Fim do tarifaço reforça diálogo entre Brasil e EUA, diz ministro  Carlos Fávaro

Retirada da tarifa adicional de 40% sobre parte dos produtos brasileiros pelos Estados Unidos marca avanço nas relações bilaterais

Da Redação (*)

Brasília – O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou, nesta quinta-feira (20), que a retirada das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos agrícolas brasileiros, como carne bovina, café e frutas, representa um avanço significativo na relação bilateral. Para o ministro, o anúncio feito pelo governo norte-americano confirma que o diálogo técnico e institucional retomou seu curso natural.

Segundo Fávaro, a medida é uma notícia tranquilizadora tanto para o agronegócio brasileiro quanto para os mercados internacionais. Ele destacou que a decisão demonstra maturidade nas tratativas e reduz tensões criadas nos últimos meses.

“Como diz o presidente Lula, não tem assunto proibido. Tudo é possível no diálogo de alto nível”, afirmou. “A relação Brasil–EUA não podia ficar em fofocas e intrigas. A partir do momento em que os dois líderes dialogaram, as coisas vieram para a normalidade”, pontuou o ministro.

Com o fim da sobretaxa, produtos brasileiros voltam a acessar o mercado norte-americano em condições mais competitivas, reforçando o papel do país como um dos principais fornecedores globais de alimentos.

Fávaro reiterou que o momento marca a superação de ruídos e a consolidação de uma postura técnica entre os dois países. “Quem ganha com isso são os brasileiros, são os norte-americanos, a América e a relação comercial mundial”.

“O diálogo continua. Ainda há muito a negociar, mas, para a agropecuária brasileira, esta decisão foi excelente”, finalizou o ministro Carlos Fávaro.

Produtos brasileiros beneficiados com o fim do tarifaço:

  1. Carnes bovinas – o anexo traz todas as categorias de carne bovina — fresca, refrigerada ou congelada — incluindo:
  • Carcaças e meias-carcaças
  • Cortes com osso
  • Cortes sem osso
  • Cortes de “high-quality beef”
  • Miúdos bovinos
  • Carne salgada, curada, seca ou defumada
  1. Frutas e vegetais – grande lista, incluindo:
  • Tomate (por sazonalidade)
  • Coco (fresco, desidratado, carne, água de coco)
  • Lima Tahiti / Lima da Pérsia
  • Abacate
  • Manga
  • Goiaba
  • Mangostim
  • Abacaxi (fresco e processado)
  • Papaya (mamão)
  • Diversas raízes tropicais: mandioca
  1. Café e derivados
  • Café verde
  • Café torrado
  • Café descafeinado
  • Cascas e películas de café (“husks and skins”)
  • Substitutos contendo café
  1. Chá, mate e especiarias – inclui diversas categorias de:
  • Chá verde
  • Chá preto
  • Erva-mate
  • Pimentas (piper, capsicum, paprika, pimenta-jamaica)
  • Noz-moscada
  • Cravo
  • Canela
  • Cardamomo
  • Açafrão
  • Gengibre
  • Cúrcuma
  • Misturas de especiarias
  1. Castanhas e sementes
  • Castanha-do-pará
  • Castanha de caju
  • Macadâmia
  • Nozes pignolia e outras
  • Sementes diversas (coentro, cominho, anis, funcho etc.)
  1. Sucos de frutas e derivados
  • Suco de Laranja (várias classificações)
  • Suco de limão / lima
  • Suco de abacaxi
  • Água de coco
  • Açaí (polpas e preparados)
  1. Produtos de cacau
  • Amêndoas de cacau
  • Pasta de cacau
  • Manteiga de cacau
  • Pó de cacau
  1. Produtos processados
  • Polpas de frutas (manga, banana, papaya etc.)
  • Geleias
  • Pastas e purês
  • Palmito
  • Tapioca, féculas e amidos
  • Produtos preservados em açúcar ou vinagre
  1. Fertilizantes(importante para o Brasil como exportador/importador)
  • Ureia
  • Sulfato de amônio
  • Nitrato de amônio
  • Misturas NPK
  • Fosfatos (MAP/DAP)
  • Cloreto de potássio (KCl)

(*) Com informações do Mapa

O post Fim do tarifaço reforça diálogo entre Brasil e EUA, diz ministro  Carlos Fávaro apareceu primeiro em Comex do Brasil.

CNI considera decisão de Trump  um avanço e reafirma importância da relação de 200 anos entre Brasil e EUA

Ricardo Alban vê ampliação da lista de exceções como sinal verde para melhorar termos gerais de comércio com os americanos

Da Redação (*)

Brasília – A decisão do governo americano de remover a tarifa de 40% a 238 produtos agrícolas brasileiros é avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos, avalia o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.

“Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano”, afirmou Alban. Ele lembrou que o setor privado tem atuado de forma consistente para contribuir com o avanço nas negociações envolvendo o tarifaço. Em setembro, a CNI liderou missão a Washington com 130 empresários brasileiros.

Entre os produtos beneficiados pela atualização da lista de produtos isentos à sobretaxa de 40% aplicada ao Brasil desde agosto estão a carne bovina, café e cacau, insumos comuns da cesta de consumo da população  americana. “A nova medida volta a tornar os nossos produtos competitivos, uma vez que a remoção das tarifas recíprocas, de 10%, na última semana, havia deixado nossos produtores em condições menos vantajosas”, complementou o presidente da CNI.

Para Alban, este é um resultado animador para novas etapas da negociação com o governo americano e a expectativa agora é avançar nos termos sobre bens industriais. “A complementariedade das economias é real e agora precisamos evoluir nos termos para a entradas de bens da indústria, para a qual os EUA são nosso principal mercado, como para o setor de máquinas e equipamentos, por exemplo”, relembra.

Desde o início da aplicação das tarifas por parte dos Estados Unidos, a CNI tem mobilizado o setor e contrapartes americanas para abrir caminhos de diálogo que facilitassem a interlocução entre as autoridades dos dois países.

(*) Com informações da CNI

O post CNI considera decisão de Trump  um avanço e reafirma importância da relação de 200 anos entre Brasil e EUA apareceu primeiro em Comex do Brasil.

Lula diz que ficou feliz com retirada de tarifas e destaca respeito dos Estados Unidos ao Brasil

Segundo o presidente, o Brasil está sabendo lidar com a pressão

Da Redação (*)

Brasília – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, na noite desta quinta-feira (20), que ficou feliz com a retirada, pelo governo dos Estados Unidos, das taxas impostas sobre alguns produtos brasileiros. Segundo o presidente, o Brasil está sabendo lidar com a pressão das tarifas e obteve respeito dos EUA.

“Quando o presidente dos EUA tomou a decisão de fazer a supertaxação, todo mundo entrou em crise e ficou nervoso. E eu não costumo tomar decisão com 39 graus de febre. Eu espero a febre baixar. Se você tomar decisão com febre, você vai cometer um erro”, disse ao discursar na abertura do Salão Internacional do Automóvel, na capital paulista.

“E hoje estou feliz porque o presidente Trump começou a reduzir as taxações. E essas coisas vão acontecer na medida em que a gente consiga galgar respeito das pessoas, ninguém respeita quem não se respeita”, acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta quinta-feira (20), a retirada da tarifa de importação de 40% sobre determinados produtos brasileiros. Constam na lista divulgada pela Casa Branca produtos como café, chá, frutas tropicais e sucos de frutas, cacau e especiarias, banana, laranja, tomate e carne bovina.

Na ordem executiva publicada pela Presidência dos EUA, Trump diz que a decisão foi tomada após conversa por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as questões identificadas no Decreto Executivo 14.323”. De acordo com a publicação, essas negociações ainda estão em andamento.

(*) Com informações da Agência Brasil

 

O post Lula diz que ficou feliz com retirada de tarifas e destaca respeito dos Estados Unidos ao Brasil apareceu primeiro em Comex do Brasil.

Abiec comemora decisão do governo dos EUA de retirar tarifas sobre a carne bovina brasileira

Segundo a associação, a reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos

Da Redação (*)

Brasília – Em nota publicada nesta quinta-feira (20/11) em seu site, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) celebrou a decisão dos Estados Unidos de retirar as tarifas sobre a carne bovina.

Segundo a associação, a reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para a carne bovina brasileira.

“A medida demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, que contribuíram para um desfecho construtivo e positivo”, relata o posicionamento da associação.

A Abiec, diz o comunicado, seguirá atuando de forma cooperativa para ampliar oportunidades e fortalecer a presença do Brasil nos principais mercados globais.

(*) Com informações da Abiec

O post Abiec comemora decisão do governo dos EUA de retirar tarifas sobre a carne bovina brasileira apareceu primeiro em Comex do Brasil.

Decisão dos EUA de cancelar tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros marca avanço na normalização comercial, diz Amcham

 

Da Redação (*)

Brasília – A Amcham Brasil divulgou nota oficial à imprensa considerando como “muito positiva” a decisão anunciada hoje pelo governo dos Estados Unidos de eliminar as sobretaxas de 40%, em vigor desde agosto, sobre um conjunto de produtos brasileiros — incluindo itens relevantes da pauta exportadora para o mercado americano, como café, carnes bovinas, frutas e óleos essenciais.

Para a Amcham Brasil, “a medida representa um avanço importante rumo à normalização do comércio bilateral, com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas e sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países”.

A instituição destaca ainda que “ao mesmo tempo, reforça a necessidade de intensificar esse diálogo entre Brasil e Estados Unidos, com o objetivo de estender a eliminação dessas sobretaxas aos demais produtos ainda impactados — com destaque para bens industriais — e de aprofundar a cooperação bilateral em temas de interesse mútuo”.

(*) Com informações da Amcham

 

O post Decisão dos EUA de cancelar tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros marca avanço na normalização comercial, diz Amcham apareceu primeiro em Comex do Brasil.

Especialista indica tudo o que você precisa saber antes de comprar produtos importados na Black Friday

Especialista alerta para taxas ocultas, fraudes digitais e riscos fiscais em compras internacionais

Da Redação

Brasília – Com a aproximação da Black Friday 2025, cresce o interesse dos brasileiros por promoções internacionais. No entanto, junto com as oportunidades, surgem armadilhas fiscais, cambiais e até fraudes virtuais. A popularização das compras em plataformas estrangeiras ampliou os riscos de taxas inesperadas, atrasos e golpes on-line, especialmente quando o pagamento é feito via Pix ou em moeda estrangeira.

Para Adriano Murta, advogado especialista em direito tributário e investimentos internacionais, o entusiasmo pelas promoções da Black Friday deve ser acompanhado de cautela. “Muitos consumidores ainda desconhecem os custos adicionais que incidem sobre compras feitas em sites estrangeiros. O preço exibido na loja estrangeira raramente é o preço final. Além do valor do produto, há imposto de importação, ICMS, taxa de despacho postal e eventuais custos de câmbio e frete. Se o site não incluir essas tarifas no cálculo total, o produto pode ficar retido na alfândega e gerar cobranças inesperadas”, alerta o especialista.

Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor, mais de 35 mil reclamações foram registradas na semana da Black Friday de 2024, muitas ligadas a cobranças indevidas, atrasos e retenções por questões tributárias. O consumidor brasileiro deve diferenciar a importação para uso pessoal de uma atividade comercial, já que compras em grande volume ou para revenda exigem registro formal, nota fiscal e recolhimento de tributos, conforme as normas de comércio exterior.

A cautela com pagamento e os sites falsos ou clonados

Outro ponto de atenção é o pagamento em sites internacionais. A popularização de ferramentas de inteligência artificial também tem ampliado o número de fraudes sofisticadas. Uma pesquisa do Reclame Aqui, realizada em agosto de 2025, mostra que 63% dos consumidores não conseguem identificar golpes feitos com IA durante a Black Friday.

“É essencial conferir se a plataforma emite comprovante em moeda local ou estrangeira e se adota meios de pagamento seguros. Sites falsos ou clonados aumentam muito nesta época, e o consumidor pode acabar sem o produto e sem a possibilidade de reembolso, já que empresas estrangeiras muitas vezes não estão sujeitas à jurisdição brasileira”, comenta.

Além das fraudes, Adriano Murta chama atenção para o chamado “desconto ilusório”, em que o preço anunciado omite encargos de importação. “É comum que o valor promocional não inclua impostos, o que faz o produto parecer mais barato do que realmente é. Antes de concluir a compra, o consumidor deve simular o preço final com todos os encargos e exigir nota fiscal e conformidade com as regras da Receita Federal”, afirma o advogado.

Para evitar dores de cabeça, Murta recomenda que o consumidor siga um checklist básico antes de concluir qualquer compra internacional: verificar a reputação do vendedor, a política de devolução, o cálculo total de impostos e o prazo de entrega. Também é fundamental manter salvos todos os comprovantes e registros da transação, que servem como prova em eventuais disputas ou solicitações de reembolso.

O advogado reforça que a Black Friday pode ser uma ótima oportunidade, desde que o consumidor atue com responsabilidade. “O entusiasmo pelas promoções não pode superar o cuidado com a legalidade e a transparência das operações. Mesmo em períodos de grandes descontos, toda compra internacional precisa seguir as regras da Receita Federal e considerar os encargos envolvidos. Assim, o consumidor evita prejuízos e mantém sua segurança jurídica e financeira”, conclui.

 

O post Especialista indica tudo o que você precisa saber antes de comprar produtos importados na Black Friday apareceu primeiro em Comex do Brasil.

Confiança cega na IA: o desafio invisível da era digital

Carlos Schmiedel (*)

É consenso que a inteligência artificial tornou-se parte do cotidiano das empresas e dos profissionais brasileiros. Segundo a pesquisa “Confiança, Atitudes e Uso de Inteligência Artificial” conduzida pela KPMG e pela Universidade de Melbourne, 86% dos trabalhadores brasileiros afirmam usar ferramentas de automação em suas rotinas. Destes, 71% notaram ganhos de eficiência e qualidade em suas atividades.

Mas o dado mais revelador vem de outro levantamento, feito pela YouGov a pedido da Zendesk: sete em cada 10 brasileiros dizem confiar na IA para gerenciar suas finanças pessoais. Para vias de comparação, em países como Alemanha e Reino Unido, essa confiança cai para uma a cada dez pessoas. Em outras palavras, o Brasil desponta como um dos países que mais abraçaram a tecnologia e talvez também um dos que menos questionam seus limites.

Desde o lançamento do ChatGPT, em 2022, empresas de todos os setores vêm explorando as possibilidades dos Large Language Models (LLMs). Contudo, junto com essas oportunidades surgiu um desafio crítico: as chamadas “alucinações da IA”. Em suma, são situações em que os algoritmos geram informações convincentes, mas potencialmente incorretas ou completamente fabricadas.

Assim como o cérebro humano preenche lacunas de memória com informações possíveis, mas incorretas, os modelos de inteligência artificial utilizam mecanismos preditivos para gerar respostas quando enfrentam incertezas. A diferença é que nós, humanos, temos a visão crítica para diferenciar o certo do errado. Já o ChatGPT, por exemplo, muitas vezes falha e persiste no erro. O problema é que a confiança nesta fabricação muitas vezes pode nos enganar.

As alucinações também podem representar um problema ético e operacional. Elas permitem que sistemas de IA produzam textos com aparência de veracidade, mas sem base factual. Em ambientes corporativos, podem comprometer decisões, reputações e até a privacidade de dados. No setor de saúde, por exemplo, o impacto é especialmente grave: já houve casos de diagnósticos fictícios gerados por sistemas automatizados de análise médica.

Por outro lado, nem toda “alucinação” é um erro a ser eliminado. Em contextos criativos como publicidade, storytelling ou design a capacidade da IA de produzir conexões improváveis pode estimular a inovação.

Confiar na IA é inevitável. Confiar cegamente, não! O verdadeiro avanço tecnológico depende de uma relação madura entre humanos e máquinas.

(*) Carlos Schmiedel é co-fundador e CEO da Draiven. Também é mestre em ciência da informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), professor convidado do MBA em Informação, Tecnologia e Inovação da UFSCar, Conselheiro da Rede Digitalize, avaliador de projetos de inovação da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) e fundador da Predify, primeira startup de IA explicável de precificação do Brasil.

 

O post Confiança cega na IA: o desafio invisível da era digital apareceu primeiro em Comex do Brasil.

Malásia quer fortalecer comércio com o Brasil e visa ampliar importações de produtos halal brasileiros

Embaixador do país asiático esteve na Câmara de Comércio Árabe Brasileira com representantes de instituições setoriais para promover relação comercial, trocar experiências e discutir investimentos.

Brasília – O embaixador da Malásia no Brasil, Mohammad Ali Bin Selamat, se reuniu na terça-feira (18) com o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, William Adib Dib Junior, na sede da instituição, em São Paulo, para discutir formas de ampliar as trocas comerciais entre os dois países, especialmente em produtos halal, que são feitos de acordo com as normas do Islã. Também debateram a promoção de investimentos e a cooperação técnica em diversos segmentos.

O encontro foi realizado a pedido da diplomacia do país asiático e ocorre na sequência de encontros entre os líderes dos dois países, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro malaio Anwar Ibrahim: Lula esteve na Malásia no final de outubro, em viagem empresarial em que Dib representou a Câmara Árabe. Em julho, Lula recepcionou Ibrahim no Rio de Janeiro durante encontro do grupo Brics. Do encontro desta terça-feira participaram instituições setoriais de alimentos e empresas que certificam a produção halal no Brasil.

O embaixador observou que a troca comercial entre os dois países é de cerca US$ 5 bilhões por ano, o que ele classificou como “insatisfatório”. “Os nossos países concordam que é preciso ampliar esse número [de corrente comercial] por meio da promoção de parcerias, memorandos de entendimento, joint ventures para promover as exportações, as importações e os investimentos”, disse ele. Selamat também disse que o Brasil já é um grande exportador de proteína halal, mas pode ter no mercado malaio mais oportunidades para seus produtos.

Em sua apresentação no encontro, Dib afirmou: “Vocês podem contar conosco. A Malásia não é apenas um grande mercado por si só, mas também uma porta de entrada estratégica para toda a Ásia, uma região cuja força econômica só deverá crescer”.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) organizados pela Câmara Árabe, o Brasil exportou US$ 4,3 bilhões à Malásia no ano passado, em alta de 5,9% sobre 2023. Os principais produtos vendidos foram minério de ferro, petróleo bruto, açúcar, algodão, milho e café. O Brasil importou US$ 1,5 bilhão do país asiático, também em alta de 5,9% no mesmo período de comparação, tendo circuitos integrados, pneus, aparelhos de telefonia, computadores e margarina como os principais produtos comprados.

Selamat afirmou que o próximo passo para promover os negócios e ampliar as exportações e importações deverá ser a assinatura de um Memorando de Entendimentos (MoU na sigla em inglês). A previsão é que o documento seja firmado entre a Câmara Árabe e o escritório de promoção comercial da Malásia em São Paulo (Matrade).

Projeto Halal do Brasil leva empresas à feira Mihas

Parte da “aproximação” entre os dois países já ocorre desde 2023, quando empresas que integram o projeto Halal do Brasil expuseram pela primeira vez na feira Mihas, a maior de produtos alimentícios halal da Ásia. O projeto é uma parceria entre a Câmara Árabe e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e busca promover no exterior os produtos halal brasileiros. Desde então, as empresas brasileiras já participaram três vezes desta mostra por meio do projeto.

Diretora da Câmara Árabe e diretora-executiva da H2R Insights & Trends, Alessandra Frisso, afirmou que é preciso olhar para o potencial dos negócios dos dois países também sob a perspectiva de mercado. “É preciso entender os gostos e os hábitos dos consumidores”, disse, em referência ao que os clientes de Brasil e Malásia valorizam no ato da compra e qual é o seu comportamento de consumo.

Participaram do encontro representantes da Matrade, do Consulado Geral da Malásia em São Paulo, da Fambras Halal Certificadora, da Alimentos Halal Brasil, da IS EG, também certificadora halal, da Cdial Halal, do Centro Halal da América Latina, da Halal Approval, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec) e do Escritório de Representação em São Paulo do Ministério das Relações Exteriores.

Da Câmara Árabe participaram o secretário-geral de vice-presidente de Relações Internacionais, Mohamad Orra Mourad, a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, a gerente de projetos de Internacionalização, Fernanda Dantas, e o assessor de Relações Internacionais, Bassel Latif, além de Dib e Frisso.

(*) Com informações da ANBA

O post Malásia quer fortalecer comércio com o Brasil e visa ampliar importações de produtos halal brasileiros apareceu primeiro em Comex do Brasil.

Diplomacia, o antídoto do Brasil contra antidumping e tarifaço que redesenham relações com os EUA e a China

Especialista em comércio exterior Jackson Campos vê Brasil em meio a “cabo de guerra” com as duas maiores potências globais, mas vê avanços significativos através da diplomacia brasileira

Da Redação

Brasília – Nos últimos meses, o Brasil tem ampliado o número de medidas antidumping aplicadas a produtos chineses, acompanhando um movimento global de contenção às práticas comerciais consideradas desleais. O aumento dessas ações reflete tanto uma tentativa de proteger a indústria nacional quanto uma resposta à pressão de setores produtivos que enfrentam forte concorrência de importados com preços artificialmente baixos.

Entre os casos mais recentes no Brasil estão as investigações e sobretaxas aplicadas sobre aço laminado, resinas plásticas, pneus e até produtos químicos, todos originários da China. “Essas medidas têm o objetivo de evitar que o mercado nacional seja inundado por produtos com preços abaixo do custo real”, explica Jackson Campos, especialista em comércio exterior

De acordo com Campos, o efeito dominó dessas tarifas pode ser particularmente sensível para setores como o de construção civil e o automotivo, altamente dependentes de matérias-primas importadas da China. “Quando o aço ou os polímeros ficam mais caros, toda a cadeia produtiva sente o impacto. A curto prazo, a medida parece justa, mas a longo prazo, pode frear a competitividade brasileira e aumentar os preços para o consumidor final”, completa o especialista.

Além dos impactos econômicos, há também um componente diplomático que merece atenção. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, respondendo por cerca de 30% das exportações e 22% das importações brasileiras, segundo dados recentes da Secretaria de Comércio Exterior. Um aumento expressivo de medidas antidumping pode gerar desconforto nas relações bilaterais.

“Embora o Brasil tenha todo o direito de adotar instrumentos de defesa comercial, é preciso cautela para que essas decisões não sejam interpretadas como hostis. A China é um parceiro estratégico, tanto na compra de commodities quanto nos investimentos em infraestrutura e energia. Uma escalada dessas medidas, se não for bem conduzida, pode sim criar atritos diplomáticos e dificultar negociações futuras”, analisa Campos.

China e o Tarifaço

A relação entre as medidas antidumping adotadas pelo Brasil contra a China e o tarifaço revela uma dinâmica complexa do comércio internacional contemporâneo. Esses dois movimentos fazem parte de uma disputa global por espaço industrial e influência econômica, onde o Brasil acaba ocupando uma posição delicada.

Se de um lado, o país intensificou investigações e aplicou antidumping contra diversos produtos chineses, especialmente nos setores de aço, metalurgia, químicos e têxteis do outro os Estados Unidos decidiram impor tarifas adicionais ao aço e ao alumínio brasileiros sob o argumento de que o Brasil estaria contribuindo para um “desbalanceamento estrutural” do mercado americano.

“O tarifaço dos EUA não foi uma reação ao Brasil isoladamente, foi uma reação ao sistema de competição criado pela China. Claro que temos produtos que são muito valorizados pelos dois países, o aço, alumínio, o café e a soja são exemplos disso, mas os americanos estão tentando proteger sua hegemonia no cenário mundial frente a uma gigante asiática que se estruturou e cresceu nas últimas décadas. O Brasil se tornou alvo colateral na disputa dos dois mercados”, conclui Campos.

Os americanos anunciaram uma redução nas tarifas globais para produtos como café, carne e outros produtos, o que evidencia a pressão sofrida por Trump por conta da inflação criada pelas tarifas e o descontentamento dos empresários que estão tendo que comprar produtos mais caros.

“O movimento anunciado pelos Estados Unidos ainda não esclarece completamente o impacto específico para o Brasil, mas já indica uma mudança importante no quadro geral das tarifas. A retirada de produtos agrícolas como café, carne bovina, frutas tropicais e fertilizantes do regime de tarifas recíprocas parece responder muito mais à pressão doméstica por redução de preços de alimentos do que a uma negociação pontual com o governo brasileiro”, explica o especialista.

Mesmo com a balança comercial apontando que o país está conseguindo realizar novos acordos comerciais mesmo com o tarifaço, o mercado norte-americano não se torna menos importante. Os governos de EUA e Brasil seguem negociando e buscando aliviar setores que foram totalmente impactados.

“Estamos todos aguardando um desfecho positivo das conversas que os países vêm tendo. Para setores como o madeireiro e o de móveis, esses avanços são essenciais para a sequência das empresas dos setores. A continuidade do tarifaço inviabiliza operações inteiras e ameaça empregos. Há expectativa de que Washington flexibilize parte das tarifas, mas até que isso aconteça, a tensão permanece. O Brasil precisa de previsibilidade para manter sua competitividade e continuar atraindo novos acordos comerciais”, finaliza Campos.

 

O post Diplomacia, o antídoto do Brasil contra antidumping e tarifaço que redesenham relações com os EUA e a China apareceu primeiro em Comex do Brasil.

Fintech chega ao mercado com a promessa de desburocratizar o câmbio no comércio internacional

Empresa vai simplificar as operações de câmbio ligadas ao comércio exterior integrando o fluxo de informações entre importadores, exportadores e bancos

Da Redação

Brasília – A FXPort, fintech criada a partir da experiência da Comexport em sociedade com Fernando Pierri, executivo com três décadas de experiência, chega ao mercado com um modelo de negócios focado em câmbio, que promete reduzir em até 30% o tempo gasto com o fluxo operacional e financeiro de comércio internacional.

A desburocratização será possível graças a uma solução digital que integra de forma automática toda a documentação necessária no fluxo logístico – incluindo a emissão de faturas, licenças e registros obrigatórios – às cotações de câmbio e pagamentos feitos por meio dos bancos.

O modelo é inédito no país e tem como principal objetivo reduzir riscos, encurtar prazos e tornar mais eficiente a rotina de empresas e instituições financeiras.

“Nossa missão é eliminar fricções. No comércio exterior, o câmbio sempre ficou separado da logística. Os documentos surgem na importação, mas nunca seguiram automaticamente para os bancos”, afirma Fernando Pierri, CEO da FXPort. “O cliente precisava ligar, reenviar arquivos e conferir tudo manualmente. Conectamos logística, preço e pagamento em um único trilho tecnológico, algo que não existia no mercado brasileiro”, complementa o executivo, que tem passagens por grandes instituições financeiras como Santander, Morgan Stanley e Citi.

O modelo da FXPort estreia com cinco bancos e suporte a diversas moedas, com cotações negociadas de forma direta e em tempo real. A expectativa é movimentar R$ 2 bilhões por mês ao final do segundo ano e chegar a R$ 5 bilhões mensais no quinto ano.

Eficiência no comércio exterior e impulso ao financiamento das importações

O lançamento ocorre em um cenário de maior digitalização e busca por eficiência no comércio exterior. A FXPort também será uma das primeiras empresas a permitir operações internacionais com stablecoins, agora reguladas pelo Banco Central (BC), que oferecem liquidação instantânea e paridade total com moedas tradicionais. O movimento se intensifica após a publicação da primeira regulação específica para uso de ativos virtuais no Brasil pelo BC.

O comércio exterior brasileiro também vai poder contar com o impulso de financiamento a importações através da FXPort. “Temos produtos que mesclam a atividade tradicionais das Tradings com produtos financeiros que trazem uma boa e mais barata alternativa de financiamento de importações”, afirma Pierri.

Com um ambiente regulatório favorável e um mercado potencial de mais de 100 mil empresas que já operam câmbio — além de milhões de CNPJs que podem entrar no comércio exterior — a FXPort inicia sua atuação preparada para ampliar a integração digital nas operações internacionais.

“O país vive uma fase em que eficiência e velocidade se tornam requisitos básicos. Queremos ser o elo entre esse novo Brasil e o mercado global”, diz Pierri.

 

O post Fintech chega ao mercado com a promessa de desburocratizar o câmbio no comércio internacional apareceu primeiro em Comex do Brasil.