento de dióxido de titânio serve para diversos fins industriais, incluindo a produção de tintas e revestimentos e também em alguns produtos farmacêuticos.

Já de alguns tipos de cadeados chineses será cobrada, também pelos próximos cinco anos, uma alíquota de US$ 10,11/kg, além da taxa de importação [https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=24/10/2025&jornal=515&pagina=66&totalArquivos=388~], enquanto as etanolaminas originárias da Alemanha e dos Estados Unidos pagarão, adicionalmente, entre 7,4% e 59,3% do valor unitário da mercadoria. Neste caso, a cobrança extra para inibir o dumping vem sendo cobrada desde 2014 – com uma breve interrupção relativa ao produto alemão.

(*) Com informações do MDIC

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Soja brasileira quebra recorde e fortalece posição estratégica em meio à guerra tarifária

Angela Cristina Kochinski Tripoli (*)

Em um cenário global marcado por tensões comerciais e disputas tarifárias, o Brasil surpreende ao alcançar um marco histórico: a exportação de 102,2 milhões de toneladas de soja entre janeiro e outubro de 2025. O feito supera os recordes de 2023 e 2024 e rompeu, com três meses de antecedência, a barreira simbólica do recorde anual, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Este desempenho revela não apenas a força do agronegócio brasileiro, mas também a capacidade do país de se posicionar estrategicamente em meio a uma guerra comercial entre duas das maiores economias do mundo: China e Estados Unidos. Em um contexto de reconfiguração das cadeias globais de suprimentos, o Brasil soube ocupar um espaço privilegiado, aproveitando a conjuntura internacional para fortalecer sua presença no comércio agrícola global.

Com base nos dados mais recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o ritmo diário de exportações de soja em outubro cresceu 31,1% em relação ao mesmo mês de 2024, saltando de 214 mil para 280 mil toneladas por dia. Em apenas 13 dias úteis, o Brasil embarcou 3,6 milhões de toneladas, com tendência de encerrar o mês acima das 4,7 milhões registradas no ano anterior.

O principal vetor desse crescimento foi a combinação entre uma safra recorde e a demanda extraordinária da China. Segundo a Anec, o Brasil colheu mais de 170 milhões de toneladas de soja em 2025, o que garantiu oferta suficiente para atender à crescente demanda internacional.

A China, envolvida em uma guerra tarifária com os Estados Unidos, reduziu drasticamente suas compras da soja americana — uma queda de 78% entre janeiro e agosto de 2025. Com tarifas de até 34% sobre o produto dos EUA, o país asiático voltou-se ao Brasil, que oferece soja com tarifa zero. No mês de setembro, 93% das exportações brasileiras de soja tiveram como destino a China, consolidando uma participação média de 79,9% ao longo do ano. Esse percentual supera a média histórica de 74% registrada entre 2021 e 2024, evidenciando o fortalecimento da parceria comercial sino-brasileira.

Esse movimento não apenas impulsionou os embarques brasileiros, como também reafirmou o Brasil como fornecedor estratégico em meio à instabilidade comercial global. A projeção da Anec é que até dezembro o país exporte cerca de 110 milhões de toneladas de soja, consolidando um novo recorde absoluto e reafirmando o protagonismo brasileiro no comércio agrícola global.

O recorde antecipado das exportações brasileiras de soja em 2025 é mais do que um número impressionante, é um reflexo da resiliência, da competitividade e da capacidade de adaptação do Brasil frente aos desafios globais. Mesmo diante de barreiras tarifárias e disputas geopolíticas, o país soube aproveitar uma janela de oportunidade criada pela guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Contudo, é preciso refletir sobre a sustentabilidade desse crescimento. A demanda chinesa, embora intensa, pode ser temporária. Caso haja uma reaproximação comercial entre China e EUA, ou mudanças nas políticas tarifárias, o Brasil poderá enfrentar uma retração.

Assim, o desafio futuro será diversificar mercados, investir em infraestrutura logística, ampliar acordos comerciais multilaterais e agregar valor à produção por meio de industrialização e certificações sustentáveis, garantindo que o sucesso de hoje não seja apenas um ponto fora da curva, mas o início de uma nova era para o comércio exterior brasileiro.

(*) Angela Cristina Kochinski Tripoli é graduada em Administração com Habilitação em Gestão de Negócios Internacionais, mestre e doutora em Administração e coordenadora de cursos no Centro Universitário Internacional – UNINTER.

 

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Paraná consolida sua força como potência industrial brasileira

Evanio do Nascimento Felippe (*)

A indústria paranaense vive um dos momentos mais positivos de sua trajetória recente. Com um crescimento de 4,2% na produção industrial acumulada em 2025, até o último dado disponível (agosto), o Paraná lidera o avanço industrial entre os estados mais relevantes do país, na frente de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Embora outras federações, como Pará e Espírito Santo, também apresentem crescimento, o protagonismo paranaense se confirma quando o critério é o peso industrial no contexto nacional.

Esse desempenho é fruto de uma série de fatores que vêm se consolidando ao longo dos anos e que se manifestam de forma bastante clara neste momento. O primeiro deles é o dinamismo do mercado de trabalho. Enquanto a taxa de desemprego nacional gira em torno de 5,8%, no Paraná ela está abaixo dos 4%. Isso significa mais pessoas empregadas, mais renda circulando, maior consumo e, portanto, demanda mais elevada por bens produzidos localmente, o que impulsiona diretamente o setor industrial.

Outro ponto relevante é o crescimento consistente dos setores de comércio e serviços, que respondem por cerca de 70% do PIB nacional. À medida que esses setores crescem, demandam mais produtos da indústria, gerando uma retroalimentação positiva para o setor produtivo. Esse movimento é observado não apenas em nível estadual, mas em todo o território nacional.

Do ponto de vista setorial, alguns segmentos se destacam de forma significativa no Paraná. A produção de máquinas e equipamentos, categoria que compõe os chamados bens de capital, tem puxado a fila do crescimento industrial, acompanhada por setores como o automotivo, papel e celulose, produtos químicos e aparelhos elétricos. Tais segmentos, com forte capacidade de gerar inovação, emprego qualificado e valor agregado, têm sido motores da expansão industrial paranaense.

Esse desempenho, porém, não surge de forma isolada. Ele está diretamente relacionado à capacidade empreendedora da sociedade paranaense, que tem se mostrado perspicaz na identificação e materialização de oportunidades. Isso, aliado a investimentos consistentes ao longo dos últimos anos tanto por parte do setor privado quanto de iniciativas públicas, tem criado um ambiente favorável para o avanço da indústria. Um exemplo é o investimento da Klabin nos projetos Puma I e II, que gerou não apenas crescimento na produção de papel e celulose, mas uma série de externalidades positivas que beneficiam todo o estado.

Também é importante citar os novos investimentos internacionais que vêm sendo atraídos. Um caso emblemático é a instalação de uma fábrica chinesa de pneus no estado, movimento que demonstra a atratividade do Paraná no cenário global. Embora a indústria de alimentos ainda represente cerca de 30% da matriz industrial local, apoiada pela força do setor agropecuário paranaense, há uma clara diversificação do parque fabril, o que amplia ainda mais a resiliência e a capacidade de expansão do estado.

Naturalmente, existem desafios. A infraestrutura é um deles, e não se restringe apenas a rodovias ou ferrovias. Estamos falando de logística integrada, conectividade digital (como 5G e, em breve, 6G) e modernização da estrutura energética. Investir em infraestrutura é investir em competitividade. Quando o custo logístico diminui, o produto chega mais barato ao consumidor. Isso contribui para o controle inflacionário, estimula o consumo e retroalimenta a produção, um ciclo virtuoso que precisa de base sólida para se sustentar.

Nesse cenário, a atuação da FIEP, associada da AHK Paraná, tem sido estratégica. Por meio dos Fóruns Regionais da Indústria, implementados em 2024, a Federação vem promovendo uma escuta ativa em todas as regiões do estado. Esses encontros identificaram quatro eixos prioritários: energia, infraestrutura, empregabilidade e parques industriais. A partir daí, foram criadas oficinas regionais, que buscam soluções concretas com a participação de empresários, sociedade civil e poder público.

Mais do que representar a indústria, a FIEP tem sido catalisadora de ações e propostas que fomentam o desenvolvimento sustentável e competitivo da indústria paranaense. Hoje, o Paraná é a quarta maior economia industrial do país e, dependendo do recorte, ocupa o terceiro lugar, considerando apenas a indústria de transformação. É um estado que gera empregos qualificados, produz riqueza, recolhe impostos e, sobretudo, melhora a qualidade de vida das pessoas.

O papel da indústria vai além dos números, ela está presente na rotina de milhares de famílias, nos mais diversos municípios do estado. A atividade industrial transforma, desenvolve, conecta e proporciona bem-estar. E é com essa convicção que seguimos trabalhando para consolidar o Paraná como um dos melhores locais do Brasil, e da América Latina, para se produzir, inovar e crescer.

(*) Evanio do Nascimento Felippe é economista da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).

 

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“Taxa das blusinhas” reduz em 38% intenção de compras de produtos importados, mostra pesquisa da CNI

Imposto de Importação fez crescer de 22% para 32% o número de consumidores que procuraram um produto similar com entrega nacional. ICMS, frete e prazo de entrega também motivaram desistências

Da Redação (*)

Brasília – Aumentou de 13% para 38% o total de consumidores que desistiram de comprar em sites internacionais por causa do custo com o Imposto de Importação. É o que destaca a pesquisa Retratos do Brasil, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) à Nexus, e divulgada nesta segunda-feira (27). O levantamento compara dados sobre hábitos de consumo da população em maio de 2024 com outubro de 2025.

Segundo o superintendente de Economia da CNI, Marcio Guerra, o impacto da taxação das importações de até US$ 50 é positivo para a indústria brasileira, que está sujeita a condições desiguais de competição com outros países.

“A implementação do Imposto de Importação é o início de um processo que busca trazer mais justiça e competitividade para a indústria nacional. No entanto, o imposto ainda está em um patamar muito aquém do necessário para chegarmos a esse equilíbrio, pois a carga tributária de outros países é muito menor que a nossa”, avalia.

A desistência por causa do imposto chegou a:

  • 51% entre as pessoas com ensino superior;
  • 46% entre aqueles com 16 e 24 anos ou 25 a 40 anos;
  • 45% entre os que ganham mais de cinco salários mínimos;
  • 42% entre os vivem na região Nordeste.

Segundo a pesquisa, a desistência por causa da “taxa das blusinhas” fez subir de 22% para 32% o número de pessoas que foram atrás de um produto similar com entrega nacional. O percentual de consumidores que procuraram um item parecido em loja física passou de 13% para 14%, enquanto a quantidade de pessoas que buscaram item similar em outro site ou aplicativo internacional cresceu cinco pontos percentuais, de 6% para 11%. A desistência definitiva caiu de 58% para 42%.

ICMS também é barreira para importações

Também aumentou, de 32% para 36%, o total de consumidores que deixaram de importar por causa do custo com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O percentual de desistência cresce entre as pessoas com ensino superior (48%); os mais jovens (45%); aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos (41%); e os que vivem no Nordeste (41%).

Entre os consumidores que abandonaram uma compra internacional por causa do custo do ICMS:

  • Aumentou de 26% para 34% o percentual daqueles que procuraram um similar com entrega nacional;
  • Caiu de 17% para 14% o total dos que buscaram um similar em loja física;
  • Cresceu de 5% para 9% o percentual dos que procuraram comprar um similar de outro site ou aplicativo de varejo internacional;
  • Caiu de 51% para 41% o percentual dos que desistiram definitivamente do item.

Frete caro e prazo de entrega demorado também inibem importações

O preço do frete internacional e o prazo de entrega demorado também foram motivos para que boa parte dos consumidores desistisse de fazer compras internacionais no último ano. 45% dos compradores abandonaram pedidos ao saberem do custo do frete, um aumento de cinco pontos percentuais em relação à pesquisa realizada em maio do ano passado.

“Isso pode sinalizar um avanço na racionalidade do consumidor brasileiro na hora da compra, ou seja, a ‘taxa da blusinha’ trouxe reflexões que antes desapareciam por conta do tamanho da diferença dos preços”, afirma Marcio Guerra.

Outros 32% desistiram de comprar em plataformas internacionais ao descobrirem o prazo de entrega do produto. Em maio de 2024, o percentual era de 34%. A desistência sobe para 43% entre os consumidores com ensino superior; 40% entre as pessoas de 25 a 40 anos; 39% entre os que ganham mais de cinco salários mínimos; e 36% entre os moradores da região Sul.

Uso pessoal foi principal motivo para importação

A pesquisa também quis saber qual a finalidade das importações. Três em cada quatro (75%) dos entrevistados disseram que todos os produtos foram para uso pessoal. O número sobe para:

  • 90% entre os cidadãos com mais de 60 anos;
  • 84% entre os moradores do Norte/Centro-Oeste;
  • 82% entre os que ganham de um a dois salários mínimos;
  • 81% entre as mulheres e aqueles com ensino fundamental completo.

Por outro lado, apenas 10% dos entrevistados compraram todos os itens para uso no trabalho, percentual maior entre os moradores da região Sul (19%); pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos ou que têm entre 25 e 40 anos (15%); homens (14%) e cidadãos com ensino superior (12%).

Apenas 2% dos consumidores importaram produtos pensando em revenda.

(*) Com informações da CNI

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Parceria MBRF com HPDC cria a Sadia Halal, maior empresa de frango halal do mundo

 

  • A parceria combina a experiência industrial da MBRF com o alcance institucional e financeiro do PIF através do HPDC, criando um modelo de negócio único no mundo Halal.
  • Iniciativa fortalece parceria estratégica, destravando valor em um mercado com consumo crescente de proteínas e ampla disponibilidade de capital
  • A transação marca o primeiro passo para a realização de um IPO da Sadia Halal, a partir de 2027

Da Redação (*)

Brasília – A MBRF e a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária integral do Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita, anunciam a expansão de sua joint venture, dando origem à Sadia Halal, potência multiproteína do mercado halal. A transação, avaliada em US$ 2,07 bilhões, engloba as fábricas e centros de distribuição da MBRF localizados na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos; suas empresas de distribuição no Catar, Kuwait e Omã, além do negócio de exportações diretas de aves, bovinos e produtos processados para clientes na região MENA.

Os ativos foram avaliados em US$ 2,07 bilhões com faturamento líquido de US$2,1 bilhões nos últimos 12 meses até junho, equivalente a 7,3% da receita consolidada da MBRF, e um EBITDA de US$ 230 milhões, dando um múltiplo implícito de 9x. Os ativos da Turquia não fazem parte da transação.

A nova configuração fortalece a parceria com a HPDC e consolida todos os ativos da MBRF na região, incluindo também a fábrica de processados e o centro de inovações em construção em Jeddah, além da participação na Addoha Poultry Company, produtora local de frango resfriado em Dammam, que já faziam parte da joint venture.

“A expansão da parceria com a HPDC visa reforçar a presença regional da MBRF em um dos mercados mais lucrativos e influentes do mundo, aproximando cada vez mais nossas marcas dos consumidores locais e assegurando a presença permanente na agenda de segurança alimentar do país. Além disso, a operação abre a possibilidade para um IPO a partir de 2027”, pontua Marcos Molina, chairman e controlador da MBRF.

“O movimento está em linha com a estratégia da MBRF de fortalecimento de suas operações no mercado Halal, onde a empresa está presente há mais de 50 anos e lidera o mercado com Sadia, a marca preferida dos consumidores e que detém 36,2% de market share* nos países do GCC (Conselho de Cooperação do Golfo). Atualmente, a Companhia realiza cerca de 111 mil entregas mensais para mais de 17 mil pontos de venda na região”, destaca Marquinhos Molina, Chairman da Sadia Halal e CEO para a Arábia Saudita.

O negócio prevê a celebração de um acordo de fornecimento de produtos de frango e bovino da MBRF para Sadia Halal com duração de 10 anos renováveis, a partir das fábricas localizadas no Brasil. A precificação dos produtos será baseada na metodologia de custo total (cost plus +5%), seguindo as regras aplicáveis sobre preços de transferência.

Parceria agrega valor sustentável

“A Sadia Halal continuará potencializando a base de ativos da MBRF no Brasil, com competitividade global e habilitações para exportações para os principais mercados Halal. O fortalecimento da parceria com a HPDC também abre a possibilidade de expansão da atuação da companhia na região, ampliando a base produtiva. A partir de um portfólio complementar, que inclui a marca de bovinos Sadia Bassi, vamos continuar nos aproximando cada vez mais dos nossos consumidores e agregando valor sustentável ao nosso negócio”, destaca Fábio Mariano, Vice-presidente da MBRF para o mercado Halal e CEO da Sadia Halal.

Na data do fechamento, a HPDC deterá 10% da Companhia, com planejamento de chegar a 30% e direito de atingir até 40%. O aumento de participação ocorrerá por meio de aporte de capital, 50% primário e 50% secundário. A transação marca o primeiro passo para a realização de um IPO da Sadia Halal a partir de 2027, sujeito a condições de mercado e obrigações regulatórias aplicáveis.

“Este movimento está totalmente alinhado com os objetivos de diversificação econômica estabelecidos na Visão 2030 da Arábia Saudita, acelerando a transformação sustentável da região em um centro global de produtos Halal. Por isso, estamos planejando aumentar a nossa participação para atingir 30%”, afirma Fahad AlNuhait, CEO da HPDC.

A Sadia Halal adotará os mais altos padrões de excelência em governança e práticas ESG, consolidando a Sadia Halal como referência global de alimentos Halal. A Sadia Halal nasce com um propósito claro: criar uma referência global em proteínas Halal e contribuir para a segurança alimentar global.

A operação está sujeita à aprovação dos órgãos regulatórios competentes.

O mercado Halal

O mercado halal movimenta mais de US$ 2 trilhões por ano, sendo a proteína animal o principal segmento. Estima-se que o consumo de alimentos halal ultrapasse US$ 1,5 trilhão até 2027. A população muçulmana, que ultrapassa 1,9 bilhão de pessoas e cresce em média duas vezes mais rápido que a população global, garantindo uma demanda estável e crescente por proteínas Halal.

A demanda por produtos Halal vai além dos países de maioria islâmica, alcançando regiões com grandes comunidades muçulmanas e outras que valorizam os padrões de segurança do setor. A certificação Halal, que garante o cumprimento das normas islâmicas, também é vista como um selo de alta qualidade, higiene e produção ética, atraindo também consumidores não muçulmanos.

(*) Com informações da Nielsen

 

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“Em poucos dias teremos uma solução definitiva entre EUA e Brasil”, diz Lula otimista após reunião com Trump na Malásia 

Em tom otimista, presidente disse que espera um acordo de qualidade

Da Redação (*)

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (27) que está otimista em relação à suspensão das tarifas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos e que, em poucos dias, os países deverão chegar a um acordo.

“Tive ontem na reunião [com o presidente Donald Trump] uma boa impressão de que logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil”, afirmou Lula, em coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia, às 11h de segunda-feira (27), no horário local (à meia noite no Brasil).

“Estou convencido de que, em poucos dias, teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil para que a vida siga boa e alegre do jeito que dizia o Gonzaguinha na sua música”, acrescentou.

No encontro, Lula disse que reforçou o argumento de que os Estados Unidos registram superávit no comércio com o Brasil, não havendo necessidade de taxação dos produtos brasileiros. Lula afirmou ter entregado um documento com os temas que pretende abordar nas negociações.

“Eu não estou reivindicando nada que não seja justo para o Brasil e tenho do meu lado a verdade mais verdadeira e absoluta do mundo, os Estados Unidos não têm déficit com o Brasil, que foi a explicação da famosa taxação ao mundo, que os Estados Unidos só iam taxar os países com quem eles tinham déficit comercial”, disse.

Perguntado por jornalistas se Trump fez alguma promessa ao Brasil, Lula brincou dizendo que não é santo para receber promessas.

“Para mim, o que ele tem que fazer é compromisso. E o compromisso que ele fez é que ele pretende fazer um acordo de muito boa qualidade com o Brasil.”

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que também participou da coletiva, nas próximas semanas, ocorrerão reuniões das equipes dos dois países para a construção de um acordo.

“Concordamos em trabalhar para construir um acordo satisfatório para ambas as partes. Nas próximas semanas, acordamos um cronograma de reuniões entre as equipes negociadores para tratar das negociações de ambos os países com foco nos setores mais afetados pelas tarifas”, afirmou.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, disse que as discussões com os Estados Unidos estão “avançando espetacularmente bem”.

“O Brasil  solicita que haja reversão da decisão política tomada [relativa à taxação]. Os aspectos políticos que poderiam existir já não estão mais, não está mais na mesa aquilo que nunca poderia ter estado mesmo. Graças a essa posição, nós hoje fazemos uma discussão de um acordo comercial e não com outras naturezas que não sejam comerciais”, destacou Rosa.

Venezuela e COP

Na reunião com Trump, o presidente também se colocou à disposição para ajudar nas negociações com a Venezuela.

“Isso ficou muito claro, se precisar que o Brasil ajude, estamos à disposição, estamos à disposição para negociar”, disse.

“O Brasil não tem interesse que haja uma guerra na América do Sul. A nossa guerra é contra a pobreza e a fome. Se a gente não conseguir resolver o problema da fome e da miséria, como a gente vai fazer guerra? Para matar os famintos? Não dá para achar que tudo é resolvido à base da bala, que não é”, complementou.

Lula disse ainda que reforçou o convite para que Trump participe da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém. O presidente norte-americano anunciou a saída do país do Acordo de Paris, no qual os países se comprometem a reduzir as emissões de gases poluentes entre outras medidas para reduzir o aquecimento global.

“Convidei ele para ir a COP outra vez, disse para ele: ‘É importante que você vá para dizer o que você pensa. Se você não acredita nas coisas, vai lá para você poder dizer o que você pensa’. Não pode a gente fingir que não tem uma situação climática”, disse.

Outros mercados

Na coletiva, a equipe brasileira também ressaltou a importância das visitas à Indonésia e à Malásia, países com os quais o Brasil pretende expandir as relações.

“O Sudeste Asiático é o epicentro do crescimento global, zona dinâmica e polo de inovação tecnológica que está no centro das prioridades da política externa brasileira de diversificação de parcerias e atração de investimentos”, afirmou o ministro Mauro Vieira.

O presidente Lula também disse aos jornalistas que a Malásia terá apoio do Brasil para se tornar membro pleno do Brics. Atualmente, o país é um dos parceiros do grupo.

Lula completa 80 anos neste dia 27 de outubro. Ele começou a coletiva dizendo que está no melhor momento da minha vida. “Eu nunca me senti tão vivo e com tanta vontade de viver.”

(*) Com informações da Agência Brasil

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Lula diz, em Kuala Lumpur, que “Brasil está de braços abertos para receber empresários da Malásia”

Presidente participa de cúpulas com objetivo de atrair investimentos em áreas como semicondutores, sustentabilidade, biotecnologia e genética e ressalta. Vice-premier da Malásia afirma desejo de intensificar comércio com Brasil

Da Redação (*)

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste domingo, 26 de outubro, da Reunião Empresarial Brasil-Malásia, em Kuala Lumpur, capital do país do Sudeste Asiático. Durante o evento, Lula ressaltou o potencial de crescimento do comércio entre os dois países, e afirmou que “o Brasil está de braços abertos para receber empresários da Malásia

“Precisamos que os empresários da Malásia compareçam ao Brasil, conheçam o Brasil, construam parcerias com as empresas brasileiras que estão aqui”, disse o chefe de Estado brasileiro. “E que as empresas brasileiras que estão aqui conheçam melhor a Malásia, conheçam os empresários da Malásia e possam também fazer investimento aqui, porque política comercial é uma via de duas mãos, é um jogo de ganha-ganha”.

Ao discursar para empresários, Lula afirmou que o papel de um presidente da República é criar oportunidades para que empresários possam fazer negócios. Um de seus objetivos na viagem, disse ele, é fazer com que “o comércio do Brasil e da Malásia possa crescer acima dos quase 6 bilhões de dólares que nós temos”.

No evento, Brasil e Malásia firmaram memorando de entendimento sobre biotecnologia, cultivo de algas, inovação genética e desenvolvimento de sustentabilidade. Lula também destacou o potencial de cooperação mutuamente benéfica no setor de semicondutores, unindo a expertise tecnológica da Malásia às necessidades e ao mercado em crescimento do Brasil.

“Acabei de conversar com oito estudantes brasileiros que estão aqui na Malásia estudando, se preparando, para que o Brasil possa ter empresas da Malásia fazendo investimentos no Brasil, na produção de chips”, disse ele. “É uma coisa que nós precisamos, inclusive para evitar o risco da indústria brasileira terminar ou diminuir a sua produção por falta de chip em qualquer momento de crise nacional”.

O presidente Lula fez menção à competência dos malásios, que se tornaram grandes produtores de borracha a partir de uma muda da seringa brasileira. “No caso do Brasil, o Henry Ford [empresário e engenheiro estadunidense], em 1912, sem consultar a engenharia florestal brasileira, tentou plantar um milhão de mudas de seringa no Brasil e não deu certo”, lembrou Lula. “Então parabéns à Malásia, que teve a competência de fazer com que as mudas que vieram para cá não tenham o fungo que ainda tem hoje no Brasil”.

FORTALECIMENTO

Na reunião, o vice-primeiro-ministro e ministro de Transição Energética e Transformação Hídrica da Malásia, Sri Haji Fadillah bin Haji Yusof, também exaltou a perspectiva de ampliação do comércio bilateral. “Para o ano de 2025, esperamos nos envolver ainda mais com o Brasil, atingindo até 7,7 bilhões de dólares. Temos uma forte vontade e energia para aprofundar as nossas relações negociais e econômicas”, afirmou.

AVIAÇÃO

Entre os líderes de empresas que participaram do evento, o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, lembrou que a empresa tem mais de 300 aeronaves na região da Ásia-Pacífico. “Nós temos uma base importante em Singapura há 25 anos e tivemos excelentes oportunidades para ampliar nosso relacionamento com os países da Ásia, em especial com a Malásia. Identificamos oportunidades de cooperação em três áreas principais: aviação comercial, defesa e segurança e mobilidade aérea urbana”, relatou.

Mais cedo neste domingo, na Cúpula Empresarial da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o presidente Lula destacou o potencial de cooperação em áreas como sustentabilidade, transformação digital e segurança alimentar. O evento, realizado no Centro de Convenções MITEC, reuniu líderes políticos e empresariais e marcou uma nova fase no fortalecimento das relações entre o Brasil e o bloco asiático, que hoje é o quinto maior parceiro comercial brasileiro no mundo.

Com uma corrente de comércio que saltou de US$ 3 bilhões (em 2002) para US$ 37 bilhões em 2024, a ASEAN representa um eixo estratégico para a inserção do Brasil na Ásia. Ao longo de seu discurso, Lula ressaltou que as duas regiões compartilham desafios e oportunidades semelhantes, o que reforça a importância da colaboração entre países do Sul Global. “Há quem questione o conceito de Sul Global, dizendo que os países que o compõem são diversos demais entre si. Mas existem muito mais interesses que nos unem do que diferenças que nos separam”, disse ele.

Segundo o presidente, a união entre os países em desenvolvimento é essencial para enfrentar desigualdades globais e garantir avanços efetivos. “Temos que trabalhar juntos para evitar que mudanças ampliem as assimetrias que existem entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Se não nos unirmos, falharemos com as 673 milhões de pessoas que ainda sofrem com a fome no mundo”, alertou.

Ao mencionar impactos das mudanças do clima e das novas tecnologias, Lula observou que os países do Sul correm risco de serem os mais afetados pelos efeitos ambientais e econômicos de transformações que não ajudaram a causar. “Seremos os mais afetados pela mudança do clima, mesmo que não tenhamos sido, historicamente, os maiores responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa”, disse.

O presidente acrescentou que é necessário garantir oportunidades de desenvolvimento e regulação tecnológica justa. Além disso, defendeu uma nova ordem internacional baseada no multilateralismo e na cooperação. “Um mundo multipolar regido por regras multilaterais é o melhor caminho para a paz e a prosperidade. O Brasil e a ASEAN têm tudo para se tornarem pólos de uma ordem internacional mais justa e equilibrada. Enquanto outros apostam na rivalidade e na competição, nós escolhemos a parceria e a cooperação”, enfatizou.

COMÉRCIO BILATERAL

A Malásia é um dos principais parceiros do Brasil na Ásia, com intercâmbio crescente em áreas de tecnologia e energia. O comércio bilateral somou US$ 487,2 milhões em setembro sendo US$ 346,4 milhões em exportações brasileiras e US$ 140,9 milhões em importações. Em 2024, o fluxo total chegou a US$ 5,8 bilhões, com aumento de 5,9% em relação ao ano anterior e superávit brasileiro de US$ 2,7 bilhões. Os principais produtos exportados foram minério de ferro (37%) e óleos brutos de petróleo (28%), volume superior ao das exportações brasileiras para países europeus como França, Itália, Portugal e Reino Unido.

(*) Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

 

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CNI vê “avanço concreto” nas negociações Brasil-EUA com encontro dos presidentes Lula e Trump

Para entidade, reunião foi passo relevante para acordo sobre tarifaço

Da Redação (*)

Brasília – A Confederação Nacional de Indústria (CNI) declarou neste domingo (26) que a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um “avanço concreto” na tentativa de suspensão do tarifaço contra as exportações brasileiras.

Em nota à imprensa, o presidente da entidade, Ricardo Alban, disse que o início do diálogo entre os dois países é um passo importante para a retomada das exportações.

“O anúncio do início das negociações sobre o tarifaço, com disposição real das duas partes para alcançar um acordo, é um passo relevante. Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país”, declarou.

Negociações começam hoje

Após o encontro entre Lula e Trump, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que a primeira reunião entre as diplomacias do Brasil e dos Estados Unidos para revisão do tarifaço ocorrerá ainda neste domingo.

As negociações serão conduzidas pelo próprio chanceler, que terá auxílio do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Fernando Elias Rosa. Pelo lado norte-americano, as negociações serão conduzidas pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Em julho deste ano, Trump anunciou um tarifaço de 50% sobre todos os produtos brasileiros que são exportados para os Estados Unidos. Em seguida, ministros do governo brasileiro e do Supremo Tribunal Federal (STF) também foram alvo da revogação de vistos de viagem e outras sanções pela administração norte-americana.

(*) Com informações da CNI

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