Especialista indica tudo o que você precisa saber antes de comprar produtos importados na Black Friday

Especialista alerta para taxas ocultas, fraudes digitais e riscos fiscais em compras internacionais

Da Redação

Brasília – Com a aproximação da Black Friday 2025, cresce o interesse dos brasileiros por promoções internacionais. No entanto, junto com as oportunidades, surgem armadilhas fiscais, cambiais e até fraudes virtuais. A popularização das compras em plataformas estrangeiras ampliou os riscos de taxas inesperadas, atrasos e golpes on-line, especialmente quando o pagamento é feito via Pix ou em moeda estrangeira.

Para Adriano Murta, advogado especialista em direito tributário e investimentos internacionais, o entusiasmo pelas promoções da Black Friday deve ser acompanhado de cautela. “Muitos consumidores ainda desconhecem os custos adicionais que incidem sobre compras feitas em sites estrangeiros. O preço exibido na loja estrangeira raramente é o preço final. Além do valor do produto, há imposto de importação, ICMS, taxa de despacho postal e eventuais custos de câmbio e frete. Se o site não incluir essas tarifas no cálculo total, o produto pode ficar retido na alfândega e gerar cobranças inesperadas”, alerta o especialista.

Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor, mais de 35 mil reclamações foram registradas na semana da Black Friday de 2024, muitas ligadas a cobranças indevidas, atrasos e retenções por questões tributárias. O consumidor brasileiro deve diferenciar a importação para uso pessoal de uma atividade comercial, já que compras em grande volume ou para revenda exigem registro formal, nota fiscal e recolhimento de tributos, conforme as normas de comércio exterior.

A cautela com pagamento e os sites falsos ou clonados

Outro ponto de atenção é o pagamento em sites internacionais. A popularização de ferramentas de inteligência artificial também tem ampliado o número de fraudes sofisticadas. Uma pesquisa do Reclame Aqui, realizada em agosto de 2025, mostra que 63% dos consumidores não conseguem identificar golpes feitos com IA durante a Black Friday.

“É essencial conferir se a plataforma emite comprovante em moeda local ou estrangeira e se adota meios de pagamento seguros. Sites falsos ou clonados aumentam muito nesta época, e o consumidor pode acabar sem o produto e sem a possibilidade de reembolso, já que empresas estrangeiras muitas vezes não estão sujeitas à jurisdição brasileira”, comenta.

Além das fraudes, Adriano Murta chama atenção para o chamado “desconto ilusório”, em que o preço anunciado omite encargos de importação. “É comum que o valor promocional não inclua impostos, o que faz o produto parecer mais barato do que realmente é. Antes de concluir a compra, o consumidor deve simular o preço final com todos os encargos e exigir nota fiscal e conformidade com as regras da Receita Federal”, afirma o advogado.

Para evitar dores de cabeça, Murta recomenda que o consumidor siga um checklist básico antes de concluir qualquer compra internacional: verificar a reputação do vendedor, a política de devolução, o cálculo total de impostos e o prazo de entrega. Também é fundamental manter salvos todos os comprovantes e registros da transação, que servem como prova em eventuais disputas ou solicitações de reembolso.

O advogado reforça que a Black Friday pode ser uma ótima oportunidade, desde que o consumidor atue com responsabilidade. “O entusiasmo pelas promoções não pode superar o cuidado com a legalidade e a transparência das operações. Mesmo em períodos de grandes descontos, toda compra internacional precisa seguir as regras da Receita Federal e considerar os encargos envolvidos. Assim, o consumidor evita prejuízos e mantém sua segurança jurídica e financeira”, conclui.

 

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Confiança cega na IA: o desafio invisível da era digital

Carlos Schmiedel (*)

É consenso que a inteligência artificial tornou-se parte do cotidiano das empresas e dos profissionais brasileiros. Segundo a pesquisa “Confiança, Atitudes e Uso de Inteligência Artificial” conduzida pela KPMG e pela Universidade de Melbourne, 86% dos trabalhadores brasileiros afirmam usar ferramentas de automação em suas rotinas. Destes, 71% notaram ganhos de eficiência e qualidade em suas atividades.

Mas o dado mais revelador vem de outro levantamento, feito pela YouGov a pedido da Zendesk: sete em cada 10 brasileiros dizem confiar na IA para gerenciar suas finanças pessoais. Para vias de comparação, em países como Alemanha e Reino Unido, essa confiança cai para uma a cada dez pessoas. Em outras palavras, o Brasil desponta como um dos países que mais abraçaram a tecnologia e talvez também um dos que menos questionam seus limites.

Desde o lançamento do ChatGPT, em 2022, empresas de todos os setores vêm explorando as possibilidades dos Large Language Models (LLMs). Contudo, junto com essas oportunidades surgiu um desafio crítico: as chamadas “alucinações da IA”. Em suma, são situações em que os algoritmos geram informações convincentes, mas potencialmente incorretas ou completamente fabricadas.

Assim como o cérebro humano preenche lacunas de memória com informações possíveis, mas incorretas, os modelos de inteligência artificial utilizam mecanismos preditivos para gerar respostas quando enfrentam incertezas. A diferença é que nós, humanos, temos a visão crítica para diferenciar o certo do errado. Já o ChatGPT, por exemplo, muitas vezes falha e persiste no erro. O problema é que a confiança nesta fabricação muitas vezes pode nos enganar.

As alucinações também podem representar um problema ético e operacional. Elas permitem que sistemas de IA produzam textos com aparência de veracidade, mas sem base factual. Em ambientes corporativos, podem comprometer decisões, reputações e até a privacidade de dados. No setor de saúde, por exemplo, o impacto é especialmente grave: já houve casos de diagnósticos fictícios gerados por sistemas automatizados de análise médica.

Por outro lado, nem toda “alucinação” é um erro a ser eliminado. Em contextos criativos como publicidade, storytelling ou design a capacidade da IA de produzir conexões improváveis pode estimular a inovação.

Confiar na IA é inevitável. Confiar cegamente, não! O verdadeiro avanço tecnológico depende de uma relação madura entre humanos e máquinas.

(*) Carlos Schmiedel é co-fundador e CEO da Draiven. Também é mestre em ciência da informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), professor convidado do MBA em Informação, Tecnologia e Inovação da UFSCar, Conselheiro da Rede Digitalize, avaliador de projetos de inovação da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) e fundador da Predify, primeira startup de IA explicável de precificação do Brasil.

 

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Malásia quer fortalecer comércio com o Brasil e visa ampliar importações de produtos halal brasileiros

Embaixador do país asiático esteve na Câmara de Comércio Árabe Brasileira com representantes de instituições setoriais para promover relação comercial, trocar experiências e discutir investimentos.

Brasília – O embaixador da Malásia no Brasil, Mohammad Ali Bin Selamat, se reuniu na terça-feira (18) com o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, William Adib Dib Junior, na sede da instituição, em São Paulo, para discutir formas de ampliar as trocas comerciais entre os dois países, especialmente em produtos halal, que são feitos de acordo com as normas do Islã. Também debateram a promoção de investimentos e a cooperação técnica em diversos segmentos.

O encontro foi realizado a pedido da diplomacia do país asiático e ocorre na sequência de encontros entre os líderes dos dois países, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro malaio Anwar Ibrahim: Lula esteve na Malásia no final de outubro, em viagem empresarial em que Dib representou a Câmara Árabe. Em julho, Lula recepcionou Ibrahim no Rio de Janeiro durante encontro do grupo Brics. Do encontro desta terça-feira participaram instituições setoriais de alimentos e empresas que certificam a produção halal no Brasil.

O embaixador observou que a troca comercial entre os dois países é de cerca US$ 5 bilhões por ano, o que ele classificou como “insatisfatório”. “Os nossos países concordam que é preciso ampliar esse número [de corrente comercial] por meio da promoção de parcerias, memorandos de entendimento, joint ventures para promover as exportações, as importações e os investimentos”, disse ele. Selamat também disse que o Brasil já é um grande exportador de proteína halal, mas pode ter no mercado malaio mais oportunidades para seus produtos.

Em sua apresentação no encontro, Dib afirmou: “Vocês podem contar conosco. A Malásia não é apenas um grande mercado por si só, mas também uma porta de entrada estratégica para toda a Ásia, uma região cuja força econômica só deverá crescer”.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) organizados pela Câmara Árabe, o Brasil exportou US$ 4,3 bilhões à Malásia no ano passado, em alta de 5,9% sobre 2023. Os principais produtos vendidos foram minério de ferro, petróleo bruto, açúcar, algodão, milho e café. O Brasil importou US$ 1,5 bilhão do país asiático, também em alta de 5,9% no mesmo período de comparação, tendo circuitos integrados, pneus, aparelhos de telefonia, computadores e margarina como os principais produtos comprados.

Selamat afirmou que o próximo passo para promover os negócios e ampliar as exportações e importações deverá ser a assinatura de um Memorando de Entendimentos (MoU na sigla em inglês). A previsão é que o documento seja firmado entre a Câmara Árabe e o escritório de promoção comercial da Malásia em São Paulo (Matrade).

Projeto Halal do Brasil leva empresas à feira Mihas

Parte da “aproximação” entre os dois países já ocorre desde 2023, quando empresas que integram o projeto Halal do Brasil expuseram pela primeira vez na feira Mihas, a maior de produtos alimentícios halal da Ásia. O projeto é uma parceria entre a Câmara Árabe e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e busca promover no exterior os produtos halal brasileiros. Desde então, as empresas brasileiras já participaram três vezes desta mostra por meio do projeto.

Diretora da Câmara Árabe e diretora-executiva da H2R Insights & Trends, Alessandra Frisso, afirmou que é preciso olhar para o potencial dos negócios dos dois países também sob a perspectiva de mercado. “É preciso entender os gostos e os hábitos dos consumidores”, disse, em referência ao que os clientes de Brasil e Malásia valorizam no ato da compra e qual é o seu comportamento de consumo.

Participaram do encontro representantes da Matrade, do Consulado Geral da Malásia em São Paulo, da Fambras Halal Certificadora, da Alimentos Halal Brasil, da IS EG, também certificadora halal, da Cdial Halal, do Centro Halal da América Latina, da Halal Approval, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec) e do Escritório de Representação em São Paulo do Ministério das Relações Exteriores.

Da Câmara Árabe participaram o secretário-geral de vice-presidente de Relações Internacionais, Mohamad Orra Mourad, a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, a gerente de projetos de Internacionalização, Fernanda Dantas, e o assessor de Relações Internacionais, Bassel Latif, além de Dib e Frisso.

(*) Com informações da ANBA

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Diplomacia, o antídoto do Brasil contra antidumping e tarifaço que redesenham relações com os EUA e a China

Especialista em comércio exterior Jackson Campos vê Brasil em meio a “cabo de guerra” com as duas maiores potências globais, mas vê avanços significativos através da diplomacia brasileira

Da Redação

Brasília – Nos últimos meses, o Brasil tem ampliado o número de medidas antidumping aplicadas a produtos chineses, acompanhando um movimento global de contenção às práticas comerciais consideradas desleais. O aumento dessas ações reflete tanto uma tentativa de proteger a indústria nacional quanto uma resposta à pressão de setores produtivos que enfrentam forte concorrência de importados com preços artificialmente baixos.

Entre os casos mais recentes no Brasil estão as investigações e sobretaxas aplicadas sobre aço laminado, resinas plásticas, pneus e até produtos químicos, todos originários da China. “Essas medidas têm o objetivo de evitar que o mercado nacional seja inundado por produtos com preços abaixo do custo real”, explica Jackson Campos, especialista em comércio exterior

De acordo com Campos, o efeito dominó dessas tarifas pode ser particularmente sensível para setores como o de construção civil e o automotivo, altamente dependentes de matérias-primas importadas da China. “Quando o aço ou os polímeros ficam mais caros, toda a cadeia produtiva sente o impacto. A curto prazo, a medida parece justa, mas a longo prazo, pode frear a competitividade brasileira e aumentar os preços para o consumidor final”, completa o especialista.

Além dos impactos econômicos, há também um componente diplomático que merece atenção. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, respondendo por cerca de 30% das exportações e 22% das importações brasileiras, segundo dados recentes da Secretaria de Comércio Exterior. Um aumento expressivo de medidas antidumping pode gerar desconforto nas relações bilaterais.

“Embora o Brasil tenha todo o direito de adotar instrumentos de defesa comercial, é preciso cautela para que essas decisões não sejam interpretadas como hostis. A China é um parceiro estratégico, tanto na compra de commodities quanto nos investimentos em infraestrutura e energia. Uma escalada dessas medidas, se não for bem conduzida, pode sim criar atritos diplomáticos e dificultar negociações futuras”, analisa Campos.

China e o Tarifaço

A relação entre as medidas antidumping adotadas pelo Brasil contra a China e o tarifaço revela uma dinâmica complexa do comércio internacional contemporâneo. Esses dois movimentos fazem parte de uma disputa global por espaço industrial e influência econômica, onde o Brasil acaba ocupando uma posição delicada.

Se de um lado, o país intensificou investigações e aplicou antidumping contra diversos produtos chineses, especialmente nos setores de aço, metalurgia, químicos e têxteis do outro os Estados Unidos decidiram impor tarifas adicionais ao aço e ao alumínio brasileiros sob o argumento de que o Brasil estaria contribuindo para um “desbalanceamento estrutural” do mercado americano.

“O tarifaço dos EUA não foi uma reação ao Brasil isoladamente, foi uma reação ao sistema de competição criado pela China. Claro que temos produtos que são muito valorizados pelos dois países, o aço, alumínio, o café e a soja são exemplos disso, mas os americanos estão tentando proteger sua hegemonia no cenário mundial frente a uma gigante asiática que se estruturou e cresceu nas últimas décadas. O Brasil se tornou alvo colateral na disputa dos dois mercados”, conclui Campos.

Os americanos anunciaram uma redução nas tarifas globais para produtos como café, carne e outros produtos, o que evidencia a pressão sofrida por Trump por conta da inflação criada pelas tarifas e o descontentamento dos empresários que estão tendo que comprar produtos mais caros.

“O movimento anunciado pelos Estados Unidos ainda não esclarece completamente o impacto específico para o Brasil, mas já indica uma mudança importante no quadro geral das tarifas. A retirada de produtos agrícolas como café, carne bovina, frutas tropicais e fertilizantes do regime de tarifas recíprocas parece responder muito mais à pressão doméstica por redução de preços de alimentos do que a uma negociação pontual com o governo brasileiro”, explica o especialista.

Mesmo com a balança comercial apontando que o país está conseguindo realizar novos acordos comerciais mesmo com o tarifaço, o mercado norte-americano não se torna menos importante. Os governos de EUA e Brasil seguem negociando e buscando aliviar setores que foram totalmente impactados.

“Estamos todos aguardando um desfecho positivo das conversas que os países vêm tendo. Para setores como o madeireiro e o de móveis, esses avanços são essenciais para a sequência das empresas dos setores. A continuidade do tarifaço inviabiliza operações inteiras e ameaça empregos. Há expectativa de que Washington flexibilize parte das tarifas, mas até que isso aconteça, a tensão permanece. O Brasil precisa de previsibilidade para manter sua competitividade e continuar atraindo novos acordos comerciais”, finaliza Campos.

 

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Fintech chega ao mercado com a promessa de desburocratizar o câmbio no comércio internacional

Empresa vai simplificar as operações de câmbio ligadas ao comércio exterior integrando o fluxo de informações entre importadores, exportadores e bancos

Da Redação

Brasília – A FXPort, fintech criada a partir da experiência da Comexport em sociedade com Fernando Pierri, executivo com três décadas de experiência, chega ao mercado com um modelo de negócios focado em câmbio, que promete reduzir em até 30% o tempo gasto com o fluxo operacional e financeiro de comércio internacional.

A desburocratização será possível graças a uma solução digital que integra de forma automática toda a documentação necessária no fluxo logístico – incluindo a emissão de faturas, licenças e registros obrigatórios – às cotações de câmbio e pagamentos feitos por meio dos bancos.

O modelo é inédito no país e tem como principal objetivo reduzir riscos, encurtar prazos e tornar mais eficiente a rotina de empresas e instituições financeiras.

“Nossa missão é eliminar fricções. No comércio exterior, o câmbio sempre ficou separado da logística. Os documentos surgem na importação, mas nunca seguiram automaticamente para os bancos”, afirma Fernando Pierri, CEO da FXPort. “O cliente precisava ligar, reenviar arquivos e conferir tudo manualmente. Conectamos logística, preço e pagamento em um único trilho tecnológico, algo que não existia no mercado brasileiro”, complementa o executivo, que tem passagens por grandes instituições financeiras como Santander, Morgan Stanley e Citi.

O modelo da FXPort estreia com cinco bancos e suporte a diversas moedas, com cotações negociadas de forma direta e em tempo real. A expectativa é movimentar R$ 2 bilhões por mês ao final do segundo ano e chegar a R$ 5 bilhões mensais no quinto ano.

Eficiência no comércio exterior e impulso ao financiamento das importações

O lançamento ocorre em um cenário de maior digitalização e busca por eficiência no comércio exterior. A FXPort também será uma das primeiras empresas a permitir operações internacionais com stablecoins, agora reguladas pelo Banco Central (BC), que oferecem liquidação instantânea e paridade total com moedas tradicionais. O movimento se intensifica após a publicação da primeira regulação específica para uso de ativos virtuais no Brasil pelo BC.

O comércio exterior brasileiro também vai poder contar com o impulso de financiamento a importações através da FXPort. “Temos produtos que mesclam a atividade tradicionais das Tradings com produtos financeiros que trazem uma boa e mais barata alternativa de financiamento de importações”, afirma Pierri.

Com um ambiente regulatório favorável e um mercado potencial de mais de 100 mil empresas que já operam câmbio — além de milhões de CNPJs que podem entrar no comércio exterior — a FXPort inicia sua atuação preparada para ampliar a integração digital nas operações internacionais.

“O país vive uma fase em que eficiência e velocidade se tornam requisitos básicos. Queremos ser o elo entre esse novo Brasil e o mercado global”, diz Pierri.

 

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Carros chineses dominam mercado mundial e exportações superam 5,6 milhões de veículos em 10 meses

Da Redação (*)

Brasília  – As exportações de automóveis da China subiram 15,7% em termos anuais nos primeiros 10 meses de 2025, de acordo com dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. O país exportou mais de 5,6 milhões de carros durante o período, egundo dados divulgados hoje (19) pelo governo chinês.

Especificamente, cerca de 2,01 milhões de veículos de nova energia foram exportados, um aumento anual de 90,4%.

Somente em outubro, as exportações de automóveis da China cresceram 22,9% em relação ao mesmo período do ano passado e as exportações de veículos de nova energia dispararam 99,9%.

(*) Com informações da Agência Xinhua

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Portos do Sudeste batem recorde com destaque para embarques de petróleo e atingem 186,7 milhões de toneladas no 3º trimestre

Movimentação de granéis líquidos, liderada por petróleo, disparou 21,6%; Terminais Autorizados (TUPs) crescem 13,6% no período

Da Redação (*)

Brasília – A movimentação de cargas nos portos da Região Sudeste atingiu o recorde histórico de 186,7 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2025 (de julho a setembro), um crescimento expressivo de 9,10% em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com dados do estatístico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o desempenho foi liderado pela operação dos Terminais Autorizados (TUPs) e pela forte demanda por commodities de granel, especialmente petróleo e minério de ferro.

O principal motor do crescimento foram os Terminais Autorizados (privados), que viram sua movimentação saltar 13,60%, atingindo 124,5 milhões de toneladas. Em contrapartida, os Portos Organizados (públicos) registraram um crescimento mais modesto de 1,09%, totalizando 62,2 milhões de toneladas.

O desempenho recorde da região foi ancorado por terminais especializados em commodities. O Terminal de Petróleo (TPET/TOIL) em Açu (RJ) foi o principal destaque, com um crescimento de 38,06%, atingindo 17,8 milhões de toneladas. O Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (RJ) não ficou atrás, crescendo 25,34% (18,8 milhões de toneladas). Juntos, esses dois terminais, focados em petróleo bruto, foram os principais responsáveis pela alta no granel líquido.

Este crescimento representa uma aceleração significativa em relação aos últimos anos, superando um patamar que se mostrava estável. No terceiro trimestre de 2023, a movimentação foi de 170,9 milhões de toneladas, e no mesmo período de 2024, de 171,1 milhões de toneladas.

Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o recorde histórico é a prova de uma gestão voltada para a eficiência e a integração logística. “O crescimento no Sudeste, impulsionado pela performance dos terminais privados, mostra que a modernização e a confiança do investidor estão colocando o Brasil em um novo patamar de competitividade global”, destacou o ministro.

Desempenho dos Portos Públicos
Os Portos Organizados (públicos) mantiveram sua posição como pilares estratégicos para a economia nacional, movimentando um total de 62,2 milhões de toneladas no trimestre. O Porto de Santos (SP) continua sendo o maior complexo portuário da região, sendo responsável por 38,4 milhões de toneladas e registrando um crescimento de 2,68%.

O destaque em Santos foi o dinamismo no mercado interno, onde a movimentação de cabotagem cresceu expressivos 22,54%, impulsionada por contêineres e outras cargas. O Porto de Itaguaí (RJ), focado em minério de ferro, manteve seu patamar robusto com 17,3 milhões de toneladas, apresentando apenas uma leve variação negativa de -1,4% em relação ao forte desempenho do ano anterior.

(*) Com informações do MPor

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Vixtra capta R$150 milhões em oferta ancorada pelo Itaú e projeta triplicar volume de importações

Com operação, fintech dobra sua capacidade de fuding e mira triplicar volume de importações em comparação ao ano anterior

Da Redação (*)

Brasília – A  Vixtra, fintech especializada em soluções para o comércio exterior, acaba de levantar R$ 150 milhões para o seu FIDC — com o Itaú como investidor âncora da operação. O movimento dobra a capacidade de funding da empresa, que já havia captado R$ 150 milhões em emissões anteriores com Capitânia, Verde Asset, Credit Saison e Contea.

Com o novo aporte, a Vixtra mira R$ 1,2 bilhão em importações financiadas em 2025, triplicando o volume movimentado em 2024, quando atingiu R$ 400 milhões. “O novo fundo nos dá a musculatura necessária para acelerar nossa expansão e atender uma demanda crescente por crédito ágil e competitivo no comércio exterior. Ver um banco como o Itaú ancorando a operação é uma sinalização clara de confiança no nosso modelo de negócio”, afirma Leonardo Baltieri, cofundador e Co-CEO da Vixtra.

Diferentemente de bancos tradicionais, a Vixtra atua com uma proposta digital e integrada, oferecendo o que chama de Trade Banking: uma plataforma digital que une serviços financeiros, software e soluções logísticas em uma única jornada, com forte uso de inteligência artificial na análise de risco, gestão documental e visibilidade operacional. A empresa atende principalmente PMEs importadoras, que muitas vezes ficam à margem dos grandes bancos na hora de financiar suas operações internacionais.

“Nossa visão é consolidar a Vixtra como a principal referência em soluções financeiras e de tecnologia para o comércio exterior. Com os investimentos que estamos realizando, e os que ainda virão, principalmente em AI, temos convicção de que podemos transformar a experiência de importação para milhares de empresas,” afirma Leonardo, acrescentando que “a Vixtra construiu AI agents que automatizam tarefas complexas e bastante específicas, como o processamento de documentos internacionais e o acompanhamento de processos aduaneiros, o que nos permitiu criar soluções altamente escaláveis e com baixíssimo cost to serve”. Isso permite à Vixtra servir uma base muito maior de clientes que possuem tickets mais baixos, hoje fora do radar dos grandes bancos.

O mercado de importações no Brasil é gigantesco e segue em expansão: em 2024, o país importou mais de US$ 262 bilhões em bens, com destaque para setores como maquinário, eletrônicos, insumos industriais e químicos. Apesar do tamanho, o crédito especializado para importadores ainda é escasso, sobretudo para PMEs, que representam mais de 80% das empresas importadoras, mas enfrentam barreiras de acesso ao financiamento tradicional.

Além do FIDC, a Vixtra já captou US$ 13 milhões em equity, em rodadas seed lideradas por Valor Capital, QED Investors, NXTP, Endeavor e investidores anjo do mercado de comércio exterior brasileiro. A Vixtra se destaca como uma das fintechs mais promissoras no segmento de comércio exterior, unindo tecnologia, acesso a capital e profundo conhecimento do setor.

(*) Com informações da Vixgtra

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Inclusão racial: MDIC lança novo eixo do Raízes Comex com foco em empregabilidade

Iniciativa busca abrir vagas e fortalecer inclusão racial nas empresas que trabalham com comércio exterior

Da Redação (*)

Brasília No Mês da Consciência Negra, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), lança um novo eixo do Programa Raízes Comex, focado em fortalecer a empregabilidade e a inclusão racial nas cadeias do comércio exterior brasileiro.

Foi publicado nesta segunda-feira (17) o extrato do edital para seleção das Empresas Embaixadoras do Raízes Comex, que buca atrair empresas brasileiras comprometidas com a diversidade racial e a promoção de oportunidades de trabalho no comércio exterior.

A iniciativa estimula a contratação de profissionais negros formados nas capacitações do Raízes Comex e promove o reconhecimento das empresas que já adotam boas práticas de diversidade racial no comércio exterior.

Economia mais inclusiva, inovadora e produtiva

Para o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, o programa simboliza uma nova etapa na construção de uma economia mais inclusiva, inovadora e produtiva.

“O comércio exterior é vetor estratégico da neoindustrialização e de geração de empregos qualificados no Brasil. Com o Raízes Comex, unimos inclusão social e desenvolvimento econômico. Esse é o Brasil que queremos — um país que cresce com justiça e oportunidades para todos”, afirmou Alckmin.

Empresas que aderirem ao edital e comprovarem a contratação de egressos do Raízes Comex, conforme os critérios do edital, receberão o título de Empresa Embaixadora, de caráter honorífico, e terão destaque na comunicação institucional do programa, além de acesso gratuito à treinamento em letramento racial.

“O Raízes Comex nasceu como um projeto pioneiro e agora avança para uma nova etapa, consolidando-se como uma política capaz de gerar impacto real na vida dos participantes e no setor”, comenta a De acordo com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres. “Ao reconhecer as empresas que contratam egressos, ampliamos o engajamento com a diversidade racial no comércio exterior”, destacou.

Podem participar empresas de todos os portes, desde que constituídas no Brasil e com atuação em cadeias do comércio exterior, além de comprovarem regularidade fiscal, trabalhista e jurídica. As inscrições devem ser feitas por meio de formulário eletrônico e envio do Termo de Adesão, ambos disponíveis no site do MDIC. Após a confirmação da contratação de egressos, as empresas são reconhecidas como Embaixadoras do Raízes Comex.

Desde sua criação, o Raízes Comex já ofereceu mais de 1.100 vagas em cursos de qualificação, em parceria com instituições como a ONG Vocação, o Instituto Aliança Procomex, o Senac e o Sindasp. Entre as formações disponíveis estão:

  • Formação em Comércio Exterior (online, 90h): voltada a jovens negros de 17 a 29 anos, com conteúdo sobre importação, exportação, logística e modais de transporte;
  • Qualificação Profissional em Assistente de Serviços de Comércio Exterior (presencial, 160h): oferecida pelo Senac em dez municípios, com foco em operações de transporte, armazenagem e liberação aduaneira;
  • Capacitação contínua em Comércio Exterior: promovida pelo Sindasp, com acesso gratuito à plataforma EduComex.

“O lançamento reforça o compromisso do MDIC com uma política de comércio exterior mais diversa, inclusiva e comprometida com o desenvolvimento social”, concluiu Tatiana.

Acesse o edita completo

Extrato do edital

Adesão das empresas

Programa Raízes Comex

Lançado em novembro de 2024, o Programa Raízes Comex tem como objetivo promover a inclusão racial e ampliar a presença de empresas lideradas por pessoas negras no comércio exterior brasileiro. A iniciativa também investe na formação e qualificação de profissionais negros para atuar nas diferentes etapas das operações de exportação e importação.

Estudo inédito da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, que apoiou a criação do programa, mostrou que os trabalhadores pretos e pardos estão sub-representados em empresas exportadoras e importadoras, especialmente em cargos de liderança.

Confira o estudo na íntegra

(*) Com informações do MDIC

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Do PIX às stablecoins: por que o Brasil virou o laboratório financeiro do mundo

Alessandro Buonopane (*)

Há dez anos, o Brasil enfrentava um sistema financeiro concentrado, caro e excludente. Hoje, o país figura entre os três maiores mercados de pagamentos digitais do mundo, atrás apenas da China e da Índia. Não se trata de coincidência, mas do resultado de uma combinação rara entre inovação tecnológica, regulação progressiva e compromisso com a inclusão. O chamado “Brazil Stack” – que integra o PIX, o Open Finance, a identidade digital Gov.br, e infraestrutura baseada em blockchain e Inteligência Artificial (IA) – transformou o Brasil em um dos principais laboratórios de inovação financeira global. E esse modelo, construído em larga escala, está se tornando exportável.

O país não é mais apenas um mercado em crescimento: ele se estabeleceu como um laboratório global de inovação financeira. Chegamos a 2025 com a bancarização atingindo impressionantes 90% – um salto de 22 pontos percentuais desde 2015 –, 63 bilhões de transações pelo PIX em 2024, mais de 42 milhões de clientes conectados ao Open Finance e 71,5 milhões de brasileiros incluídos no sistema financeiro formal. Esses feitos não são apenas um marco social; são a fundação para a próxima grande revolução: a das finanças programáveis e da economia tokenizada.

Embora esses números façam parecer que vivemos o ápice da transformação, eles são na verdade um novo ponto de partida. A economia global vive o seu “momento iPhone” da tokenização, e as stablecoins – já movimentando mais de US$ 27 trilhões anuais, superando as duas maiores operadoras de cartões de crédito do mundo — se consolidam como infraestrutura base de uma nova camada financeira.

No Brasil, esse movimento ganha velocidade: o país já contabiliza cerca de US$ 1 bilhão em ativos tokenizados, 70% dos fundos de venture capital expostos a ativos digitais e uma participação dominante das stablecoins no mercado cripto local, representando 90% das operações de câmbio digital.

A ascensão das stablecoins não é somente um fenômeno de mercado, mas um marco de eficiência. Empresas que adotaram esses ativos reportam economias superiores a 10% em pagamentos internacionais, enquanto grandes players globais – da tecnologia ao mercado financeiro – avançam em integrações e emissões próprias.

Na América Latina, o USDC ultrapassou o Bitcoin como o ativo digital mais comprado, enquanto no Brasil Tether (USDT) e USD Coin (USDC) já respondem por 71% de todo o volume declarado à Receita Federal no primeiro semestre de 2025. A demanda é estrutural: eficiência, liquidez 24/7, menor fricção regulatória e acesso facilitado a dólares em economias instáveis.

Esse avanço ganha contornos ainda mais relevantes com a decisão deste mês do Banco Central de desligar a infraestrutura inicial do DREX. Longe de representar um retrocesso, o movimento abre espaço para que stablecoins privadas – inclusive emitidas por bancos brasileiros – prosperem como alternativa regulatória e tecnológica mais ágil.

É uma inflexão que acompanha a tendência global: nos EUA, o GENIUS Act e a ordem executiva que afastou o projeto de uma CBDC reforçaram o protagonismo do setor privado, enquanto Europa e Ásia seguem fortalecendo modelos híbridos. Para o Brasil, a mensagem é clara: a tokenização seguirá adiante, mas com liberdade para que o mercado lidere seu desenho.

Paralelamente, outro vetor reforça a posição estratégica do país: o crescimento explosivo do SaaS impulsionado pelo PIX. A América Latina lidera o mundo em expansão do setor, com 23% ao ano, e o Brasil desempenha papel central nesse avanço. O PIX já gerou economia de R$ 106,7 bilhões para consumidores e empresas desde seu lançamento, com projeção de R$ 40,1 bilhões anuais até 2030.

O comércio digital brasileiro deve atingir US$ 586 bilhões até 2027, com o PIX representando 40% dos pagamentos online e sendo usado por 76,4% dos brasileiros. A chegada do PIX Automático tende a acelerar ainda mais esse ciclo, conectando pagamentos recorrentes a modelos de fintechs, plataformas digitais e soluções verticais que integram finanças, crédito e gestão.

Mais do que eficiência, o que está em jogo é a democratização do acesso ao sistema financeiro e a construção de uma economia mais transparente, ágil e inclusiva. E essa sinergia alimenta a também digitalização de PMEs – mais de 98% das empresas da região – que ainda operam majoritariamente entre Excel e WhatsApp.

A incorporação de finanças programáveis em softwares verticais cria um salto de produtividade tão significativo quanto o da bancarização acelerada da última década. É a junção entre o que o Brasil já domina (pagamentos instantâneos, infraestrutura aberta, adesão em massa) e aquilo que está despontando (tokenização de ativos, liquidação programável, crédito automatizado).

O que se forma diante de nós é um ecossistema em que inclusão não é um efeito colateral, mas uma construção intencional. A digitalização financeira brasileira reduziu custos, abriu o mercado, diminuiu spreads e democratizou acesso, como reconhece o FMI em sua última avaliação. E, ao mesmo tempo, preparou o país para liderar a próxima fronteira da inovação: a que transforma ativos em código, pagamentos em APIs e sistemas financeiros em redes globais interoperáveis.

Se o PIX mostrou ao mundo que é possível reinventar a maneira de pagar, as stablecoins e a tokenização mostram que é possível reinventar a própria infraestrutura do dinheiro. O Brasil já provou que sabe liderar movimentos que pareciam improváveis. Agora, diante da economia tokenizada, surge uma nova oportunidade: exportar não apenas tecnologia, mas um modelo de transformação financeira capaz de influenciar mercados emergentes e grandes economias.

O mundo está observando e, mais uma vez, aprendendo com o Brasil. O desafio agora é manter o ritmo da inovação, garantir que os ganhos cheguem a todos os estratos da sociedade e consolidar o país não apenas como laboratório, mas como exportador de soluções para o futuro das finanças digitais – hoje ele é programável e está sendo escrito em português.

(*) Alessandro Buonopane é CEO Latam e Brasil da GFT Technologies

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