Entre o impulso e a estratégia, pular etapas profissionais pode custar o seu futuro

Cesar Silva (*)

Vivemos uma era em que tudo cabe na palma da mão: respostas, conexões, validações e, talvez, o mais perigoso: a ilusão do sucesso instantâneo. A geração Z cresceu cercada por tecnologia, agilidade e recompensas rápidas. Assim, não é surpresa que a ideia de “atalho” pareça tentadora. O problema é quando essa lógica do imediato é aplicada ao que, por natureza, exige processo: conhecimento, carreira, maturidade profissional e construção de competências.

Frases como “faculdade é perda de tempo”“empreender é melhor do que estudar” ou “basta coragem para vencer” viralizam facilmente. Mas, longe da timeline, o mercado é menos romântico e mais pragmático. É muito perigoso estimular a crença, desta geração, de que existem atalhos ou jornadas mais rápidas para se atingir objetivos.

Muitos jovens não sabem que é na jornada que se empreende, que se aprende a usar ferramentas de gestão, básicas e simples, mas fundamentais na organização dos dados e na tomada de decisão. A regra dos 80 – 20, lei da demanda e da oferta, ciclo PDCA (planejar = Plan, fazer = Do, verificar = Check e agir = Act) ou matriz SWOT (forças = Strengths, fraquezas = Weaknesses, oportunidades = Opportunities e ameaças = Threats).

Entender o kit de sobrevivência de quem precisa alocar capital, entender risco, definir prioridades e antecipar cenários não acontece ao acaso: exige tempo, repetição, reflexão e erro com contexto.  Quem ignora essas ferramentas tende a aprender no método mais caro de todos: o erro repetido.

Pular etapas pode parecer ousadia, mas, muitas vezes, é apenas inconsequência travestida de coragem. Quebrar a etapa de aprendizado leva esses jovens desta geração a não consumir energia boa, na hora certa, no momento de mais valor: o de aprendizagem.

Caso esteja pensando em largar a faculdade para “empreender” ou, até mesmo, não tentar o acesso ao caminho que leva a obtenção de um diploma, seja ele de Técnico Nível Médio ou de nível Superior pode ser a escolha mais errada em sua trajetória pessoal e profissional.

Os dados reforçam isso. Um diploma técnico pode aumentar o potencial de renda entre 18% e 58%. Um diploma superior pode elevar o salário em até 148%. No mundo das startups, que simboliza ruptura e ousadia, apenas 5% dos fundadores bem-sucedidos não tinham formação formal. Os outros 95% tinham currículo estruturado com graduação, especialização, mestrado ou doutorado. Até no universo da inovação radical, o conhecimento é o lastro.

A natureza também ensina essa lógica. Em física e química, nenhuma transformação ocorre sem energia de ativação. Nada simplesmente acontece, é necessário esforço. Não existe almoço grátis, nem nos átomos, nem no mercado. O esforço é parte do processo e a jornada forja caráter e competências, o perfil de quem a percorre.

É claro: estudar não garante sucesso. Mas abandonar a formação aumenta exponencialmente o risco do fracasso. Ou pior, se recai na mediocridade confortável, onde a pessoa nunca descobre seu verdadeiro potencial porque quis chegar antes de aprender a caminhar.

Isso não significa escolher entre diploma e empreendedorismo. Significa reconhecer que o diploma, seja técnico ou superior, não é o fim, mas o alicerce. A jornada acadêmica não é um obstáculo: é um acelerador. Até para empreender com sucesso é importante que se tenha trilhado uma jornada de formação formal cientifica, o tão falado (sonhado por uns e desprezado por outros) diploma é importante pelo que ele expressa na ciência e na vivência da jornada dos que os obtém.

Para cada Bill Gates que abandonou Harvard e se tornou ícone, há milhares de outros que só construíram empresas sólidas porque tiveram acesso às bases científicas, matemáticas, estratégicas e humanas necessárias para competir.

No final, a pergunta que a geração Z precisa responder é simples: você quer apostar sua vida na exceção ou construir seu futuro baseado no que funciona para 95% das pessoas? Audácia é bem-vinda. Impulsividade não é coragem, é risco mal calculado.

O caminho mais rápido raramente é o mais inteligente. E no mundo real, não no feed, quem chega mais longe não é quem apressou o processo, mas quem foi consistente o suficiente para merecer o resultado.

(*) César Silva é diretor Presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) e docente da Faculdade de Tecnologia de São Paulo – FATEC-SP há mais de 30 anos. Foi vice-diretor superintendente do Centro Paula Souza. É formado em Administração de Empresas, com especialização em Gestão de Projetos, Processos Organizacionais e Sistemas de Informação

 

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O que o sistema financeiro brasileiro precisa repensar para sanar vulnerabilidades de cibersegurança?

Felipe Negri (*)

O sistema financeiro brasileiro é uma referência global em inovação. O próprio Pix é um dos maiores exemplos de eficiência e inclusão que a tecnologia é capaz de proporcionar ao setor. Por outro lado, quanto mais digital e integrado esse ecossistema se torna, mais exposto a riscos cibernéticos ele fica. Por isso, precisamos pensar e repensar constantemente sobre como solucionar as vulnerabilidades da cibersegurança do segmento.

As maiores entidades do setor no país já demonstram essa preocupação. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos), por exemplo, divulgou, em agosto, que o BC (Banco Central) relatou uma possível “movimentação atípica” relacionada à criptomoeda Tether. O alerta ressalta à necessidade de ações dos bancos filiados da federação para evitar uma potencial investida criminosa ligada ao SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro).

Vale destacar que esse tipo de desafio é enfrentado por todo o mundo atualmente, então é natural que tenhamos muitos passos a percorrer nesse quesito — nem por isso eles deixam de ser urgentes. Tratando-se especificamente do Brasil, nossos modelos de proteção possuem algumas fragilidades estruturais que já podem ser identificadas e estão abrindo brechas para cibercriminosos cada vez mais sofisticados.

Vamos partir da base dessa pirâmide: o BC. A instituição financeira é um alicerce da digitalização do sistema financeiro nacional, que realiza um trabalho extremamente importante em reforçar a cibersegurança no país, especialmente em termos de regulação. No entanto, a exposição e a não fre sobre todos os passos desse processo por meio da documentação detalhada dos sistemas possui um efeito duplo: o de promover a transparência e, ao mesmo tempo, abrir muitas informações para agentes mal-intencionados, fazendo com que os documentos sirvam quase como um manual.

Além disso, a lentidão nas atualizações dos frameworks é outro ponto de atenção. Hoje, as mudanças tecnológicas acontecem praticamente a cada segundo, o que demanda esforços rápidos para acompanhá-las e transformar as soluções vigentes. Por essa razão, também seria fundamental para o BC contar com as ideias e a colaboração de outras instituições financeiras para reforçar suas defesas.

E por falar nelas, as empresas também não podem deixar esse assunto para depois. Muitas ainda não adotam ciclos ágeis de revisão dos sistemas de proteção, permanecendo com vulnerabilidades significativas por mais tempo do que deveriam. Rever e ampliar as camadas de segurança cibernética de forma frequente nos dias atuais é o que pode evitar golpes e fraudes no futuro.

Capital humano

Quando falamos de cibersegurança, outro ponto crítico é a confiança. E isso depende dos maiores ativos que o mercado financeiro — e qualquer outro — possui: as pessoas. Profissionais que estão inseridos em uma cultura de governança e integridade precisam ser incorruptíveis e capacitados a evitar quebras nas defesas cibernéticas do país.

Alguns casos recentes demonstram que esse é um aspecto a ser colocado na lista de prioridades dessa discussão. Um dos exemplos mais concretos é o ataque reportado pela C&M Software ao BC, que é considerado o maior do sistema financeiro brasileiro e causou um prejuízo milionário. Nesta situação, um funcionário da empresa chegou a ser preso por suspeita de vazar dados para hackers, impactando várias instituições financeiras.

Vale lembrar que, em um ecossistema tão interconectado quanto o nosso, falhas como essas podem comprometer toda a cadeia do setor. Não estamos falando apenas de perdas pontuais, mas de riscos que podem gerar um efeito dominó, impactando desde pequenos negócios até grandes instituições. Basta um ataque bem-sucedido a um agente relevante para que a confiança de milhões de pessoas seja colocada em xeque.

Inovação e segurança

Apesar dos sinais de alerta, já é possível ver algumas empresas se movimentando para reduzir riscos e garantir a continuidade dos negócios em um ambiente cada vez mais complexo. Isso vem acontecendo, principalmente, com a incorporação de algumas tecnologias disruptivas, como:

  • ZTA (Zero Trust Architecture): com autenticação contínua e microsegmentação, elimina a dependência de perímetros fixos;
  • XDR (Extended Detection and Respons): ao integrar dados de endpoints, redes, servidores, e-mails e nuvem, reduz a complexidade operacional e garante visibilidade unificada contra ataques sofisticados;
  • Identidade descentralizada (Blockchain + SSI): permite autenticação sem senhas, reduzindo fraudes e eliminando pontos únicos de falha;
  • Deception technology: cria armadilhas digitais com inteligência artificial para enganar atacantes, dificultando a ação criminosa;
  • UEBA (User and Entity Behavior Analytics): analisa padrões de usuários e dispositivos, identificando desvios que regras fixas não capturam;
  • Confidential computing: utiliza enclaves de hardware para proteger dados em uso, complementando a segurança de informações em trânsito e em repouso;
  • CSMA (Cybersecurity Mesh Architecture): modelo arquitetural que conecta e integra diferentes ferramentas de segurança em ambientes híbridos e multi-nuvem via APIs e identidade central, garantindo maior coesão na defesa corporativa.

Vale frisar: nenhuma das vantagens dessas inovações significa que temos que agir por impulso. Não existe uma fórmula pronta para lidar com a situação, ou um modelo “one size fits all”, como as regras normativas que os manuais de hoje impõem. No entanto, a reflexão crítica é absolutamente necessária. Precisamos melhorar para atuar de forma mais responsável, colaborativa e dinâmica diante das ameaças cibernéticas ao sistema financeiro brasileiro.

Não podemos esperar o próximo grande ataque para mudar. Devemos nos antecipar e começar a nos movimentar hoje.

(*) Felipe Negri, CEO do PinbankEngenheiro graduado pelo Instituto Mauá de Tecnologia e com atuação no segmento por mais de 8 anos, Felipe migrou para o setor de inovação e finanças ao assumir a gerência de inovação na B2W Digital, onde ao longo de quase 5 anos foi responsável pelo planejamento de investimentos, estudos de viabilidade e análise de redução de custo.

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Velocidade é a nova lógica da economia digital

Juan Soto (*)

A economia digital vive um fenômeno curioso: quanto mais eficiente se torna, menor é a nossa tolerância à espera. Em um mundo em que três a oito segundos definem se um consumidor permanece ou abandona uma interação, velocidade deixou de ser atributo — virou expectativa básica. Nesse contexto, o crescimento explosivo do e-commerce nos últimos anos não é apenas uma expansão natural do consumo online, é a consequência direta da adoção massiva de métodos de pagamento instantâneos.

Em oito mercados analisados em um novo estudo da fintech Nuvei, nos mercados da Colômbia, dos Emirados Árabes Unidos, Brasil, África do Sul, México, Hong Kong, Chile e Índia, o comércio eletrônico alcançou US$ 908,4 bilhões em 2025 e deve praticamente dobrar até 2027. Mas esse número, por si só, não conta a história completa. O que realmente transforma essas economias é o impacto comportamental da Geração Z e dos millennials, que já dominam a base de consumo nessas regiões.

Esse novo perfil é mobile-first, compra diariamente em ambientes digitais e enxerga pagamentos instantâneos não como inovação, mas como padrão mínimo de experiência. Isso explica por que sistemas nacionais — como o Pix, no Brasil, e o UPI, na Índia, inspiram iniciativas semelhantes em outros países e porque carteiras digitais seguem ganhando terreno: eles conversam com a urgência emocional de uma geração que não aceita fricção.

Mais do que inclusão financeira, esses meios transformaram o varejo digital em fluxo contínuo. Nos mercados analisados, pagamento é sinônimo de continuidade da jornada, não de etapa final. É isso que explica o salto de conversão e o aumento da participação digital na renda. A infraestrutura de pagamentos se tornou, de fato, um motor econômico.

Esse movimento expõe um recado inequívoco: a corrida não é mais entre empresas — é entre empresas e a velocidade do consumidor.

E o consumidor já está bem à frente.

O desafio agora é saber se as empresas, especialmente as que operam globalmente, estão preparadas para atender a um público que toma decisões em segundos, transita entre canais com fluidez total e considera o pagamento instantâneo como parte natural da experiência.

Quem entender essa nova lógica terá vantagem competitiva. Quem insistir nas antigas camadas de fricção ficará para trás não por falta de relevância, mas por falta de ritmo.

(*) Juan Soto é General Manager para América Latina da Nuvei

 

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“O dólar se valorizou devido a fatores externos impactando negativamente o real”, diz Moneycorp

Economista do banco de câmbio Moneycorp discute a valorização do dólar em relação ao real, impulsionada pela divulgação dos dados de inflação nos EUA e o aumento das expectativas de remessas de dividendos ao exterior

Da Redação

Brasília -“Pela manhã {da sexta-feira}, o mercado iniciou com leve queda do dólar, à espera dos dados de inflação e consumo nos Estados Unidos. No entanto, ao longo do dia, a divisa passou a sustentar valorização consistente, impulsionada pela divulgação do PCE nos EUA, cenário eleitoral brasileiro e aumento das expectativas de remessas de dividendos ao exterior”, afirmou  Carolina Hackmann, economista do banco de câmbio Moneycorp.

O Bureau of Economic Analysis (BEA) divulgou hoje o PCE Price Index, principal indicador de inflação monitorado pelo Federal Reserve (FED). O índice avançou 0,3% em setembro, em linha com as expectativas. No núcleo, que exclui alimentos e energia, a alta foi de 0,2%. Em relação a setembro de 2024, o PCE acumula aumento de 2,8%. Os dados indicam leve melhora no quadro inflacionário, fortalecendo o dólar globalmente.

No cenário doméstico, a declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro, indicando seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), como candidato à Presidência em 2026, trouxe incertezas. O mercado teme divisão na direita e uma candidatura menos competitiva contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), elevando a percepção de risco e pressionando ativos locais. Esse movimento se soma à visão de fragilidade fiscal do governo atual.

Além disso, o dólar foi impulsionado pelo aumento das expectativas das remessas internacionais após empresas anunciarem antecipação do pagamento de dividendos. A medida busca evitar a tributação prevista para 2026, quando entra em vigor a reforma do Imposto de Renda, que estabelece alíquota mínima de até 10% para rendimentos acima de R$ 50 mil mensais e passa a tributar lucros e dividendos. Apenas proventos aprovados até 31/12/2025 permanecerão isentos, o que levou companhias a antecipar anúncios e pagamentos.

A valorização do dólar frente ao real refletiu a convergência entre fatores externos, que sustentaram o fortalecimento da moeda americana no mercado global, e elementos domésticos, que provocaram um viés depreciativo específico sobre o real, resultando em seu descolamento em relação a outras moedas emergentes.”

 

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Webinar da B2Gether abordará as mudanças da Reforma Tributária na rotina financeiras das importadoras e exportadoras

Organizado pela B2Gether, empresa referência em operações de câmbio no Brasil, o evento online será realizado na próxima terça-feira, dia 9 de dezembro, às 10 horas

Da Redação

Brasília – A partir de 1º de janeiro de 2026, começa o período de transição da Reforma Tributária no Brasil. Na prática, o sistema tributário atual coexistirá com o novo e todas as empresas serão afetadas, incluindo as que atuam no Comércio Exterior.

Mas, afinal, o que as importadoras e exportadoras devem fazer? Como se preparar para esse período de mudanças tributárias? Quais serão os benefícios e desafios desse novo sistema, que será concluído em 2033?

Essas e outras questões serão abordadas no webinar “Reforma Tributária 2026: o que muda para as importadoras e exportadoras?”, organizado pela B2Gether, empresa referência em operações de câmbio no Brasil.

O evento online, que será realizado na próxima terça-feira (09/12), às 10 horas, receberá o convidado Edson Silva, que é head de planejamento tributário da Tributo Certo, e uma das maiores autoridades intelectuais do país no assunto.

“Organizamos esse evento pensando nos empresários, gestores e profissionais operacionais e financeiros que atuam no comércio exterior. A Reforma Tributária começará já em janeiro de 2026 e há muitas empresas que ainda não estão preparadas para essa transição. O webinar é para quem precisa, justamente, se preparar o quanto antes e evitar problemas”, observam os sócios-fundadores da B2Gether, Janaina Assis e Diego Zia.

Para se inscrever gratuitamente no evento, basta acessar o link: https://lp.business2gether.com/webinar-reforma-tributaria-2026

Serviço

Evento: Webinar gratuito “Reforma Tributária 2026: o que muda para as importadoras e exportadoras?

Data e horário: 9 de dezembro, às 10 horas

Formato: online

Link de inscrição: https://lp.business2gether.com/webinar-reforma-tributaria-2026

 

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Logcomex promove a Semana DUIMP 2025 e reúne autoridades e especialistas para discutir o futuro das importações

Evento online e gratuito reunirá autoridades do MAPA e especialistas do setor privado para explicar as mudanças do novo processo de importação

Da Redação –

Brasília –  A Logcomex, empresa líder em tecnologia para o comércio exterior, realizará, nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, a Semana DUIMP 2025, evento online e gratuito criado para ajudar o mercado a entender, de forma prática e objetiva, as mudanças trazidas pela Declaração Única de Importação (DUIMP) e pelo Novo Processo de Importação (NPI).

Voltado para importadores, despachantes aduaneiros, agentes de carga e profissionais que atuam diretamente nas operações de comércio exterior, o encontro acontece em um momento decisivo, marcado pelo avanço da modernização aduaneira e pelo calendário de desligamento da LI e da DI.

A edição deste ano reunirá representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) — entre eles Graciane Castro, diretora do Departamento de Serviços Técnicos, e o auditor fiscal Rafael Otoni — além de especialistas do setor privado, como Amanda Pires, head of energy da Interfreight, e o perito em classificação fiscal Roberto Raya. Juntos, os convidados abordarão, com linguagem operacional e foco no dia a dia das empresas, os impactos das novas regras sobre processos, sistemas, responsabilidades e rotinas logísticas.

Eficiência, previsibilidade e competitividade nas importações

“Estamos entrando em uma nova lógica operacional baseada em integração, rastreabilidade e inteligência de dados. O timing é decisivo: quem se preparar agora terá mais eficiência, previsibilidade e competitividade em 2026. Mas as mudanças são complexas, e o mercado ainda tem dúvidas práticas sobre o que muda, quando muda e como se adaptar.” afirma Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex.

Pensando na necessidade de traduzir o novo modelo para a realidade das operações, a programação foi estruturada em três blocos temáticos, cada um dedicado a esclarecer, na prática, o que muda e como transformar a DUIMP em vantagem competitiva.

No primeiro dia, o evento contextualizará o Novo Processo de Importação, explicando o que entra em vigor em 2025, quais etapas deixam de existir e como a DUIMP reorganiza responsabilidades, cruzamento de dados e fluxo documental.

No segundo dia, as atenções se voltam ao tema mais aguardado pelo setor: o calendário de desligamento definitivo da DI e da LI. O encontro abordará impactos diretos nas rotinas de trade compliance, prazos de adaptação, mudanças de sistemas e os riscos operacionais para operações complexas.

No terceiro dia, o foco será estratégico. A programação discutirá como despachantes, consultorias e operadores logísticos podem reposicionar seus serviços diante das novas exigências, ampliando eficiência, segurança e percepção de valor para seus clientes.

Hofstatter destaca que a iniciativa reforça o compromisso da Logcomex com a educação do mercado e com a construção de um ecossistema de comércio exterior mais moderno, conectado e preparado para a nova fase da importação no Brasil. Segundo ele, o propósito central da Semana DUIMP é democratizar o acesso à informação técnica e garantir que profissionais de todos os perfis tenham clareza e segurança para se adaptar às mudanças.

“Ao reunir governo, especialistas e operadores em um único espaço, criamos um ambiente confiável para orientar quem está na linha de frente das operações. É uma oportunidade rara para tirar dúvidas, entender impactos reais e antecipar como será a logística em 2026.” completa.

SERVIÇO — Semana DUIMP 2025

Data: 09, 10 e 11 de dezembro de 2025
Formato: Online, às 14h
Valor: gratuito
Público: Importadores, despachantes, agentes de carga, operadores logísticos, consultores e profissionais ligados ao comércio exterior
Inscrições: Link 

 

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Comércio Exterior: Comissão do Senado propõe estratégia integrada para ampliar presença global do Brasil

Da Redação (*)

Brasília – A Comissão de Relações Exteriores (CRE) apresentou nesta quinta-feira (4) relatório que propõe uma estratégia integrada para fortalecer a inserção internacional do Brasil. O documento reúne recomendações legislativas e administrativas de ações voltadas a ampliar o comércio exterior, modernizar a política industrial e tornar mais competitivo o ambiente regulatório do país.

O relatório foi elaborado pelo Grupo de Trabalho de Comércio Exterior do colegiado, que conta com a colaboração de consultores do Senado e técnicos dos Ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O grupo foi criado por iniciativa do presidente da CRE, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), e começou os trabalhos em julho deste ano.

De acordo com Nelsinho Trad, essa foi a primeira vez em que se conseguiu, a partir do Senado, reunir de forma orgânica, estruturada e transversal todos os “fios que compõem esse complexo ecossistema” das relações internacionais. O grupo fez 36 reuniões e recebeu inúmeros estudos, documentos e contribuições de órgãos como Tribunal de Contas da União (TCU), academia e entidades ligadas à iniciativa privada. O objetivo, segundo ele, é ajudar a consolidar no país um ambiente propício à competitividade.

— Faltava um fio condutor único, faltava uma visão integradora que articulasse política comercial, política industrial, logística, inovação, sustentabilidade, regulação e diplomacia econômica. No fundo, faltava uma estratégia nacional coerente capaz de orientar decisões públicas e privadas, rumo à maior competitividade, produtividade e inserção internacional.

Principais eixos

O trabalho estabeleceu três eixos principais: política comercial e industrial; estratégia internacional e acordos comerciais; e logística e infraestrutura para competitividade.

Na visão de Nelsinho Trad, a inserção internacional do Brasil não pode ser tratada como uma política setorial, mas precisa ser parte de uma estratégia nacional integrada que possibilite a abertura comercial gradual, reformas microeconômicas e fortalecimento institucional. Além disso, ele defendeu a modernização logística com inovação tecnológica, sustentabilidade ambiental e previsibilidade regulatória. Essa é uma agenda de Estado, não de governo, frisou.

No entendimento do senador e do grupo de trabalho, o Brasil enfrenta limitações estruturais que minam sua competitividade. A baixa produtividade, a excessiva complexidade regulatória, os custos logísticos e a concentração do transporte em rodovias criam gargalos, reduzem margens de lucro e afastam investimentos, avalia:

— Por isso propomos mecanismos que tornem o ambiente regulatório mais estável, transparente e previsível. Com procedimentos mais ágeis de resolução de conflitos e governança menos vulnerável a ciclos políticos.

O documento ainda insere como medida essencial para a ampliação das relações econômicas e comerciais do Brasil no exterior investimentos para tornar o país, cada vez mais, referência no desenvolvimento sustentável com inclusão social. Entre esses investimentos, estariam atividades como as fontes de energia limpa e a capacidade de produção agrícola “sem paralelos” no resto do mundo. Para ele, falta transformar esse potencial em estratégia.

— O país tem condições de se tornar protagonista global na economia verde, atraindo investimentos, agregando valor a produtos sustentáveis e explorando de forma responsável sua biodiversidade.

Maturidade institucional 

O secretário de Assuntos Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Philip Fox-Drummond, destacou o esforço coletivo no sentido de contribuir com sugestões que possam alçar o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento e de relações internacionais.

De acordo com ele, o trabalho contou também com contribuições do setor privado e da academia e foi fundamental para o avanço de novos acordos comerciais como o que foi assinado recentemente entre o Mercosul e Singapura e as tratativas adiantas em relação ao acordo do Mercosul com a União Europeia.

— Trata-se de uma iniciativa que reafirma a maturidade institucional do Estado brasileiro ao promover um diálogo estruturado, transparente e produtivo entre o poder Executivo e Legislativo em temas centrais para o desenvolvimento do país.

Para a secretária-adjunta do Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Daniela Ferreira de Matos, as tensões geopolíticas, o aumento crescente de políticas unilaterais, o descuido com regras acordadas multilateralmente e a crise do sistema multilateral exigem que o Brasil esteja cada vez mais preparado para lidar com esses desafios.

Ela reforçou o compromisso do ministério em seguir contribuindo com o Senado no avanço de entendimentos e na construção de soluções para essa pauta.

— Avançamos nas frentes de negociações internacionais, diversificando interlocutores e ampliando o diálogo com parceiros estratégicos na Ásia, Europa, América Latina e outras regiões. Reforçamos nossa participação na Organização Mundial do Comércio [OMC]. Consolidamos avanços importantes na facilitação do comércio: expansão e amadurecimento do Portal Único de Comércio Exterior, com expectativa de entrega desse programa em 2026. A revisão e digitalização dos processos, a integração dos órgãos anuentes, aliados a esforços de coordenação e articulação, além do investimento em tecnologia reduziram prazos, custos e incertas, beneficiando de forma significativa os exportadores brasileiros.

Problemas crônicos

O consultor do Senado Túlio Leal observou que o grupo se formou motivado com a crise tarifária entre Brasil e Estados Unidos, mas que passou a olhar além dessa questão específica e a identificar problemas crônicos que impedem uma maior inserção do Brasil no Comércio Exterior.

— A ideia do GT parte dessa premissa de que o comércio pode ser um indutor de desenvolvimento, um indutor de aperfeiçoamento da nossa economia. Que por meio da integração das cadeias globais de valor, a gente pode trazer mais desenvolvimento, emprego e renda para o nosso país.

De acordo com Artur Lascala, também consultor do Senado, o Brasil está desde a década de 90 estagnado em relação à produtividade. Uma exceção, segundo ele, seria somente os números crescentes na produção agrícola. O que, no seu entendimento, evidencia um país que ainda apresenta um mercado fechado e precisa vencer barreiras para melhorar sua produtividade como melhor formação profissional, harmonização regulamentatória, desoneração de importação de serviços progressivamente e aumentar limites de exportações para as micro e pequenas empresas.

— Isso [mercado fechado, baixa previsibilidade e dificuldades em infraestrutura logística] implica aumento no custo Brasil e prejuízos para a competitividade do Brasil. Então, de certa forma, ampliação de acordos comerciais e diminuição progressiva de barreiras de toda natureza acabam sendo componentes importantes de estratégia de desenvolvimento do Brasil.

(*) Com informações da Agência Senado

 

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Cartel de Caracas: a engrenagem criminosa que sustenta o poder em Caracas

Márcio Coimbra (*)

Sob a perspectiva técnica da inteligência corporativa e da análise de riscos geopolíticos, classificar a Venezuela de Maduro apenas como uma ditadura é um erro de categoria. O que observamos hoje não é uma crise política convencional, mas a consolidação de um “narco-estado de exceção”. A Venezuela deixou de operar sob a lógica de um Estado-nação para funcionar como uma organização criminosa transnacional que representa uma ameaça existencial à segurança hemisférica.

Os indicadores macroeconômicos e sociais descrevem um país em processo de extermínio deliberado. Com uma retração do PIB superior a 80% na última década e a destruição completa do poder de compra pela hiperinflação, o regime instrumentalizou a miséria. A fome não é um acidente de gestão, é uma política de Estado para o controle social. Contudo, o que mantém Maduro no Palácio de Miraflores não é a ideologia, é o terror.

Relatórios da Missão Internacional da ONU documentam, com precisão forense, a arquitetura da repressão: o uso sistemático de tortura, violência e desaparecimentos forçados executados pelo SEBIN e pela DGCIM. O Helicoide, em Caracas, tornou-se o monumento de um sistema onde a dissidência é tratada com choques elétricos e asfixia.

Caracas representa a fusão entre Estado e crime organizado. A Venezuela tornou-se o principal hub logístico para o escoamento de drogas nas Américas. O denominado Cartel de los Soles não é uma máfia que corrompeu o governo, ele é

governo. Altas patentes militares utilizam a infraestrutura estatal — portos, aeroportos e radares — para exportar drogas para os EUA e Europa.

Ainda mais alarmante é a cessão de soberania territorial a grupos terroristas. A presença ativa do ELN, de dissidentes das FARC e de células operacionais ligadas ao Hezbollah e ao Irã transforma a Venezuela em um porto seguro para o terrorismo global e inteligência hostil no continente.

Diante desse cenário, a tese da “solução interna” tornou-se uma ilusão. A sociedade civil está desarmada e desnutrida, a oposição política, encarcerada ou exilada. Uma intervenção externa coordenada deixa de ser uma opção radical e passa a ser a única via pragmática para estancar a sangria. Tratar Maduro não como um chefe de Estado, mas como o líder de uma organização criminosa, é vital. O relaxamento dessa pressão seria um erro de cálculo catastrófico, validando a impunidade de um regime que zomba da diplomacia.

Para além disso, é preciso lembrar que a mera troca de comando, preservando a estrutura militar corrompida, perpetuaria um narco-estado sob fachada democrática. A mudança exige o desmantelamento total do aparelhamento chavista, sob pena de criar uma soberania tutelada pelo crime.

Para o Brasil, a neutralidade diplomática é negligência estratégica. O risco de contágio é iminente. A organização criminosa venezuelana Tren de Aragua já infiltrou suas operações em Roraima e outros estados, estabelecendo alianças táticas com facções locais como o PCC e o CV. Nossas fronteiras são permeáveis ao fluxo de fuzis e drogas que o regime vizinho fomenta. Apoiar uma intervenção internacional robusta e a refundação institucional em Caracas não é ingerência, é uma medida urgente de legítima defesa da soberania e da segurança pública brasileira.

(*) Márcio Coimbra é CEO da Casa Política e Presidente-Executivo do Instituto Monitor da Democracia. Conselheiro e Diretor de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig). Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal.

 

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Novembro registra 4ª queda seguida nas exportações aos EUA e Amcham defende necessidade de acordo bilateral

Da Redação (*)

Brasília – O mês de novembro registrou o quarto recuo consecutivo das exportações brasileiras para os Estados Unidos, com queda de 28,1%. Desde a aplicação das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, em agosto, o desempenho das vendas externas tem sido negativo.

A retração tem sido generalizada, atingindo tanto itens submetidos a sobretaxas quanto produtos não tarifados, como petróleo e celulose. Observa-se, entretanto, que a redução registrada em novembro foi menor do que a de outubro, o que pode sinalizar um início de recuperação após as recentes isenções concedidas a itens relevantes da pauta exportadora agroindustrial.

Ainda assim, sobretaxas de até 50% seguem incidindo sobre mais de 1/3 das exportações brasileiras aos Estados Unidos, contribuindo de forma significativa para o resultado negativo do fluxo bilateral.

“Brasil e Estados Unidos têm intensificado o diálogo em alto nível — um caminho que deve ser aprofundado, com vistas a um acordo bilateral capaz de reduzir as sobretaxas, normalizar as condições de acesso ao mercado americano e aprofundar a cooperação em temas de interesse comum”, avalia Abrão Neto, Presidente da Amcham Brasil.

A Amcham Brasil reforça seu compromisso em colaborar com governos e setor privado na busca de soluções estruturais que fortaleçam a parceria econômica entre Brasil e Estados Unidos.

(*) Com informações da Amcham Brasil

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Na contramão de Donald Trump, BRICS avançam liquidações em moedas locais, sem intermediação do dólar

Países emergentes fazem câmbio sem ter o dólar como intermediário, uma evolução notável da infraestrutura de pagamentos globais

Da Redação

Brasília – Com sanções econômicas, instabilidade cambial e busca por diversificação financeira, a evolução da infraestrutura de pagamentos transfronteiriços ganha urgência. Países do bloco BRICS estão acelerando a criação de liquidações diretas em moedas locais, ou seja, sem passar pelo dólar como intermediário, movimento apontado no relatório “BRICS Economic Bulletin 2025”, coordenado pelo Banco Central do Brasil.

Essa mudança exige atenção estratégica das organizações que operam no comércio internacional, especialmente em tecnologia, compliance e modelos operacionais. Segundo Ticiana Amorim, fundadora da Aarin Tech‑fin, assistimos a uma virada estrutural. “Quando as liquidações começam a acontecer em moedas locais, o que muda não é só o meio de pagamento, é a lógica de poder nas transações”, afirma.

Ao considerar esse movimento, três vetores ganham evidência:

Eficiência e custo: operar em moedas locais pode reduzir taxas de câmbio, intermediários e tempo de liquidação;

Risco cambial e dependência: empresas que dependem do dólar enfrentam menos flexibilidade e mais vulnerabilidade, e a liquidação em moeda local oferece alternativa;

Infraestrutura e regulação: a interoperabilidade entre sistemas nacionais, adoção de novos mecanismos de mensagens financeiras e alinhamento regulatório são desafios centrais.

Para organizações brasileiras que fazem parte de cadeias globais ou que importam/exportam para países do BRICS, o convite é claro: preparar-se agora. Isso significa revisar sistemas internos de liquidação, avaliar parceiros internacionais em moedas locais, ajustar compliance para novas redes de pagamento e alinhar governança financeira com esse futuro em construção.

“Esse movimento dos BRICS abre espaço para empresas repensarem seus modelos operacionais. Não é uma decisão técnica isolada: envolve governança, relacionamento com parceiros internacionais e novas competências financeiras”, finaliza Ticiana.

 

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