O apetite gigantesco da China avança sobre dois “novos” produtos exportados pelo agronegócio brasileiro

Da Redação (*)

Brasília – A China é com ampla margem de sobra, o principal cliente do agronegócio brasileiro liderando o ranking de maior importador de produtos como a soja, milho, algodão, carnes e muitos outros bens do segmento que lidera as exportações gerais brasileiras. E com a abertura do mercado chinês para o gergelim e o feijão do Brasil, o gigante asiático deu mais um passo na consolidação dessa liderança e em pouco tempo tornou-se o principal destino para esses produtos embarcados na TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá.

Até o mês de setembro de 2025, a TCP exportou um total de 249 mil toneladas de gergelim, alta de 184% em comparação com as 88 mil toneladas registradas no mesmo período do ano anterior. O volume posiciona o Terminal com uma participação de mercado de 71% no volume embarcado pelo Brasil.

Segundo o gerente comercial, de logística e atendimento da TCP, Giovanni Guidolim, “a China é responsável por mais de um terço do consumo global de gergelim. A abertura desse mercado e as recentes habilitações de empresas brasileiras fizeram com que os embarques disparassem e, em menos de um ano, o país asiático já se tornou o principal destino do gergelim exportado pela TCP”.

No ranking dos maiores importadores do gergelim exportado pela TCP estão China, que é o destino de 46% de todo o volume embarcado, Índia (21%) e Vietnã (8%). “Os três maiores mercados para o gergelim brasileiro estão no continente asiático, e a TCP conta com oito serviços semanais para chegar a esses destinos, fator que traz mais flexibilidade e capacidade de embarque. Enquanto o volume exportado pelo país cresceu cerca de 42%, a TCP foi capaz de absorver uma alta de 184%, evidenciando a opção do mercado de embarcar a carga pelo Terminal”, explica Carolina Brown, gerente comercial de armadores e de inteligência de mercado da TCP.

De acordo com os dados da Secretária de Comércio Exterior compilados pelo Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE), o país exportou 349,67 mil toneladas entre janeiro e setembro deste ano, maior volume já registrado na série histórica, superando as 246,65 mil toneladas do mesmo período de 2024.

Embarques de feijão quase triplicam

O feijão brasileiro tem ampliado sua presença ao redor do globo. Os dados compilados pelo IBRAFE apontam que as exportações brasileiras foram de 361,86 mil toneladas até setembro, o maior volume da série histórica, e que supera em 4% o registrado no mesmo período do ano passado.

Na TCP, os embarques de feijão cresceram 79% entre 2024 e 2025, passando de 176 mil toneladas para 315 mil toneladas no período. O resultado posiciona o Terminal de Contêineres de Paranaguá como o maior corredor de exportação de feijão do Brasil, com 87% de participação de mercado no segmento.
Os principais destinos do feijão exportado pela TCP foram Índia (64%), Portugal (6%) e África do Sul (5%).

“Por ser uma carga perecível e que exige fumigação, os produtores buscam maior agilidade e eficiência operacional para que suas remessas cheguem no prazo estabelecido pelos importadores. A parceria do Terminal com os armazéns da retroárea de Paranaguá e o alinhamento contínuo para otimização do fluxo junto aos órgãos intervenientes envolvidos no processo de exportação são fatores que tornam o embarque de pulses por Paranaguá mais ágil e rentável”, afirma Guidolim.

O relatório do IBRAFE também destaca que o feijão-mungo-preto foi o mais exportado pelo Brasil, com 171 mil toneladas embarcadas. A variedade foi lançada oficialmente em 2024 pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e não era cultivada no país. Em segundo lugar ficou o feijão-caupi branco, com 66 mil toneladas.

Diferente do feijão carioca e do feijão preto, os mais consumidos no país, o feijão-mungo preto e o feijão-caipi branco são produzidos com foco no mercado externo, onde integram parte importante da cozinha de países asiáticos, por exemplo.

De acordo com o IBRAFE, esse volume de exportações não afeta o abastecimento interno, sustentado pelo feijão-carioca, que representa 65% da produção nacional e permanece voltado ao consumo doméstico.

(*) Com informações da TCP

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“O Mundo Novo do Comex”, o novo podcast da eComex, debate tendências que moldam o futuro do comercio exterior brasileiro

Da Redação (*)

Brasíia – A eComex, empresa pioneira em desenvolvimento de aplicações para gestão de processos de comércio exterior, lançou na semana passada o “Mundo Novo do Comex”, podcast criado pela empresa para discutir as transformações que estão moldando o futuro do comércio exterior  brasileiro. No episódio de estreia, gravado diretamente do Oracle Innovation Center, o CEO da eComex, André Barros, conversou com Guilherme Cavalcanti, Snr Director Sales HighTech Co. da Oracle, sobre o tema: “Dados em nuvem, decisões em terra firme: a nova era do Comex conectado.”

Durante o bate-papo, eles discutiram como a cloud pode ser um motor de estratégia, o papel dos dados inteligentes na tomada de decisões, os ganhos de eficiência e compliance, e as tendências que estão moldando o futuro do Comércio Exterior. Novos episódios estão a caminho, trazendo conversas que dão vida ao Mundo Novo do Comex.

Confira o episódio completo:
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Fundada em 1986, a eComex, pioneira em desenvolvimento de aplicações para gestão de processos de comércio exterior. Primeira empresa no Brasil a integrar seus aplicativos aos principais sistemas ERPs do mercado e a disponibilizar uma aplicação 100% WEB para gestão do comércio exterior.

(*) Com informações da eComex

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Cultura, gastronomia, ecoturismo, turismo histórico: os atrativos de Porto Seguro que conquistam cada vez mais os argentinos

Porto Seguro é destaque em Córdoba com ações de promoção turística na Argentina

Da Redação (*)

Brasília – O destino Porto Seguro está em evidência na Argentina com a participação da Secretaria Municipal de Turismo no 64º Workshop Turístico e no Mercado de Viajes, realizados pela Associação Cordobesa de Agências de Viagens (ACAV) nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, em Córdoba.

A ação integra a estratégia de fortalecimento internacional do destino, com estande próprio da Secretaria em parceria com as operadoras Bon Bini e GIT, reunindo representantes do trade turístico local, entre hoteleiros e receptivos.

A assessora especial de Turismo, Aline Rodrigues, tem conduzido as atividades de promoção, apresentando aos agentes de viagens e operadores as múltiplas experiências que fazem de Porto Seguro um dos destinos mais completos do Brasil. No primeiro dia, o evento no formato B2B (business to business) reuniu profissionais do setor, gerando oportunidades de negócios, capacitação e parcerias estratégicas com o mercado argentino.

Entre os principais atrativos apresentados estão a rica cultura local, as experiências gastronômicas, o ecoturismo, o turismo histórico, as vivências esportivas e náuticas, o turismo religioso, a vibrante vida noturna e as opções de luxo, com destaque para o charme do Quadrado de Trancoso. Aline também tem reforçado o potencial do destino em eventos e casamentos à beira-mar, segmentos em alta no turismo internacional.

“Com a presença de marcas consolidadas e a união entre poder público e iniciativa privada, Porto Seguro reafirma sua posição de destaque na América do Sul, fortalecendo vínculos com o mercado argentino — um dos principais emissores de turistas internacionais para o Brasil”, frisa o secretário de Turismo, Guto Jones, fazendo menção ao voo fretado, que vai sair de Córdoba direto para Porto Seguro no verão.

(*) Com informações da Prefeitura de Porto Seguro

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Web Summit Lisboa 2025 terá participação de 340 startups brasileiras em ação conjunta ApexBrasil e Sebrae

Delegação diversificada revela efervescência e descentralização do ecossistema de inovação do país, que acaba de ultrapassar a marca de 20 mil empresas inovadoras ativas_

Da Redação (*)

Brasília – O Brasil chega ao Web Summit Lisboa 2025 – que acontece de 9 a 13 de novembro, em Portugal – com uma delegação de 340 startups e empresas inovadoras coordenada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e outras entidades. A diversificação da delegação, composta por empresas de todas as regiões do país, revela o cenário promissor de efervescência e descentralização do ecossistema de inovação do Brasil que, segundo levantamento do Observatório Sebrae Startups (https://observatorio.sebraestartups.com.br/pt-br), ultrapassou, em agosto, a marca de 20 mil empresas inovadoras ativas. O aumento foi de 30% no período de um ano.

“O Brasil abriga mais de 20 mil startups e esse número não para de crescer. O país é hoje uma referência em inovação na América Latina, com soluções tecnológicas escaláveis em diversos setores, que vêm despertando o interesse de investidores e empresas em todo o mundo. A ApexBrasil mantém seu compromisso de apoiar a internacionalização dessas startups, tendo o Web Summit como uma das principais iniciativas para alcançar esse objetivo”, afirma Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.

Além do crescimento, o cenário nacional mostra uma distribuição cada vez mais pulverizada e dinâmica. Segundo o Sebrae, atualmente, a região Sudeste segue na liderança, respondendo por cerca de 35,8% do total de empresas inovadoras do país. O Nordeste emerge com força crescente, respondendo por aproximadamente 24,7% das startups ativas. Em seguida vem a região Sul, que responde com cerca de 20,7%; o Centro-Oeste, com cerca de 9,5%; e o Norte, com 9,2%. Os dados evidenciam o potencial de inovação em todas as regiões do Brasil e mostram ainda um ecossistema em busca de maior diversidade: as mulheres lideram quase um terço (29,8%) das startups ativas na plataforma do Sebrae, o que sublinha a crescente participação feminina no empreendedorismo de base tecnológica.

Atentos a esse cenário, para compor a delegação brasileira do Web Summit 2025 a ApexBrasil e o Sebrae buscaram priorizar negócios liderados por empreendedoras e empreendedores das regiões Norte, Nordeste e Distrito Federal, bem como oriundos de favelas e comunidades urbanas. Também foi dada prioridade às empresas comandadas por mulheres.

Das 340 startups e empresas inovadoras participantes, 256 foram selecionadas pela ApexBrasil e o Sebrae (151 pela ApexBrasil, sendo 108 expondo em estandes do Web Summit e 43 expondo no pavilhão brasileiro com seus ambientes de inovação; e 105 pelo Sebrae através das suas unidades estaduais; além de outras 84 foram selecionadas por instituições parceiras como Softex, Anprotec e Serpro. No ano passado, ApexBrasil e Sebrae selecionaram 226 startups, além das demais empresas dos parceiros que integraram a delegação.

Das 151 participantes selecionadas neste ano pela ApexBrasil, 80 são da região Sudeste (52,98%), 35 do Nordeste (23,18%), 27 do Sul (17,88%), 6 do Norte (3,97%) e 3 do Centro-Oeste (1,98%). A maior parte delas (123) participará pela primeira vez do evento com o apoio da Agência.

“A Apex vai mostrar este potencial transformador do Brasil, onde todas as regiões do país são um celeiro de inovação. Participar de um evento como o Web Summit Lisboa é uma oportunidade transformadora para todas as startups brasileiras – estejam elas no início da jornada ou já trilhando caminhos mais consolidados”, destaca a gerente de Indústria e Serviços da ApexBrasil, Maria Paula Velloso.

Perfil do Brasil no evento

A delegação brasileira no Web Summit Lisboa representará mais de 30 setores, com destaque para as áreas da saúde (HealthTech), educação (EdTech), finanças (FinTech), marketing (MarTech), avanços científicos (DeepTech), agronegócio (Agritech), entre outras. As empresas se destacam pelo impacto social, modelos de negócios escaláveis e soluções inéditas, principalmente em seus mercados de origem.

Para se preparar, as startups passaram por treinamentos, mentorias e capacitações com foco em internacionalização, estratégias e atração de investimentos, além de pitch training para maior assertividade durante o evento.  Muitas delas vão em busca das primeiras conquistas na jornada exportadora e outras já atuam no mercado global e querem expandir seus negócios.

Entre os integrantes da delegação está a startup playNwhere, do Rio de Janeiro. A playNwhere foi a materialização do sonho de Sylvia Meireles de usar a tecnologia para democratizar a educação. Com uso de inteligência artificial, a plataforma possibilita a criação de jogos educativos personalizados sem a necessidade de programação, facilitando o acesso ao mercado de Serious Games – jogos desenvolvidos com um propósito educacional, sem a função primária do entretenimento. A solução acessível é eficaz para treinamento empresarial e educação, melhorando o engajamento dos alunos.

Fundadora da empresa, Sylvia conta que encontrou no Web Summit Lisboa a vitrine perfeita para mostrar ao mundo a força criativa e tecnológica brasileira. “Participar do Web Summit Lisboa foi a virada de chave para transformar visão em movimento global para a playNwhere”, comenta.

Ela explica que, com o apoio da ApexBrasil na edição passada, teve contato direto com tomadores de decisão e uma rede internacional que impulsionou a expansão da empresa. “Com presença em eventos internacionais e crescimento rápido, alcançando cerca de 100 novos usuários por dia, o playNwhere se tornou um motor essencial na expansão do mercado de ‘Serious Games’, previsto para faturar US$ 15 bilhões. Seguimos prontos para escalar globalmente com o carimbo da inovação brasileira”, afirma Sylvia com grande expectativa para a edição de 2025.

Programação

A delegação brasileira terá uma intensa agenda. São palestras, pitch session, seminários, debates, rodadas de negócios com compradores internacionais, reuniões e muito network. Entre as autoridades presentes estarão: o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana; o diretor de Gestão Corporativa da ApexBrasil, Floriano Pesaro; o gerente geral do Escritório da ApexBrasil em Lisboa, Paulo Matheus; o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima; o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro; o cônsul do Brasil em Lisboa, embaixador Alessandro Candeas; a gerente de Indústria e Serviço da ApexBrasil, Maria Paula Velloso; o diretor de Gestão e Inovação da Embratur, Roberto Gevaerd; entre outras autoridades.

Localizado em área privilegiada da MEO Arena, o Pavilhão Brasil será uma grande vitrine para apresentar soluções inovadoras, promover conexões estratégicas e atrair investimentos. O espaço será dividido em duas ilhas, sendo uma dedicada a conteúdos e reuniões de negócios; e a outra para exposição das empresas brasileiras. A programação inclui atividades voltadas à promoção de negócios e internacionalização das startups com palestras, debates, pitches, rodadas de negócios, encontros com investidores globais e videocast para mostrar iniciativas de sucesso.

Histórico de sucesso

Em 2024, o Web Summit Lisboa atraiu mais de 71,5 mil participantes de 153 países, incluindo mais de 3 mil startups e aproximadamente mil investidores. A participação brasileira no evento – coordenada pela ApexBrasil desde 2018 – tem crescido ano a ano. Na última edição, em parceria com o Sebrae, a Agência levou 226 startups que, somadas às selecionadas por outros parceiros, chegaram a 400 empresas sendo considerada a maior delegação do evento ao lado da Alemanha. O resultado foi expressivo: aproximadamente R$ 2,4 milhões em investimentos imediatos e projeção de R$ 75,6 milhões em novos negócios. A expectativa para este ano é ultrapassar estes números.

Crescimento das startups no mundo

De acordo com o estudo Startup Ecosystem Index 2025, publicado pela StartupBlink (https://www.startupblink.com/startupecosystemreport), existem mais de 150 milhões de startups no mundo. Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, com aproximadamente 1,1 milhão (1.148.296), seguidos da Índia com 493, 5 mil (493.582). O Brasil ocupa a 27ª posição. Os dados, reunidos em 118 países, revelam que todos os dias são fundadas no mundo, em média, 137 mil startups.

Serviço

Evento: Web Summit Lisboa 2025

Data: De 9 a 13 de novembro de 2025

Local: MEO Arena – Rossio dos Olivais, Parque das Nações 1990-231 Lisboa Pavilhão Brasil: Área central da MEO Arena

 

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A não aplicabilidade da Lei Magnitsky no Brasil

Ives Gandra da Silva Martins (*)

O Ministro Gilmar Mendes declarou que deve haver uma lei proibindo a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil. Tenho grande admiração e já escrevo livros com ele, pois somos amigos há 45 anos. Ainda assim, tenho a certeza de que essa lei não é aplicável no país, razão pela qual, a meu ver, não há necessidade dessa proibição. Ora, a Lei Magnitsky não tem efeito na legislação brasileira, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos.

Entretanto, o que pode acontecer — dependendo da forma como a Lei Magnitsky for aplicada pelo governo americano — é que atinja as empresas que trabalham tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

Tem razão o Ministro Gilmar Mendes ao dizer que a referida lei não é aplicável e não pode ser aceita no Brasil. Contudo, as empresas que trabalham nos dois países podem enfrentar problemas, pois se o governo americano for ao extremo de exigir que tais empresas se sujeitem a essa lei no território brasileiro – desobedecendo, portanto, no Brasil, o que é imposto às empresas americanas em relação a uma condenação —, poderão ser multadas, prejudicadas e até proibidas de trabalhar nos EUA.

Não há, entretanto, ferimento à soberania nacional de qualquer país. Se as empresas que estiverem no Brasil entenderem que serão prejudicadas porque negociam nos Estados Unidos, e estes limitarem suas atividades por força da Lei Magnitsky, caberá a elas decidirem se aceitam ou não essa exigência e, não aceitando, arcar com as consequências nos EUA.

Se não aceitarem e os Estados Unidos quiserem puni-las, terão a opção de deixarem de atuar naquele país. Se as empresas aceitarem, significa que aplicarão no Brasil aquilo que é imposto pelo governo americano, a fim de não serem prejudicadas nos Estados Unidos.

Reitero que a soberania não está em jogo e o Ministro Gilmar Mendes tem razão, mas não é necessária norma alguma para dizer que a Lei Magnitsky não é aplicável no Brasil.

Outra coisa são as consequências para as empresas que optarão por seguir o regime americano, trabalhando ou tendo relações nos Estados Unidos. São, pois, essas empresas que podem sofrer as sanções nos Estados Unidos, com reflexos para todos os países do mundo.

Isso é bom esclarecer para não dar a impressão de que está ocorrendo interferência internacional em território brasileiro. Resumindo, no Brasil, aplicam-se as leis brasileiras; nos Estados Unidos, as leis americanas, sendo que a Lei Magnitsky permite que se apliquem sanções a empresas que lá trabalham.

Embora a lei não tenha efeito per se no Brasil, as decisões tomadas por empresas multinacionais em face das sanções americanas criam um precedente de adequação voluntária a uma norma estrangeira. Esse alinhamento, motivado pela necessidade de acesso ao mercado dos EUA, não deve ser confundido com a recepção formal da Lei Magnitsky pelo sistema legal nacional, mas sim como uma consequência da globalização econômica e da interconexão financeira.

Ademais, é fundamental considerar a perspectiva da nossa política externa e das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos diante de tais cenários. Caso o governo americano intensifique a aplicação extraterritorial de suas sanções, levando a um impacto significativo em empresas sediadas no Brasil que operam nos EUA, o Brasil poderá se sentir compelido a tomar medidas protetivas, não necessariamente para “proibir” a Magnitsky, mas para salvaguardar o ambiente de negócios nacional contra o que poderia ser visto como uma pressão indevida.
Isso que é importante realçar, para que não reste nenhuma dúvida de que a
soberania brasileira está garantida.

(*) Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

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Anfavea comemora fim do pesadelo envolvendo fornecimento de chips da China que poderia paralisar produção de veículos no país

Da Redação (*)

Brasília – Após uma rápida ação do governo brasileiro junto ao governo da China, a indústria automobilística brasileira respira aliviada com o afastamento da possibilidade de interrupção da produção nas principais montadoras instaladas no país devido a uma eminente falta de chips, essenciais para a manutenção das atividades do setor.

Nesse contexto, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemorou neste sábado (01) a abertura de diálogo com a China para liberar as exportações de semicondutores ao Brasil. O governo chinês concordou em analisar a concessão de autorização especial às empresas brasileiras que estiverem com dificuldades para importar os chips.

A medida abre caminho para o fim do embargo às importações de semicondutores da Nexperia, que pode levar ao desabastecimento dos fornecedores de autopeças no país e a consequente paralisação da indústria automotiva.

China acena com licença de fornecimento de chips “caso a caso”

Segundo informe feito à Anfavea pelo Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, as empresas brasileiras poderão solicitar exceção ao embargo por meio da Embaixada ou diretamente com o Ministério do Comércio da China. A China concederá a licença para importação a partir da análise de cada caso.

“A rápida resposta do governo brasileiro frente ao alerta feito pela Anfavea permitiu a abertura de canais de diálogo antes de o pior cenário se concretizar, que é o de paralisação de fábricas no país. Vamos acompanhar os desdobramentos nos próximos dias e dar suporte às empresas da cadeia de suprimentos para que possam reestabelecer as compras dos semicondutores o mais rápido possível e normalizar o envio de peças às fabricantes”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.

A Associação fez também um agradecimento especial ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, pelo empenho e disponibilidade em atuar na busca de uma solução diante do quadro exposto pela Anfavea de riscos concretos ao setor automotivo.

ANTECEDENTES

Em outubro, o governo holandês assumiu o controle da Nexperia, subsidiária da fabricante de semicondutores chinesa Wingtech. Como resposta, a China bloqueou as exportações dos chips vendidos pela empresa. O efeito colateral desta medida foi a interrupção do fornecimento de semicondutores da Nexperia às empresas da cadeia de autopeças no Brasil.

Os chips da Nexperia são usados em peças que compõem os veículos de todas as fabricantes e, como há poucas fornecedoras globais de semicondutores, não há outras opções desses componentes no mercado.

As fabricantes notificaram as empresas brasileiras de que, se nada fosse feito, a produção de peças teria de ser interrompida em poucas semanas, levando à consequente paralisação das fábricas de veículos no país.

Em audiência na terça-feira passada, a Anfavea solicitou ao governo brasileiro que buscasse com a China uma forma de deixar o Brasil de fora do embargo.

(*) Com informações da Anfavea

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Missão empresarial brasileira vai à CIIE, maior feira de importações do mundo, para reforçar parceria entre industrias do Brasil e da China

Da Redação (*)

Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), promovem a Missão Empresarial à China International Import Expo (CIIE) 2025, que será realizada de 3 a 7 de novembro, em Xangai.

Considerada a maior feira de importação promovida pela China, a CIIE reúne compradores e investidores de mais de 150 países e é um dos principais palcos mundiais para promoção de produtos, tecnologias e inovação.

A missão marca mais um capítulo da aproximação estratégica entre os setores industriais do Brasil e da China. Composta por pequenas e médias empresas, a delegação reúne participantes de mais de 20 empresas de seis estados, abrangendo diversos setores da indústria, com destaque para mineração e alimentos e bebidas, além de representantes da construção civil e do setor têxtil e de vestuário.

A coordenação da missão é da unidade da Federação de Minas Gerais da Rede de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), presentes em todas as federações de indústrias do país.

Com o apoio do escritório da CNI em Xangai, inaugurado neste semestre, a missão contará com uma programação diversificada que vai além da feira.

A comitiva brasileira terá reuniões com executivos e instituições chinesas e participará do programa executivo IEL Experience, realizado em uma universidade em Xangai  — iniciativa que reforça o compromisso com a inovação, o aprendizado e a cooperação tecnológica.

O objetivo é fortalecer o posicionamento internacional da indústria brasileira, estimulando parcerias estratégicas em inovação, sustentabilidade e digitalização industrial, além de ampliar o intercâmbio de conhecimento, investimentos e negócios entre empresas do Brasil e da China.

“A China é o maior parceiro comercial do Brasil e a participação dos empresários brasileiros na CIIE é uma oportunidade concreta de ampliar a presença de produtos nacionais em um dos mercados mais dinâmicos e estratégicos do mundo. Em 2024, a China foi o principal destino das exportações de 14 estados brasileiros e o segundo maior de outras quatro unidades da Federação, o que reforça a importância de ações de promoção como esta missão”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Maior parceira comercial do Brasil, China amplia aportes em energia, manufatura e minerais estratégicos  

Dados do Conselho Empresarial Brasil China (CEBC) mostram que desde 2009, a China é a principal parceira comercial do Brasil, e o país mantém superávit consistente nessa relação. Entre 2001 e 2024, a balança comercial brasileira apresentou déficit em apenas dois anos — 2007 e 2008.

As exportações brasileiras para a China permanecem concentradas em três grandes grupos de produtos — commodities agrícolas, minerais e energéticas, que representam mais de 70% do total exportado.

Já os investimentos chineses no Brasil vêm se diversificando: em 2024 o país recebeu 39 projetos, somando US$ 4,18 bilhões, o que colocou o Brasil como o terceiro maior destino global de capital chinês.

Os setores de energia elétrica (especialmente renovável), petróleo, manufaturas e minerais estratégicos se destacam entre os que mais atraem investimentos. Além disso, o número crescente de projetos, mesmo com valores médios menores, indica uma tendência de investimentos menos intensivos em capital, mas de alto valor estratégico e tecnológico — alinhados às prioridades nacionais de reindustrialização e sustentabilidade.

Ainda segundo informações do CEBC, a indústria de transformação brasileira vem ampliando sua presença no mercado chinês. Entre janeiro e setembro de 2025, as exportações do setor cresceram 19,5 por cento, somando 15,7 bilhões de dólares. Com isso, a participação da indústria de transformação nas exportações brasileiras para a China subiu para 20,8 por cento, um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024.

(*) Com informações da CNI

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Novo núcleo do PEIEX em São Paulo qualificará 2.425 empresas do ABC e da Baixada Santista até 2027

Investimento é de R$ 21 milhões será direcionado para as regiões do ABC Paulista e da Baixada Santista

Da Redação (*)

Brasília – O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a ApexBrasil e o Sebrae lançaram, nesta sexta-feira (31/10), o novo núcleo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), voltado para as regiões do ABC Paulista e da Baixada Santista.

O objetivo do programa é promover a internacionalização de pequenas e médias empresas por meio de qualificação e preparação para o mercado global.

O lançamento do novo núcleo teve a presença do vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. Ele destacou as ações do governo federal para aumentar a competitividade das MPEs no mercado externo.

“Enquanto a reforma tributária não estiver totalmente implantada, o governo está agindo para ajudar as empresas exportadoras. O Programa Acredita Exportação devolve parte dos tributos e garante crédito para micro, pequenas, médias e grandes empresas continuarem vendendo para o mundo, preservando empregos e competitividade”, afirmou Alckmin.

Atendimentos

O novo núcleo do programa será responsável pelo atendimento de 350 empresas, dentro do universo de mais de 2 mil empresas previstas no convênio firmado entre a ApexBrasil, o Sebrae-SP e a Faculdade Sebrae.

As demais empresas são atendidas pelos núcleos localizados em Campinas, São José dos Campos e Grande São Paulo. Em breve, haverá novos polos em Bauru, Sorocaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

A meta é qualificar 2.425 empresas até 2027, o maior número da história do PEIEX no estado de São Paulo. O investimento total da ApexBrasil e do Sebrae para atingir essa meta é de R$ 21 milhões. O foco do atendimento está voltado principalmente para setores de alimentos e bebidas, moda, móveis, máquinas e equipamentos e tecnologia da informação.

Desde 2010, o programa já preparou mais de 3,9 mil empresas paulistas para o mercado internacional, com investimento acumulado de aproximadamente R$ 34 milhões, incluindo contrapartidas de parceiros locais.

(*) Com informações do MDIC

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Mexicanização Brasileira: facções ocupam espaços do Estado e avançam sobre serviços públicos e negócios legais

Márcio Coimbra (*)

O poderio do crime que motivou a ação policial no Rio de Janeiro não é um caso isolado. É a tradução de uma doença metastática que consome o Brasil. O que se vê no Rio hoje é apenas o ensaio geral, a prévia mais avançada do que todo o país experimentará amanhã se não acordarmos para a realidade brutal: o crime não mais opera à margem do Estado; ele se infiltrou em suas veias e diversificou seus negócios em escala industrial.

O conceito de crime organizado transcende em muito aquele já conhecido como ilícito comum. Estamos falando de um conglomerado infiltrado nas instituições públicas, com gestão corporativa, que sistematicamente corrompe e coopta o Estado para garantir a impunidade e expandir seus impérios. Esta não é uma teoria conspiratória. É a prática documentada de facções como o PCC e o Comando Vermelho, que hoje controlam cadeias inteiras do poder público. A infiltração é a nova arma, agora eficaz e silenciosa. As fraudes em concursos públicos, criminosos eleitos para parlamentos e um judiciário leniente são as provas cabais de êxito desta estratégia.

Além disso, é um erro reduzir o poder do crime apenas ao tráfico de drogas. Atualmente uma vasta e complexa teia econômica lava seus recursos e financia sua expansão. Facções dominam o contrabando de cigarros, comercialização de vapes, adulteração de combustíveis em escala nacional e, de forma mais visível, parcelas do lucrativo mundo das apostas que envolvem influenciadores. Segundo a Receita Federal, apenas 27 das 134 empresas do setor possuem registro regular, criando um ambiente fértil para lavagem de dinheiro.

Enquanto o Rio de Janeiro chama a atenção pela visibilidade, vastas regiões do Norte e Nordeste do país já vivem sob um silencioso e férreo controle das facções. Inúmeras cidades têm seu comércio, transporte e até a vida social ditados pelo crime. Prefeitos governam sob a tutela de grupos criminosos ou fazem parte deles, enquanto a população vive sob a lei do silêncio, sabendo que o Estado, quando aparece, é muitas vezes apenas uma extensão do poder do tráfico e das milícias. Segundo o Monitor da Violência, 15% dos municípios brasileiros relataram episódios de guerra entre facções em 2023, um aumento de 40% em relação a 2020. São batalhas pelo domínio territorial.

Este cenário é a materialização do que especialistas chamam de “mexicanização”. Não se trata de uma simples importação cultural, mas da adoção de um modus operandi onde os cartéis não apenas disputam mercados ilícitos, mas contestam o monopólio estatal da força e controlam porções significativas do território e da economia formal e informal. O destino lógico e aterrador deste caminho é o nascimento de um modelo de narcoestado, onde as decisões de política pública, as nomeações para cargos-chave e a agenda econômica são influenciadas pelos interesses escusos que, além do crime, controlam parcelas do comércio, política, entretenimento, energia e outros setores.

A ação no Rio é um sintoma de uma guerra civil assimétrica, um conflito armado onde o Estado reage à superfície do problema, mas perde a guerra silenciosa nos corredores do poder e no campo econômico. Enquanto não houver uma estratégia nacional, unindo inteligência, investigação financeira, combate implacável à lavagem de dinheiro e, sobretudo, a desinfecção da máquina pública cooptada por essas milícias e facções, estaremos apenas enxugando gelo. O Brasil está caminhando a passos largos para se tornar o que o Rio já é: a tradução de um Estado falido.

(*) Márcio Coimbra é CEO da Casa Política e Presidente-Executivo do Instituto Monitor da Democracia. Conselheiro e Diretor de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig). Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal.

 

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Donald Trump e a perigosa escalada nuclear no mundo

Victor Missiato (*)

O governo de Donald J. Trump firmou um acordo relevante com a China, voltado à melhoria das relações comerciais entre os dois países. Em troca da redução das tarifas impostas a Pequim, Washington busca recuperar espaço na venda de soja e no acesso aos minerais de terras raras do país asiático — elementos estratégicos para diversas indústrias de alta tecnologia. Trata-se de uma negociação crucial para a frágil estabilidade do comércio global, marcada por tensões e dificuldades de consenso entre as grandes potências.

Entretanto, no mesmo dia em que anunciou o entendimento com a China, Trump declarou a intenção de retomar os testes nucleares, prática abandonada desde o fim do século XX. Diante das incertezas geradas pela guerra entre Ucrânia e Rússia, pelos avanços tecnológicos de Pequim e pelas pesquisas nucleares iranianas, os Estados Unidos se preparam novamente para a hipótese de uma guerra total no século XXI.

Único país a lançar bombas atômicas contra outro, Washington conhece bem os dilemas éticos, políticos e estratégicos que esse tipo de decisão acarreta à complexa arena geopolítica internacional. O cenário poderia ser amenizado com novos tratados que visassem restringir o uso e os testes de armas nucleares. Contudo, tais iniciativas parecem inviáveis enquanto as três maiores potências militares — Estados Unidos, Rússia e China — mantiverem-se em estado de tensão ou conflito iminente.

Assim, enquanto Moscou se sentir ameaçada pela expansão da OTAN e Pequim interpretar o apoio norte-americano a Taiwan como provocação direta, a dissuasão nuclear continuará a ser um pilar estratégico na manutenção do equilíbrio global. Na pior hipótese, porém, esse mesmo equilíbrio pode se transformar em um gatilho para uma catástrofe de proporções apocalípticas

(*) Victor Missiato, professor de História do Colégio Presbiteriano Mackenzie, Tamboré. Analista político e Dr. em História

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